Catálogo de publicações acadêmicas Serranas


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A AUTORREFLEXÃO COLABORATIVO-CRÍTICA COMO PRINCÍPIO PARA FORMAÇÃO CONTINUADA: PERSPECTIVAS PARA INCLUSÃO ESCOLAR

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 13:13)

A presente dissertação de mestrado objetivou compreender a formação continuada dos profissionais da educação, numa perspectiva da autorreflexão colaborativo-crítica, com a intencionalidade de contribuir com o processo de inclusão escolar dos alunos público-alvo da Educação Especial. Para isso, fundamentou-se na teoria da ação comunicativa de Habermas e na colaboração autorreflexiva entre pesquisadores e professores participantes proposta por Carr e Kemmis, tomando-os também como autores e investigadores de sua prática. De natureza qualitativa, assumiu-se a pesquisa-ação colaborativo-crítica como perspectiva de investigação com o outro, cuja realização se deu através de movimentos não lineares de compreensão e de colaboração com o contexto. Buscou-se, concomitantemente, compreender os processos de formação continuada em sua interface com a Educação Especial em uma escola municipal de ensino fundamental da Serra/ES e colaborar com a construção de um processo formativo via grupo de estudo-reflexão, tomando a autorreflexão colaborativo-crítica e a inclusão escolar como princípios. A produção de dados valeu-se de instrumentos e estratégias como a observação participante, com registro em diário de campo, entrevistas semiestruturadas, questionários semiabertos, narrativas escritas e diálogos estabelecidos no grupo de estudo-reflexão e na escola. Os dados foram organizados a partir da análise de conteúdo e analisados à luz da teoria crítica de Habermas. A análise dos dados indica que as concepções de Educação Especial, de inclusão escolar e de formação continuada presentes nos discursos dos profissionais, embora ainda bastante permeadas pela racionalidade instrumental, revelam uma possível transição rumo a perspectivas mais críticas e/ou comunicativas. Os profissionais enfatizaram a necessidade de formação continuada voltada ao processo de inclusão escolar, dado que a garantia de espaços de reflexão e de formação docente era, naquele momento, um desafio para a organização da escola. Constituiu-se, então, um grupo de estudo-reflexão com profissionais dessa escola, tendo como interesse comum a Educação Especial na perspectiva da inclusão escolar. O grupo configurou-se em um espaço discursivo no qual, por meio da autorreflexão colaborativo-crítica, pôde repensar suas próprias práticas. O estudo mostra que o grupo de estudo-reflexão se colocou como alternativa aos modelos tradicionais de formação docente e a pesquisa-ação colaborativo- crítica como possibilidade de construção de conhecimento com o outro, transformando concepções e práticas em prol de uma escola inclusiva, favorecedora da aprendizagem de todos. Apresenta-se como produto educacional desta pesquisa uma proposta de formação continuada pela via de grupos de estudo-reflexão para orientar e subsidiar a construção de outros modos de formação pelos profissionais da educação em seus próprios espaços de atuação.

Por Fernanda Nunes Da Silva

Palavras-chave: Educação especial / Inclusão escolar / Formação continuada / Pesquisa-ação / Autorreflexão colaborativo-crítica



A CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL E O DESENVOLVIMENTO DAS FUNÇÕES PSICOLÓGICAS SUPERIORES: UM OLHAR PARA AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 06:33)

Esse estudo teve como objetivo geral investigar como as práticas pedagógicas podem contribuir para o desenvolvimento das funções psicológicas superiores da criança com deficiência intelectual na Educação Infantil. Como objetivos específicos, buscou-se analisar o papel da mediação para o desenvolvimento das funções psicológicas superiores nos processos de aprendizagem e desenvolvimento no contexto escolar; conhecer as características e potencialidades dos sujeitos com deficiência intelectual no que diz respeito a sua aprendizagem e desenvolvimento; identificar e analisar práticas pedagógicas que potencializem o desenvolvimento das funções psicológicas superiores da criança com deficiência intelectual na Educação Infantil. Para tal, foram utilizados, como aporte teórico, os estudos de Lev S. Vigotski e seus colaboradores que compreendiam que o processo de aprendizagem e desenvolvimento ocorre por meio das relações que se estabelecem com o meio e que, por meio do plano social, toda a deficiência pode ser compensada. Para alcance dos objetivos propostos, por meio da abordagem qualitativa de pesquisa, utilizamos a análise microgenética, pois este método de pesquisa consiste na compreensão dos fenômenos a partir de seu acontecer histórico, com um olhar voltado para o particular, sem perder de vista o objeto em sua totalidade. Como procedimentos de recolha de dados, utilizaram-se a observação e as entrevistas buscando compreender os movimentos que envolviam o fazer pedagógico e o desenvolvimento das funções psicológicas superiores. Esse estudo teve como lócus de pesquisa um Centro Municipal de Educação Infantil localizado no município de Serra/ES. Foram sujeitos desse estudo uma criança de dois anos com diagnóstico clínico de deficiência intelectual, a professora de Educação Infantil, a Assistente de Educação Infantil, a estagiária, a professora de Arte, a professora especialista em Educação Especial e a pedagoga. Como resultados, percebemos que o diagnóstico clínico, quando bem interpretado, pode se tornar instrumento de potência no trabalho pedagógico. Além disso, notamos que as práticas pedagógicas se constituem em ações mediadoras capazes de alavancar o processo educativo do sujeito. No caso da criança com deficiência intelectual, as práticas pedagógicas cumprem, ainda, o papel de conduzir por caminhos indiretos o curso do desenvolvimento, colocando em movimento as funções psicológicas superiores. Observamos, ainda, que as funções psicológicas superiores atuam de modo interfuncional em um sistema de (re)subordinação e reestruturação. Por fim, percebemos que o aprendizado, quando organizado de maneira adequada, pode resultar em desenvolvimento mental, possibilitando à criança com deficiência aprender e se desenvolver como sujeito social, histórico e cultural.

Por Lívia Vares da Silveira Braga

Palavras-chave: Deficiência Intelectual / Práticas Pedagógicas / Funções Psicológicas Superiores



A CRIANÇA COM SÍNDROME DE CORNÉLIA DE LANGE NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UM ESTUDO DE CASO

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 11:53)

Essa pesquisa teve por objetivo geral investigar o processo de aprendizagem, desenvolvimento e inclusão de uma criança com síndrome de Cornélia de Lange (SCdL) na educação infantil. A pesquisa usou como metodologia o estudo de caso do tipo etnográfico, tendo como aporte teórico os escritos de André; Gil; Moreira, Caleffe; Michel; e Sarmento. Como procedimentos, optamos por realizar pesquisa de campo, entrevistas semiestruturadas, observações participantes, registros fotográficos e fílmicos. A pesquisa de campo foi desenvolvida em um Centro Municipal de Educação Infantil no município de Vitória/ES. Para fundamentação teórica e análise e discussão dos dados, apoiamo-nos nos pressupostos de Vigotski e seus interlocutores, depreendendo alguns de seus conceitos (brincar, funções psicológicas superiores, internalização, mediação, relações interpessoais e zona de desenvolvimento iminente), para que com isso tivéssemos clareza ao discutir alguns apontamentos da prática pedagógica. A pesquisa nos permitiu conhecer a síndrome Cornélia de Lange por meio de uma criança na última etapa da educação infantil. Percebemos que o Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) tem tentado ao máximo incluir a criança em todas as atividades em que a turma está inserida, mesmo em meio às dificuldades. Compreendemos que as mediações e interações entre crianças-crianças e crianças-adultos têm contribuído para a aprendizagem e desenvolvimento do sujeito de pesquisa, bem como sua inclusão no processo educacional como sujeito que aprende e ensina.

Por Maycon De Oliveira Perovano

Palavras-chave: Educação Especial e Inclusiva / Práticas Pedagógicas / Síndrome Cornélia de Lange



A CRIANÇA COM SÍNDROME DE WEST NA EDUCAÇÃO INFANTIL: INCLUSÃO E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 07:04)

Esse estudo teve como objetivo geral investigar como se dá o processo de inclusão da criança com Síndrome de West na educação infantil. Como objetivos específicos, buscou-se conhecer a Síndrome de West, suas características, particularidades e peculiaridades; identificar e analisar as práticas pedagógicas voltadas para a criança com Síndrome de West, e quais suas implicações na inclusão e aprendizagem dessa criança; analisar as estratégias de ensino e recursos pedagógicos que os professores utilizaram para o processo de inclusão dessa criança na educação infantil. Ancorado na teoria sócio-histórica de Lev S. Vigotski e de seus colaboradores, esse estudo utilizou da proposta metodológica da pesquisa qualitativa na perspectiva do estudo de caso do tipo etnográfico para alcance dos objetivos propostos. Como procedimentos para produção de dados, recorreu-se à observação participante, entrevistas semiestruturadas, e às fotografias e filmagens. Esse estudo teve como lócus de pesquisa um Centro Municipal de Educação Infantil localizado no município de Serra/ES, sendo sujeitos desse estudo uma criança de três anos com diagnóstico clínico de síndrome de West, sua mãe, a professora regente, a cuidadora, a auxiliar de creche, a professora de Educação Física, a professora de Educação Especial, a pedagoga e o diretor escolar. Como resultados, percebemos que o processo de inclusão da criança com síndrome de West somente ocorreu, porque essa foi vislumbrada para além de suas marcas biológicas, como um sujeito produtor de história e de cultura; que ao planejar suas práticas pedagógicas, as professoras buscavam partir das particularidades e singularidades dessa criança, oportunizando experiências significativas e desafiadoras, reforçando suas potencialidades; que as estratégias de ensino e recursos pedagógicos que as professoras utilizavam para o processo de inclusão do sujeito com SW eram simples e corriqueiros, porém, facilitadores no processo de ensino e aprendizagem dessa criança; que a criança com SW apresentou-se em constante movimento de aprendizagem e desenvolvimento, que por meio das interações com o outro e com o conhecimento sistematicamente organizado, ela se “reequipou”, adquiriu outras habilidades, se transformou e se humanizou. Por fim, tendo em vista o processo de inclusão da criança evidenciada nessa pesquisa, não podemos conceber a ideia de que as limitações biológicas sejam impeditivas de a criança com deficiência participar dos eventos da vida comum, de interagir com os diversos sujeitos nos mais variados contextos, e, sobretudo, de ter acesso à educação formal, e nesse movimento, apropriar-se dos conhecimentos sistematizados, aprender e desenvolver características superiores especificamente humanas.

Por Sabrina da Silva Machado Trento

Palavras-chave: Síndrome de West / Inclusão / Práticas Pedagógicas / Educação Infantil / Aprendizagem e Desenvolvimento



A FORÇA DO RISO COMO MÁQUINA DE LUTA ENTRE A ATENÇÃO E O APEGO À VIDA: CARTOGRAFIAS DAS APRENDÊNCIAS EM UMA ESCOLA PÚBLICA

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 07:05)

Este trabalho objetiva cartografar indícios que o riso evidencia em relação às possibilidades da atenção à vida e do apego à vida nos movimentos curriculares, que se desdobram em aprendências com professores, professoras e crianças de uma escola pública. Indica que a atenção à vida se relaciona com um certo tipo de resposta às exigências sociais e o apego à vida movimenta o pensamento para além da inteligência, impulsionando, a partir da emoção criadora, aos movimentos e não simplesmente às formas. Defende a tese de que as forças do riso se entrelaçam aos processos aprendentes nos planos de composição da escola, constituindo modos de atenção e apego à vida que deslocam o pensamento e potencializam a invenção e a emoção criadora. Parte, principalmente, das proposições de Henri Bergson, Gilles Deleuze e Félix Guattari. Destaca o cenário político atual como catastrófico, o que gera graves efeitos micropolíticos, visto que propagam a insegurança e o medo do colapso. Observa que, nesse cenário, o riso não é desejado, pois se espera que o automatismo impere e que seja aceito sem delongas, uma vez que, quanto mais automaticamente houver uma adequação às palavras de ordem, mais satisfeitos estarão aqueles que se alimentam da passividade. O estudo problematiza processos de subjetivação que subvertem os tempos capitalísticos, que riem da ideia de que todas as imagens já estão dadas de antemão, uma vez que os processos de subjetivação passam por assujeitamentos, mas também por resistências. Aposta no riso como máquina de luta, como gesto agenciador de movimentos curriculares comunísticos que se opõem ao regime capitalístico, impulsionando um esforço inventivo. Cartografa as aprendências inventadas na Escola Horizontes, escola de ensino fundamental localizada no município de Serra/ES, mais especificamente no bairro Novo Horizonte, por meio de com-versas, observações, imagens e intervenções. Entende a cartografia como feitiçaria por ser produzida como uma pesquisa das alianças e dos contágios, possibilitando fazer ver diferentes linhas que atravessam os processos de subjetivação, os blocos de intensidades e de devires. Pensa ainda o riso e suas potencialidades na visibilização dos sonhos de professores e alunos em relação à escola, indo de encontro às certezas absolutas e permitindo vislumbrar variações e se deslocando dos hábitos adquiridos. Conclui pela força da escola pública como possibilidade de conspirar outros mundos possíveis a partir das tessituras comunísticas dos currículos que fazem um riso bailar nos rostos, trazendo à tona, como em Dom Quixote, o moinho de vento, perturbando nossos esquemas sensório-motores e constituindo devires ao infinito.

Por Suzany Goulart Lourenço

Palavras-chave: Currículo / Aprendizagem / Riso / Invenção / Emoção Criadora



A FORÇA REVOLUCIONÁRIA DAS EXPERIMENTAÇÕES POLÍTICAS DE AMIZADE, ALEGRIA E GRUPALIDADE NOS CURRÍCULOS E NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO INFANTIL

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 12:42)

Problematiza fluxos curriculares e de formação de professores na educação infantil. Tece diferentes movimentos de pesquisa em dois espaços e tempos: a formação de pedagogas promovida pela Secretaria de Educação, no Centro de formação de professores da Serra e a produção curricular no cotidiano de um Centro de Educação Infantil, também do município da Serra – Espírito Santo. Potencializa a emergência de novos espaços e tempos de formação de professores e novos modos de composição e experimentações com as crianças na educação infantil, por invenções de aprendizagens afetivas. A produção de dados é composta na intercessão teórico-metodológica de Espinosa, Gilles Deleuze, Felix Guattari, Michel Foucault, Giorgio Agamben, Peter Pélbart, Daniel Lins e tantos outros, nas suas interlocuções com as infâncias e os processos diferenciais de educação. Utiliza a cartografia em redes de conversações, como exercício político de afectibilidade com as práticas tecidas com os sujeitos na composição de uma micropolítica curricular e (de) formação. Defende os afetos e as experimentações políticas de amizade e alegria como forças revolucionárias e potência de uma grupalidade que resiste aos engessamentos curriculares e inventam novos modos de constituição docente, pelos bons encontros que, na produção de aprendizagens afetivas, possibilitam a imanência de uma vida. Argumenta por pautas emergentes na formação de professores nas suas interlocuções com a produção curricular na escola, pela potencialidade de corpos em composições de planos diferenciais que devém outros na busca de singularidades ao infinito.

Por Maria Riziane Costa Prates

Palavras-chave: Formação de professores / produção curricular / experimentações de amizade / alegria / grupalidade 



A FORÇA-INVENÇÃO DA DOCÊNCIA E DA INFÂNCIA NOS PROCESSOS DE APRENDERENSINAR

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 07:05)

Problematiza a potência da força-invenção dos processos de aprenderensinar experienciados nos espaçostempos escolares. Trata de uma cartografia das experiências de docentes e crianças, produzida em uma Escola Municipal de Ensino Fundamental do município de Serra/ES, que se traduz como acompanhamento das redes de saberesfazeres tecidas no cotidiano escolar por esses sujeitos. Tal acompanhamento foi produzido por meio de observações, registros no diário de campo, fotográfico e de áudio, assim como das conversas com as crianças e docentes. Busca compreender o que vem sendo produzido como potência de vida na escola, a partir das experiências e invenções dos que fazempensam o cotidiano escolar. Tem como principais intercessores teóricos Gilles Deleuze, Félix Guattari, Michel Foucault, Peter Pelbart e Jorge Larrosa, que ajudam a pensar nas possibilidades de uma experiência-limite para superação da Imagem dogmática do pensamento e para a potencialização dos movimentos curriculares. O conceito de experiência em Larrosa e de força-invenção em Pelbart indicam brechas para o CurrículoExperiênciaInvenção. Este, pensado na imanência do cotidiano escolar, evidencia que é possível e necessário estar na escola apostando nos bons encontros e em afetos alegres.

Por Suzany Goulart Lourenço

Palavras-chave: Cotidiano escolar / Movimentos curriculares / Experiência / Força-invenção 



A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES NA EDUCAÇÃO INFANTIL: DIÁLOGOS ENTRE A PRODUÇÃO ACADÊMICOCIENTÍFICA E A PESQUISA-FORMAÇÃO

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 12:04)

Produz uma meta-análise sobre formação continuada de professores da educação básica, especialmente na educação infantil, analisando a produção acadêmica no período de 1996 a 2014. Promove intervenções no CMEI pela pesquisa-formação, realçando as narrativas das experiências de formação dos professores. Compreende o lugar da formação continuada no CMEI na sua relação com os pressupostos debatidos na produção acadêmica para esse campo de estudos. Orienta-se pela pesquisa bibliográfica, usando indicadores bibliométricos, o aplicativo Iramuteq e a produção de categorias analíticas para o tratamento dos textos. Soma a esse corpus metodológico a pesquisa-formação pela observação participante, as entrevistas semiestruturadas, as oficinas reflexivas e o diário de bordo. Destaca, para a sustentação teórica, os autores António Nóvoa, Walter Benjamin e Michel de Certeau, respaldando debates acerca de experiência, profissionalidade, institucionalidade dos periódicos e epistemologia da prática. Os resultados revelam, no cenário da produção acadêmica, a pouca atenção dada pelos periódicos analisados à educação infantil. O debate sobre a formação continuada na educação básica assume a prática do professor como elementar na proposição e na direção dessas formações. Apresenta a concentração da produção acadêmica em seis categorias e 70 temáticas, com ênfase nas análises de intervenção, nas análises literárias e nas análises de propostas, programas e projetos de formação continuada. Possibilita, pela pesquisa-formação, a produção do projeto pedagógico e estimula os professores a produzirem a profissão entre pessoalidade e profissionalidade. Descreve o movimento formativo interno ao CMEI, sua importância e a insatisfação dos professores com o tempo destinado à formação nesse espaço e com a formação continuada ofertada pela rede municipal de ensino, que é insuficiente e não garante condições materiais e temporais de participação a todos. Aponta a necessidade de investimento na formação continuada do professor do/no CMEI, com propostas baseadas nas suas experiências. Sustenta a relevância da publicação da produção acadêmica nos periódicos científicos para a consolidação da educação infantil como etapa da educação básica. A pesquisa marca a importância da investigação que ao mesmo tempo produz, paralelamente, intervenção no CMEI e análise de textos científicos no campo, promovendo diálogos entre ambos sem que estejam submissos entre si, mas revelando o comprometimento simbiótico com os professores e com a ampliação e densidade da produção científico-acadêmica

Por Juverci Fonseca Bitencourt

Palavras-chave: Formação Continuada / Pesquisa Bibliográfica / Educação Infantil / Pesquisa-Formação



A GESTÃO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL E A FORMAÇÃO CONTINUADA DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE MARATAÍZES/ES: A PESQUISA-AÇÃO EM FOCO

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 07:23)

O estudo tem como objeto de investigação a formação continuada de profissionais da educação e suas interfaces com a modalidade da educação especial na perspectiva da inclusão escolar. Busca compreender o trabalho da gestão de educação especial por meio da colaboração crítica na criação de movimentos para a formação continuada com/para os profissionais da rede municipal de educação de Marataízes/ES na perspectiva da inclusão escolar. Adota como aporte teórico os pressupostos da Teoria do Agir Comunicativo, do filósofo e sociólogo alemão Jürgen Habermas. Para tanto, utiliza a perspectiva epistemológica e metodológica da pesquisa-ação colaborativo-crítica, a partir dos princípios da autorreflexão colaborativo-crítica. A pesquisa é contextualizada na rede municipal de ensino de Marataízes/ES e, como participantes, contou com a equipe gestora de Educação da Secretaria Municipal de Educação, diretores, pedagogos, professores de sala comum, professores de educação especial e pesquisadores da universidade. Os grupos de estudo-reflexão (grupo de estudo-formação “Curso de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva de Marataízes” e o Grupo de Estudos e Pesquisa de Marataízes da Educação Escolar Inclusiva”) constituíram-se como principal estratégia de produção dos dados; utilizou-se também a observação participante com registro em diário de campo e gravações em áudio transcritas posteriormente. A organização dos dados deu-se a partir da análise de conteúdo. A interpretação e a análise fundamentam-se no diálogo com o referencial teórico e metodológico, além de outros autores que contribuem para a discussão acerca das temáticas que perpassam este trabalho. Os resultados configuram-se com a instituição de movimentos destinados à formação continuada para os profissionais da rede de ensino a partir da pesquisa e da ação dos gestores, em parceria e colaboração com a universidade. Assim, observa-se nos movimentos formativos instituídos que os participantes veem-se em momento de amadurecimento, pertencentes e implicados no processo transformador, em que há mudança de perspectivas e conceitos quanto à forma de se fazer formação continuada e há vontade de continuar.

Por Nazareth Vidal Da Silva

Palavras-chave: Gestão da Educação especial / Formação continuada / Pesquisa-ação colaborativo-crítica / Grupo de estudo-reflexão



A IMPORTÂNCIA DA CAPACIDADE ESTATAL NA REDUÇÃO DAS IRREGULARIDADES DA EXECUÇÃO DOS RECURSOS NA EDUCAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 11:49)

A presente pesquisa analisou a importância da Capacidade Estatal na redução das irregularidades da execução dos recursos na educação do Espírito Santo a partir dos relatórios de fiscalização da Controladoria Geral da União (CGU) entre os anos de 2003. A hipótese central é de que existe relação entre a redução das irregularidades constatadas pela CGU nos municípios com o fato de terem sido fiscalizados mais de uma vez, e que as capacidades estatais, presentes nesses municípios interferiram nessas constatações. Para identificar a variação entre as irregularidades nas fiscalizações realizadas nos municípios capixabas, comparamos os resultados das constatações de irregularidades entre a primeira e a segunda fiscalização, nos quais identificamos um aumento de 23,68% nessas irregularidades. Para sustentara pesquisa, foram utilizados os estudos de Abrucio e Segatto (2020) sobre o Índice de Capacidade Municipal, considerando três dimensões de análise: a) institucionalização e autonomia, b) técnico-burocrática, e c) políticorelacional, adaptados para a análise. Os resultados mostraram-nos que, entre a primeira e a segunda fiscalização realizada pela Controladoria, nos municípios que possuem Capacidade Estatal abaixo da média ocorreu um aumento nas irregularidades de 75%. Já nos municípios que ficaram acima da média do índice, houve uma redução de 16,33% nas irregularidades. Como resultado, identificamos que as fiscalizações realizadas pela CGU não tiveram efeito positivo na redução do número de irregularidades constatadas, visto que tais irregularidades continuam acontecendo nos municípios auditados, mesmo após serem fiscalizados mais de uma vez, sendo assim confirmamos que as capacidades estatais presentes nesses municípios contribuem para a redução das irregularidades encontradas na gestão educacional.

Por Pedro Paulo Pimenta

Palavras-chave: Educação Básica / Financiamento da Educação / Controladoria Geral da União / Capacidade Estatal / Federalismo e Políticas Educacionais



A MULHER POBRE SURDA E NEGRA: LUTAS E CONQUISTAS

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 06:21)

Este estudo tem como perspectiva analisar o contexto histórico da mulher na sociedade patriarcal e seus papeis na sociedade atual, mostrando que através das lutas - nos movimentos feministas - muito se conquistou. Hoje ela ocupa importantes papéis na vida política e social no mundo. Os desafios ficam ainda maiores quando olhamos mais atentamente para a mulher negra, pobre e surda. Este olhar pode evidenciar que as lutas são acirradas e, os resultados - para a inclusão - nem sempre significativos. Isto por que esta mulher convive, ainda, com outros preconceitos e conceitos que demandam dos educadores e pensadores das políticas públicas, reflexões e ações que possibilite outro percurso para sua história de vida desta mulher. Nessa ótica, a escolarização precisa trabalhar na defesa da aquisição do conhecimento cientifico, visando a garantia de direitos, voltando o olhar critico para os obstáculos vivenciados dentro da escola. A pesquisa será de análise bibliográfica, em contexto histórico, sociocultural e legal. Tendo assim, a escola como reprodutora de valores, conceitos e preconceitos.

Por Leandro Alves Wanzeler

Palavras-chave: Cotidiano escolar / Movimentos curriculares / Experiência / Força-invenção



A NOÇÃO DE DEMOCRACIA NA FORMAÇÃO DO LEITOR CRÍTICO NO ENSINO FUNDAMENTAL

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 10:55)

Sob a linha de pesquisa “Leitura e Produção Textual: diversidade social e práticas docentes”, do Programa de Mestrado Profissional em Letras (Profletras) – IFES – Campus Vitória, apresenta-se este Trabalho de Conclusão Final (TCF), investigando, sob o método da pesquisa-ação, como será possível ao professor do Ensino Fundamental abordar o tema da democracia na formação do leitor crítico a partir do uso do que convencionamos chamar de “Kit Jovem Democrata”. O kit constitui-se basicamente de um jogo e de uma sequência de atividades que, a partir do texto literário, favorecem o desenvolvimento da noção de democracia e do leitor crítico. Assim, o ensino fundamental apresenta-se como terreno de aplicação dessa experiência por lançar as bases de formação do leitor crítico e do cidadão consciente de seu direito à democracia e de seu dever com ela. A literatura infantojuvenil fomenta a formação crítico-leitora, fazendo-se potência para a discussão democrática que constrói o conhecimento aqui proposto. Nomes como de Antonio Candido, Denis Rosenfield, Regina Zilberman, Leonardo Arroyo, Maria Antonieta Cunha, Marisa Lajolo, Francisco Aurélio Ribeiro, Isabel Solé, Tzvetan Todorov, Bakhtin e Paulo Freire permeiam a elaboração desta pesquisa, que provou ser o “Kit Jovem Democrata” uma ferramenta hábil no desenvolvimento da noção de democracia na formação crítica do aluno do Ensino Fundamental.

Por Jaqueline De Almeida Canedo

Palavras-chave: Leitura crítica / Literatura infantojuvenil / Democracia / Ensino Fundamental



A PARTICIPAÇÃO DAS CRIANÇAS NA GESTÃO ESCOLAR

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 06:11)

Este estudo teve como objetivo conhecer os modos de participação das crianças na gestão escolar, a partir da consideração delas como sujeitos de direitos e atores sociais. Os sujeitos da pesquisa foram adultos e crianças de uma turma de 4º/5º ano do Ensino Fundamental de uma Unidade de Ensino da Rede Municipal Serra (ES). A metodologia caracteriza-se por uma pesquisa de tipo etnográfico, utilizando-se de observação participante, com a realização de entrevistas semiestruturadas em rodas de conversas (formais e informais), além de análise documental (leis, decretos, portarias, atas do Conselho de Escola, Projeto Político-pedagógico), utilizando-se das normas legais que regem a gestão escolar. Discussões sobre participação, gestão escolar, cidadania e participação política das crianças, esta referenciada nos estudos da Sociologia da Infância, embasam a defesa da possibilidade da participação das crianças na gestão escolar, especialmente, pela garantia do seu direito a ter direitos, enquanto cidadãs. A partir dos dados coletados, evidenciou-se que não bastam as normas legais instituírem o direito à participação das crianças para que esta seja, de fato, efetivada. Verificou-se, por meio das narrativas e relatos, que as crianças participam e interferem nas questões da gestão escolar por seus modos próprios, envolvendo resistências, burlas e invenções, que se revelam tanto nas suas relações entre pares quanto com os adultos que com elas interagem. Revelou-se, ainda, o quanto é importante e desafiador para a escola reconhecer as crianças como sujeitos válidos na construção de uma esfera pública compartilhada, legitimando os modos peculiares de participação não apenas nos processos de formalização da democracia, como é o caso dos Conselhos de Escolas, mas no modo como questionam as regras, subvertem as racionalidades dos adultos e buscam novos sentidos nos diferentes tempos e espaços vividos no cotidiano escolar.

Por Paula Cristiane Andrade Coelho

Palavras-chave: Participação / Gestão escolar / Cidadania



A PRÁXIS DOCENTE (IM)POSSÍVEL DE LITERATURA: TEATRO, SUBJETIVIDADE E ENGAJAMENTO SOCIAL

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 12:21)

A pesquisa norteia seus estudos nas práticas de ensino de literatura e no engajamento social do educador que transitam pelos discursos cênicos, subjetivos e sociais. Nesta perspectiva, legitimando a importância do ensino da literatura na emancipação pessoal e social do corpo discente e, principalmente, na construção de sentidos entre o eu e o mundo. As principais questões problematizadas foram as seguintes: Como a práxis docente de literatura, estruturada no teatro, na subjetividade e no engajamento social do educador pode transformar o ambiente escolar e potencializar o emancipação dos estudantes? Qual o papel da literatura na diminuição do número de reprovação e de evasão escolar nas escolas da rede pública? A pesquisa discute a relação entre a prática docente do ensino de literatura e a proposta curricular articulada com as manifestações culturais, com os propósitos sociais de emancipação e com o reconhecimento das questões subjetivas no processo de ensino-aprendizagem, utilizando-se como metodologia a pesquisa qualitativa, tendo como eixo o estudo de casos, com intervenções e com algumas perspectivas da pesquisa-ação. As ações investigativas se estruturam nas práticas literárias desenvolvidas na disciplina de Língua Portuguesa e Literatura, em escolas da rede pública capixaba. Muitas pesquisas de dissertações e teses das Universidades Brasileiras apontam uma desqualificação do conhecimento literário nas escolas públicas ocasionada por propostas de ensino tradicionais, baseadas em fragmentos de textos dos livros didáticos, desarticuladas com as manifestações culturais, desumanizadas e sem princípios sociais. A pesquisa aponta outras práticas possíveis de ensinar Literatura dialogando com os textos teóricos de Paulo Freire, Jorge Larrosa, Moacir Gadotti, Leahy-Dios, entre outros.

Por Fabio Mota Salvador

Palavras-chave: Cultura / Currículo / Literatura / Prática de Ensino / Subjetividade e Teatro



A PROCESSUALIDADE DA GESTÃO DE UMA ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL NA INTERDEPENDÊNCIA COM A EDUCAÇÃO ESPECIAL

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 11:44)

Esta pesquisa propõe uma discussão que aborda a gestão escolar como processo organizativo do espaço escolar. Concebeu-se a escola como instituição que mantém processos de interdependências com o sistema de ensino e com as modalidades da educação, em particular, nosso foco de estudo, a educação especial. A pesquisa buscou inspiração teórica na sociologia figuracional de Norbert Elias (1994, 1998, 2001, 2011, 2018) para analisar a processualidade da gestão da escola de ensino fundamental “Presença” na interdependência com a educação especial. Como questão impulsionadora para esta análise, indagou-se se, como e por que os investimentos públicos tiveram foco e impactaram o atendimento às demandas dos estudantes com deficiência. A pesquisa configurou-se em uma investigação qualitativa, delineada como um estudo de caso de tipo etnográfico. No processo de produção de dados, utilizaram-se a análise documental, entrevistas semiestruturadas e grupos focais. Nossas escolhas desvelaram tensões principalmente no que se refere às expectativas diante dos recursos direcionados aos estudantes público-alvo da educação especial (PAEE), que envolvem o conjunto das normativas municipais, questões específicas oriundas na escola e o seu projeto político-pedagógico (PPP). Tais análises demostraram que os gestores municipais, impulsionados pelas famílias de estudantes com deficiência, promoveram mudanças em suas políticas, no intuito de melhor garantir os diretos dos estudantes público-alvo da educação especial. Em contrapartida, essas mudanças esbarram em questões objetivas no dia a dia da escola, tais como a dificuldade de contratação de professores e profissionais de apoio e problemas relacionados à formação inicial e continuada desses profissionais.

Por Renato Junior Dias Emilio

Palavras-chave: Inclusão escolar / Gestão escolar / Educação especial / Investimento público



ABORDAGEM TEMÁTICA FREIRIANA SOBRE RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 06:41)

O objetivo deste trabalho foi estudar os aspectos didático-metodológicos de ensino no contexto dos anos iniciais do ensino fundamental, para abordar temáticas étnico-raciais a partir de uma prática pedagógica libertadora associada à metodologia de mediação dialética. Tratou-se de uma investigação qualitativa sobre uma intervenção escolar, cujos dados foram produzidos a partir de observações, relatos escritos, rodas de conversa e fotografias. A prática pedagógica foi desenvolvida em uma escola por meio de um projeto escolar denominado “Coloridos”, envolvendo 26 estudantes do ensino fundamental da cidade de Serra – Espírito Santo, Brasil. A análise metodológica evidenciou a articulação de três perspectivas de ensino, isto é, as questões sociofilosóficas da pedagogia e da filosofia da libertação, a educação para as relações étnicoraciais e a metodologia da mediação dialética. O estudo foi desenvolvido com base em Gomes (2002, 2003, 2017), Hall (2003, 2015), Cavalleiro (2010), Freire (1987, 2000), Dussel, Solino e Gehlen (2014), Arnoni (2012), Correia e Carvalho (2012) e nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (BRASIL, 2013). Como resultado deste estudo, foi produzido um caderno pedagógico para o Ensino de Humanidades, a fim de servir como material orientador na abordagem de temáticas afrodescendentes em sala de aula, no contexto das séries iniciais do ensino fundamental I, visando à valorização racial e o rompimento com discursos racistas e preconceituosos, proporcionando uma vivência interdisciplinar e transdisciplinar que fomente interesse histórico e autoconhecimento.

Por Juliana Melo Rodrigues Lucas

Palavras-chave: Identidade racial / Relações étnico-raciais / Ensino fundamental / Abordagem 

temática freiriana



ALFABETISMO DA DIÁSPORA: PRÁTICAS DE COMBATE À DESEDUCAÇÃO RACIAL NA REDE MUNICIPAL DE SERRA-ES

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 12:59)

A presente pesquisa tematiza o conjunto de conceitos que formam o Alfabetismo da Diáspora, elaborado por Joyce E. King (1992; 2006), e suas potencialidades para a educação do município da Serra-ES. A despeito de ações positivas e isoladas para implementação da Lei 10.639/2003 foram identificados obstáculos que envolvem diversas nuances do racismo estrutural, seja sobre questões de cunho religioso ou institucional. E muito dessas situações ocorreram em discursos camuflados de neutralidade e imparcialidade. Assim, é possível observar que o modelo educacional vigente, permeado por tantos traços do racismo, contribui para um processo de marginalização e alienação de estudantes negros e negras, à medida em que o sistema constantemente rejeita a herança cultural e histórica dos descendentes de africanos e os apresenta de formas empobrecidas e estereotipadas. Esse estigma reforça visões inferiorizantes, comumente disseminadas na sociedade e também no ambiente escolar. Portanto, os fatores citados contribuem para uma “deseducação” desses/as estudantes, por interferir na construção do sentimento de pertencimento racial positivo, bem como de reforçar sentimentos de superioridade nos alunos/as não negros/as. Com essa constatação, a pergunta que mobilizou a pesquisa é: a partir do Alfabetismo da Diáspora é possível propor uma alternativa pedagógica que supere tal processo de deseducação? Diante de tal pergunta, o objetivo central da pesquisa foi de propor uma concepção teórico-metodológica a partir do Alfabetismo da Diáspora com vistas a enfrentar práticas de deseducação no currículo e na formação docente da rede municipal de educação de Serra-ES. Para tanto, a metodologia empregada foi a pesquisa qualitativa, utilizando como instrumentos a análise documental a partir de registros da Coordenação de Estudos Étnico-Raciais da SEDU/Serra, entrevista questionários estruturados e relatos de experiência. O referencial teórico foi composto pelos trabalhos de Joyce King (1991; 1992; 2006; 2017) e Carter G. Woodson (1933), apresentando o contexto estadunidense, e sendo relacionados à produção teórica nacional de Nilma Lino Gomes (2017), Kabengele Munanga (2016), Eliane Cavalleiro (2000; 2001), dentre outros do campo das relações raciais. Além disso, outros aportes utilizados no estudo foram: Paulo Freire (1977; 2019) e bell hooks (2017; 2019), sobre a perspectiva educacional emancipatória; elementos do rap e da cultura hip-hop, que estabeleceram um vínculo com os conhecimentos produzidos nas ruas e comunidades. Entre os resultados apurados na pesquisa foi possível constatar que apesar de a Lei n° 10.639/2003 estar em vigor há muito tempo, a sua implementação ainda encontra impeditivos na rede municipal da Serra. E, por isso, entendemos que o Alfabetismo da Diáspora, em diálogo com os aportes teóricos que levam em consideração as especificidades do contexto brasileiro, pode ser um instrumento útil no exercício de mudança de mentalidades e superação de preconceitos no campo educacional, tanto do município da Serra quanto de outras localidades com características similares. Por fim, este estudo elaborou um produto educacional contendo reflexões sobre o racismo no Brasil, práticas antirracistas na educação e referências de literatura, filmes, documentários e palestras que apresentem olhares sobre a questão racial, para uso em sala de aula ou para o conhecimento pessoal.

Por Eduardo Da Silva Araujo

Palavras-chave: Alfabetismo da Diáspora / Lei 10 / 639/2003 / Racismo / Educação Antirracista / ERER



ALGUMAS CONTRIBUIÇÕES DO LESSON STUDY PARA A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA EM AULAS QUE PROMOVAM A CONSTRUÇÃO DO CONCEITO DE VOLUMET

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 06:34)

Esse estudo teve como objetivo geral investigar como as práticas pedagógicas podem contribuir para o desenvolvimento das funções psicológicas superiores da criança com deficiência intelectual na Educação Infantil. Como objetivos específicos, buscou-se analisar o papel da mediação para o desenvolvimento das funções psicológicas superiores nos processos de aprendizagem e desenvolvimento no contexto escolar; conhecer as características e potencialidades dos sujeitos com deficiência intelectual no que diz respeito a sua aprendizagem e desenvolvimento; identificar e analisar práticas pedagógicas que potencializem o desenvolvimento das funções psicológicas superiores da criança com deficiência intelectual na Educação Infantil. Para tal, foram utilizados, como aporte teórico, os estudos de Lev S. Vigotski e seus colaboradores que compreendiam que o processo de aprendizagem e desenvolvimento ocorre por meio das relações que se estabelecem com o meio e que, por meio do plano social, toda a deficiência pode ser compensada. Para alcance dos objetivos propostos, por meio da abordagem qualitativa de pesquisa, utilizamos a análise microgenética, pois este método de pesquisa consiste na compreensão dos fenômenos a partir de seu acontecer histórico, com um olhar voltado para o particular, sem perder de vista o objeto em sua totalidade. Como procedimentos de recolha de dados, utilizaram-se a observação e as entrevistas buscando compreender os movimentos que envolviam o fazer pedagógico e o desenvolvimento das funções psicológicas superiores. Esse estudo teve como lócus de pesquisa um Centro Municipal de Educação Infantil localizado no município de Serra/ES. Foram sujeitos desse estudo uma criança de dois anos com diagnóstico clínico de deficiência intelectual, a professora de Educação Infantil, a Assistente de Educação Infantil, a estagiária, a professora de Arte, a professora especialista em Educação Especial e a pedagoga. Como resultados, percebemos que o diagnóstico clínico, quando bem interpretado, pode se tornar instrumento de potência no trabalho pedagógico. Além disso, notamos que as práticas pedagógicas se constituem em ações mediadoras capazes de alavancar o processo educativo do sujeito. No caso da criança com deficiência intelectual, as práticas pedagógicas cumprem, ainda, o papel de conduzir por caminhos indiretos o curso do desenvolvimento, colocando em movimento as funções psicológicas superiores. Observamos, ainda, que as funções psicológicas superiores atuam de modo interfuncional em um sistema de (re)subordinação e reestruturação. Por fim, percebemos que o aprendizado, quando organizado de maneira adequada, pode resultar em desenvolvimento mental, possibilitando à criança com deficiência aprender e se desenvolver como sujeito social, histórico e cultural.

Por Lívia Vares da Silveira Braga

Palavras-chave: Deficiência Intelectual / Práticas Pedagógicas / Funções Psicológicas Superiores



ANÁLISE DOS ASPECTOS DA RELAÇÃO SOCIAL ENTRE CRIANÇAS :CONTRIBUIÇÕES PARA A INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 07:22)

O presente resumo apresenta a pesquisa desenvolvida no Curso de Mestrado em Educação, na linha de pesquisa Diversidade e práticas educacionais inclusivas, do Programa de Pós-Graduação da Ufes, intitulada Análise dos aspectos da relação social entre crianças: contribuições para a inclusão na educação infantil. A pesquisa visa a responder a questão: Quais os principais aspectos das relações sociais estabelecidas entre a criança com deficiência e as demais crianças em uma escola regular de educação infantil e quais as implicações dessas relações à infância da criança com deficiência e aos processos de inclusão no ambiente escolar? Para tanto, este trabalho desenvolveu um estudo de caso do tipo etnográfico, que utiliza para coleta de dados: a observação participante com registro em diário de campo, a entrevista semidirigida, a análise microetnográfica e a análise documental. Participam da pesquisa duas crianças com deficiência que estudam em um Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) do município de Serra-ES, o qual recebeu o nome fictício de CMEI Felicidade. Referencialmente, recorre aos pressupostos da Teoria Histórico-Cultural, de L. S. Vigotski, para a compreensão dos conceitos de relações sociais, subjetividade, constituição cultural, mediação, deficiência, infância e educação da criança com deficiência, e às contribuições de M. Bakhtin sobre o fenômeno da relação dialógica entre crianças, polifonia, polissemia, o lugar do Outro na tessitura do Eu-Criança e do Eu-Pesquisador da infância. Para a análise dos dados, emprega seis categorias que identificam os principais aspectos desvelados nas relações sociais entre as crianças: a linguagem como função representativa; os atos de comando/obediência como movimentos pelos quais os membros de um grupo social se afetam reciprocamente; a dinâmica tensão/equilíbrio na construção da individualidade; a imitação como uma das formas de representação social; a afetividade na relação eu ó outro; e, a brincadeira como aspecto da relação entre crianças. Como resultado, o estudo desvela a complexa rede de relações sociais que constitui a experiência escolar e as implicações destas ao desenvolvimento, à constituição da infância e à inclusão escolar das crianças com deficiência.

Por Renata Suzi Escudeiro Hastenreiter Rodrigues

Palavras-chave: Relações sociais / Deficiência / Inclusão na educação infantil



ARGUMENTAÇÃO POR MEIO DE GÊNEROS TEXTUAIS ORAIS: UMA PROPOSTA METODOLÓGICA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL II,

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 07:14)

No contexto atual das aulas de Língua Portuguesa, percebe-se uma valorização maior de atividade escritas, em detrimento de atividades com a oralidade. A produção de texto escrita é vista como a melhor forma de avaliar as habilidades argumentativas e as atividades com gêneros orais da esfera argumentativa, como debates e seminários, não são propostas com a frequência que deveriam. Deste modo, os alunos não percebem a produção de texto oral como uma prática efetiva. Uma vez que muitos não têm habilidades de escrita satisfatórias, deixam de ter a oportunidade de mostrar seu poder de argumentação em contextos orais. Partindo do pressuposto de que atividades que estimulem os alunos a expor suas ideias por meio da oralidade podem contribuir para o desenvolvimento de competências e habilidades argumentativas, melhorando a produção de textos argumentativos, apresenta-se esta proposta metodológica. Trata-se de uma sequência didática de argumentação por meio de gêneros textuais orais, com o tema A pichação e o grafite, que foi aplicada em uma turma de 8º ano do Ensino Fundamental de uma escola do municipal de Serra/ES. Essa sequência didática sugere atividades orais como forma de aprimorar as habilidades argumentativas dos alunos e, como consequência, melhorar sua escrita. O principal gênero investigado foi o debate, que permitiu grande interação e troca de opiniões e foi possível verificar que os alunos, após vivenciarem as práticas com gêneros orais, conseguiram melhorar seu desempenho na produção de textos argumentativos. Este trabalho foi apresentado a um grupo de professores de Língua Portuguesa do município de Serra/ES como forma de avaliação e houve grande aceitação. Os resultados apurados no desenvolvimento da pesquisa revelaram que esta proposta metodológica pode contribuir para com o trabalho com a oralidade e argumentação nas aulas de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental II.

Por Magda Simone Tiradentes

Palavras-chave: Palavras-chave / Oralidade / Gêneros orais / Argumentação / Sequência didática



AS DIFERENTES REPRESENTAÇÕES AO SE FAZER A TRANSPOSIÇÃO DIDÁTICA DO CONCEITO DE FUNÇÃO

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 07:26)

Neste trabalho de pesquisa, procuramos entender as diferentes representações ao se fazer a transposição didática do conceito de função, baseados em referenciais teóricos que reconhecem a escola como um espaço não simplesmente repetidor de conhecimentos científicos, mas caracterizado pela produção e transformação de conhecimentos, no qual o processo de ensino-aprendizagem1 da matemática se dá pela compreensão, tratamento e conversão das representações dos objetos matemáticos. Para atingirmos os nossos objetivos, procuramos compreender como o conceito de função foi estabelecido, conhecendo sua construção histórica, refazendo a sua trajetória de produção como saber científico2 e passando pelas propostas de estudiosos e pelas orientações dos PCN para promover a sua transposição didática como objeto de ensino para o ensino médio. Numa linha de pesquisa qualitativa, com um olhar das teorias da didática da matemática de Yves Chevallard, das representações semióticas de Raymond Duval e do rigor do conceito fundamental de função de Bento de Jesus Caraça, analisamos como a construção do conceito de função foi proposta no livro didático adotado pela escola e, por meio de observações de sala de aula, verificamos como se deu, na prática, o desenvolvimento desse conceito e se os professores modelaram situações do cotidiano no estudo do conceito de funções para desenvolver o pensamento variacional3. Vimos que o livro didático adotado não dá elementos fundamentais para a formalização do conceito de função nem os professores utilizam, de forma coordenada, as diversas representações desse conceito quando abordam as representações algébricas, tabelas e gráficos, não possibilitando ao aluno uma aprendizagem significativa de dependência, correspondência, variáveis dependentes e independentes. Por fim, apresentamos recomendações didático-pedagógicas na forma de guia didático que auxiliem o professor na transposição didática do conceito de função.

Por Edson Alkimim

Palavras-chave: Transposição Didática / Representação Semiótica / Conceito de Função / Educação Matemática



AS POLÍTICAS DE PROTEÇÃO SOCIAL NO CONTEXTO ESCOLAR

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 12:14)

Esta dissertação teve o objetivo de investigar como a formalização das políticas de proteção social via programas e projetos socioeducativos se articulam com a educação escolarizada. Realiza uma discussão conceitual acerca das políticas de proteção social e “vulnerabilidade e risco social” a partir de aspectos históricos situando-as na lógica societária das desigualdades e complexificações das refrações da questão social do modelo capitalista de produção e reprodução social, sobretudo no contexto das reformas do Estado brasileiro enquanto demanda dos ajustes neoliberais. O lócus da pesquisa foi uma escola da rede pública municipal de Serra/ES. As investigações foram realizadas em duas etapas. A primeira constituiu-se de um estudo exploratório de caráter qualitativo. Por meio das análises abstraídas dessa fase, foi realizado um estudo de caso como segunda etapa da pesquisa. Os instrumentos utilizados, análise de documentos, observação participante e entrevistas, evidenciam que os programas e projetos socioeducativos desenvolvidos no espaço escolar visando a uma suposta proteção social, não guardam relação concreta com a melhoria dos processos de aprendizagem dos alunos, logo, seus efeitos na vida escolar desses alunos não foram evidenciados. Verificou-se ainda profunda desarticulação entre as propostas pedagógicas da escola e dos docentes com os programas e projetos investigados. A partir dos dados da pesquisa, pudemos ainda constatar que tais programas e projetos adentram o espaço escolar por meio de demandas externas envolvendo a Secretaria Municipal de Educação e a iniciativa privada. Concluímos que a proteção social no espaço escolar via programas e projetos socioeducativos necessita voltar-se à articulação com políticas públicas que ultrapassem os muros da escola e que de fato garantam o acesso a bens materiais e simbólicos com vista à melhoria das condições de vida material e sociocultural dos alunos a quem são destinados e, consequentemente, a melhoria da qualidade da educação escolarizada.

Por Marcia Cristina Almeida De Oliveira

Palavras-chave: Escola e Proteção social / Programas Socioeducativos / Vulnerabilidade e Risco Social 



AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS NO PROCESSO DE INCLUSÃO DE CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA NO PRIMEIRO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL: UM ESTUDO DE CASO

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 11:51)

Este estudo assume como objetivo geral compreender o papel das relações interpessoais no processo de inclusão de crianças com deficiência em uma turma do primeiro ano do Ensino Fundamental de uma escola pública do sistema municipal de educação de Vitória. Para isso, buscou-se: investigar o papel das relações interpessoais no processo de inclusão de alunos públicoalvo da Educação Especial na escola comum; conhecer o que os profissionais que atuam com esse público entendem e como estabelecem as relações interpessoais em prol do desenvolvimento dos alunos e analisar os processos de inclusão e exclusão escolares a partir das relações interpessoais, bem como seus impactos nos processos de ensino e aprendizagem do público-alvo da Educação Especial. O referencial teórico adotado se baseou nos aportes da Psicologia Sócio-Histórica, tendo em Vigotski o principal interlocutor, considerando a premissa de que o ser humano constitui-se enquanto sujeito na sua relação com o outro social. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, desenvolvida na forma de um estudo de caso, com a utilização dos seguintes instrumentos metodológicos: observação, diário de campo, entrevistas semiestruturadas, conversas informais e fotografias. Como resultados, constatou-se que as relações interpessoais são um aspecto determinante no processo educacional dos alunos (as) com e sem deficiência, impactando de modo significativo no processo de ensino-aprendizagem. Os dados revelaram dificuldades relacionadas ao processo de relações interpessoais, vivenciadas entre os professores do ensino regular e da Educação Especial, especialmente no que se refere ao planejamento e às trocas de informações sobre os alunos com deficiência ou não. Com base nos achados da pesquisa, argumenta-se que seu desenvolvimento apresenta o potencial de contribuir com o fortalecimento e proposição de práticas educacionais mais inclusivas e democráticas, podendo vir a colaborar para a consolidação tanto da garantia de direitos quanto no âmbito da formação humana, visto que tangencia as relações interpessoais, conceito de suma importância para o ser humano numa perspectiva sócio histórica.

Por Marcia Maria Ferrari

Palavras-chave: Aprendizagem / Educação Especial / Ensino Fundamental / Inclusão Escolar / Processos inclusivos / Relações Interpessoais



ATIVIDADES DE LEITURA DE TEXTOS NA ALFABETIZAÇÃO: PROBLEMATIZAÇÕES A PARTIR DE CADERNOS ESCOLARES

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 11:55)

Objetiva analisar, a partir de cadernos escolares, atividades de leitura de textos na alfabetização de crianças, no período de 2000 a 2016. Busca responder à seguinte questão: que tipo de atividades de leitura de textos, materializadas nos cadernos escolares, vem sendo mais recorrentes na alfabetização de crianças? Teoricamente, fundamenta-se na abordagem bakhtiniana de linguagem e do seu Círculo, como Bakhtin (1992), Geraldi (2002), Bakhtin e Volochínov (2014) e Bakhtin (2015), que abordam dimensões de texto, sujeito e leitura. A metodologia utilizada foi análise documental, que teve como corpus 28 cadernos de discentes. As análises dos cadernos revelaram que o ensino proposto para a aprendizagem das atividades de leitura vem sendo pautado por textos de trechos literários que tiveram como exigências recorrentes dar respostas a questões encerradas no próprio texto. Notamos também que as atividades envolviam exercícios que apenas solicitavam aos discentes a identificar informações do texto. A segunda maior recorrência nos cadernos escolares envolvia as atividades de leitura com as canções musicais infantis que evidenciavam uma organização metodológica que tem como ponto de partida o texto, mas tem como ponto de chegada à palavra ou as sílabas e letras. Os cadernos dão indícios que as atividades de leitura de textos na alfabetização, nos municípios pesquisados (Aracruz, Cachoeiro de Itapemirim, Guarapari, Linhares, Mimoso do Sul, Montanha, São Roque do Canaã, Santa Maria de Jetibá, Serra, Vila Velha e Vitória), vêm sendo compreendida como um processo de tarefa de identificar e extrair informações textuais.

Por Romulo Teixeira Macedo

Palavras-chave: Cadernos escolares / Atividades de leitura / Alfabetização



ATUAÇÃO DO PEDAGOGO NA PERSPECTIVA DA INCLUSÃO ESCOLAR: A ARTICULAÇÃO ENTRE O PROFESSOR DO ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO E O DA SALA DE AULA COMUM

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 06:41)

Com o objetivo de discutir sobre a articulação do trabalho do pedagogo com professores do ensino médio e do atendimento educacional especializado, a dissertação teve por base a inclusão escolar de alunos com deficiência intelectual em uma escola da rede pública estadual do município de Barra de São Francisco/ES. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, tendo como metodologia o estudo de caso. Os participantes da pesquisa foram os professores efetivos e aqueles em caráter de designação temporária da sala de aula regular e do atendimento educacional especializado. Como instrumentos de produção de dados, foram realizadas entrevistas semiestruturadas, observação participante e grupo focal. O referencial teórico consiste nas discussões de Paulo Freire sobre o conceito de dialogicidade. Por meio do diálogo com os professores, foi possível conhecer a realidade e o contexto da escola e os desafios apresentados no processo de inclusão escolar dos alunos com deficiência intelectual matriculados no ensino médio. A pesquisa ilustra que significativo número de professores se interessa, participa e propõe práticas de mudanças que atendam e efetivamente incluam esses estudantes. Alguns professores reconhecem qual é o seu papel, mas sinalizam dificuldades em desempenhá-lo, alegando que ainda necessitam de auxílio para trabalhar com um grupo tão diverso, além de orientação e apoio no que diz respeito aos planejamentos e à elaboração de avaliações, em diferentes linguagens e tempos para atender a todos. Nesse sentido, foi construído o produto final, materializado em uma formação em serviço, que oportunizou aos participantes compartilharem suas dúvidas e demandas do cotidiano, concernentes aos alunos com deficiência intelectual, e elaborarem, junto ao próprio grupo de professores, estratégias que oportunizassem a construção de conhecimento e a garantia de um ensino de qualidade a esses estudantes.

Por Mariana Karoline Dias Coelho Estevam



AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM À LUZ DA PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA: CONTRIBUIÇÕES PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 12:05)

Essa dissertação tem como objeto de estudo a avaliação da aprendizagem na educação infantil e, dessa forma, realizamos um levantamento da literatura que evidencia a ausência de produções sobre essa temática, sobretudo, com base no referencial da pedagogia histórico-crítica, o que acarretou inquietações que nos mobilizaram a desenvolver essa pesquisa, pois é imprescindível evidenciar as contribuições dessa teoria pedagógica para a organização dos processos avaliativos. Tomando como base de análise o referencial da pedagogia histórico-crítica, elegemos as seguintes questões de pesquisa: 1) Qual a predominância teórica nos estudos da área da avaliação da aprendizagem escolar e quais os fundamentos epistemológicos subjacentes às produções sobre avaliação da aprendizagem? 2) Que fundamentos epistemológicos têm subsidiado as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI), no que se refere à avaliação da aprendizagem? 3) Que contradições são evidenciadas nas discussões em torno da avaliação na educação infantil? Considerando o tema dessa pesquisa, estabelecemos como objetivo geral analisar, à luz da pedagogia histórico-crítica, a predominância dos estudos na área da avaliação da aprendizagem escolar na educação infantil, buscando as suas contradições e possibilidades. Assim, delimitamos como objetivos específicos: identificar a concepção de avaliação e os fundamentos epistemológicos mais predominantes nas produções acadêmicas encontradas na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD); examinar os fundamentos epistemológicos que têm subsidiado as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil sobre a avaliação da aprendizagem escolar; elucidar as contradições presentes nas discussões sobre a avaliação da aprendizagem na Educação Infantil. Qual a predominância nos estudos na área da avaliação da aprendizagem escolar e quais os fundamentos epistemológicos adjacentes às produções sobre avaliação da aprendizagem? Que contradições são evidenciadas nas discussões em torno da avaliação na educação infantil? Diante de tais contradições, quais as contribuições da pedagogia histórico-crítica para a compreensão da avaliação da aprendizagem? Essa pesquisa é de natureza teórica, de cunho bibliográfico e documental. Os resultados apontam duas contradições em torno das discussões sobre a avaliação na educação infantil: não percebemos, nos documentos analisados nem nos autores mais citados nas produções acadêmicas, uma ruptura com o ideário defendido pela lógica neoliberal, mas sim um alinhamento a este, o que vai de encontro ao reais e necessários interesses da classe trabalhadora. Tendo em vista a hegemonia de um discurso que se vincula ao ideário do “aprender a aprender”, outra contradição decorrente dessa aliança com o projeto neoliberal refere-se ao crescente esvaziamento dos conteúdos escolares, sejam eles históricos, artísticos ou filosóficos. Nossa defesa é a de que a educação infantil necessita ter o ensino como eixo para sua organização. Buscando sinalizar alguns elementos sobre a avaliação da aprendizagem no âmbito da pedagogia histórico-crítica, entendemos que ela se constitui como atividade mediadora no interior da prática educativa, na medida em que se interpõe entre a atividade de ensino e a atividade de aprendizagem. Entender a avaliação como atividade mediadora significa superar a ideia de mediação como elo ou ponte e entendê-la como movimento da atividade que se interpõe sobre os polos da “atividade de ensino” (professor) e da “atividade de aprendizagem” (aluno), captando suas relações e ultrapassando-as, promovendo a transformação de todo o conjunto.

Por Tainara Pereira Castro

Palavras-chave: Avaliação da aprendizagem / Educação Infantil / Pedagogia Histórico-Crítica



AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM DA LEITURA E DA ESCRITA NO PRIMEIRO ANO DO CICLO DE ALFABETIZAÇÃO NA PERSPECTIVA HISTÓRICO-CRÍTICA

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 06:50)

Este trabalho, de cunho teórico-bibliográfico, tem como objeto de estudo a avaliação da aprendizagem da leitura e da escrita no primeiro ano do ensino fundamental. A formulação de nosso objetivo explicita o intento de contribuir com a explicitação de elementos que corroborem a prática pedagógica em alfabetização, no que diz respeito à avaliação de processo e de produto. Para compreender os elementos constituintes desse objeto, apresentamos discussões acerca da alfabetização no Brasil colocando em evidência os pressupostos da perspectiva construtivista, teoria que se firmou hegemônica nas últimas décadas em nosso país, e suas implicações no processo de ensino e aprendizagem da leitura e da escrita. Versamos também sobre os pressupostos teóricos e metodológicos da pedagogia histórico-crítica, referencial que fundamenta nosso estudo, explicitando como o processo de alfabetização é compreendido por essa perspectiva teórica. Entendemos neste estudo que a avaliação constitui-se em uma ação inerente à atividade humana, portanto, ela não acontece apenas no contexto escolar. Contudo, faz-se necessário diferenciar a avaliação prática e imediata, da avaliação intencional, realizada na escola e que possui um caráter sistemático. Assim, para discutirmos a avaliação do processo de alfabetização no primeiro ano do ensino fundamental à luz da teoria histórico-crítica, foi preciso compreender e apresentar neste trabalho como se dá a apropriação da leitura e escrita nesta etapa da Educação Básica. Com base nos autores estudados, consideramos que para a criança ser alfabetizada é preciso que ela desenvolva determinadas capacidades e, nesse sentido, dedicamos uma parte deste trabalho para discutir algumas questões relativas ao desenvolvimento infantil e sua relação com a aprendizagem escolar. Destacamos que a organização de um ensino desenvolvente requer que o docente planeje atividades que provoquem alterações de ordem psíquica nas crianças, assim, a avaliação se insere na prática pedagógica não apenas como produto, mas também como processo, uma vez que para planejar tais atividades, o professor precisa avaliar o nível de desenvolvimento da criança. Ressaltamos que a prática pedagógica alfabetizadora é constituída por múltiplas determinações e situar a avaliação nessa prática não é uma tarefa simples. Com isso, não tivemos a pretensão de criar modelos avaliativos, mas em nossas considerações finais realizamos um esforço teórico e esboçamos, com base nas ideias apresentadas ao longo deste trabalho, algumas questões que contribuem com a avaliação da aprendizagem da leitura e da escrita.

Por Thuany Ramos Lopes Zambon

Palavras-chave: Avaliação da aprendizagem / Alfabetização / Pedagogia histórico-crítica



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CAPIXABANDOS E CONVERSAÇÕES E JURISPRUDÊNCIAS EM FRENTE À PRESCRIÇÃO CURRICULAR NO ESPÍRITO SANTO: O CONGO COMO MÁQUINA DE GUERRA NÔMADE

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 11:48)

Esta pesquisa tem a intenção de inventar com uma escola pública micropolíticas e jurisprudências que tentam subverter os determinismos das prescrições “Base Nacional Comum Curricular” (BNCC) e “Currículo do Espírito Santo” (CES), produto da Base no contexto capixaba. Como referencial teórico-epistemológico, aposta nos estudos dos cotidianos de Certeau , principalmente, para entender os usos que os professores têm feito das prescrições curriculares supracitadas. Valora a força criativa e imanente da diferença, utilizando Deleuze e Guattari como intercessores teóricos que nos fazem pensar a escola e seus escapes como modelos arbóreos , principalmente, quando nos possibilitam delirar com a potência dos signos, daqueles que insistimos em chamar de signos capixabas . Estes aparecem na pesquisa como disparadores que evocam a força das produções culturais de resistência dos povos originários e negros diante dos absurdos impostos nos processos colonizadores. Nessa brecha é que nos valemos dos signos capixabas , sobretudo, do Congo, como política inventiva , como uma Máquina de Guerra Nômade que convoca o povo capixaba a resistir, criar e alcançar uma dimensão artística perante as perversidades da Máquina de Estado que se instaura desde 1535 no território espírito-santense. Nesse jogo, personagens conceituais são colocados por entre as linhas da escrita para nos fazer pensar nas ressonâncias que tomam nossos corpos em frente às disputas curriculares dos movimentos instituído-instituintes. Trata-se dos capixabandos e das onças. Como marco-metodológico, este estudo aposta na dimensão político-epistemológico-inventiva das pesquisas com os cotidianos , que advogam a favor dos capixabandos por não conceberem os capixabas como passivos, dóceis ou submissos, mas como aqueles que produzem políticas de currículos e nos ajudam a nos afastar dos estados da onça que tentam eclodir em nossos corpos durante este trabalho. Esta pesquisa acena para a existência de um movimento jurisprudencial que há nas escolas porque as onças legisladoras e os esturros colonizadores das normatizações acabam por tentar matar as vidas com limitações, generalidades e intencionalidades a serviço do capital. Assim, as jurisprudências demarcam a indispensabilidade das conversas cotidianas para decisões de ação pela vida, levantando o poder instituinte, cujo povo é titular, como sugestão, inclusive, da prescindibilidade de prescrições curriculares e de escritos eivados de morte.

Por Lucas Borges Soeiro

Palavras-chave: Base Nacional Comum Curricular / Currículo do Espírito Santo / pesquisas com os cotidianos / capixabandos / congo / signos capixabas



CARTOGRAFIA DOS AFETOS: OU DA ALEGRIA COMO EXPERIMENTAÇÃO POLÍTICA DA GESTÃO INVENTIVA NOS TERRITÓRIOS CRIANCEIROS

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 13:16)

Em versos de linhas gotejantes, este bordado-tese em devir-tecelã deixa destilar pistas das intensidades experienciadas nos mergulhos intensivos que puderam jorrar, trans-bordar e experimentar a alegria como potência política. Alegria política que fomenta uma gestão em seu devir inventivo nos seus desdobramentos com as processualidades formativas e a produção de currículos gestos, produzindo redes de afetos nos territórios crianceiros, na constituição de modos de existências mais alegres. Para essa aposta investigativa, busca com a cartografia, em composição com os cotidianos do território crianceiro Cmei-ar, experimentações cartodianas com o com-versar e o com-fabular e o com-partilhar e o com-viver e e e ... como potência para tecer um bordado-tese com os gestos sensíveis de uma gestão em devir. Linhas minoritárias que tecem, destecem e entretecem fios que agenciam a alegria como potência política na produção de subjetividades singularizadas nos territórios crianceiros. A aposta com as filosofias da diferença inspirou a composição teórica sobretudo com Deleuze & Guattari, em interlocução com forças outras para tecermos fios com a produção da alegria no tocante à gestão inventiva como tecitura dos processos experienciados em composição com a diferença. Experimentações efetuadas nas fendas de uma cartografia, que possibilitaram deslocamentos na produção de sentidos, na criação de mundos em redes de afetos ao encontro com um campo de forças constituído pelas crianças, docentes, pedagogas, merendeiras, serventes, auxiliares administrativos, estagiárias, auxiliares de creche, famílias, diretora escolar, artes, literaturas, filosofias, músicas, imagens, com-versas... Encontros com forças engendradas nas composições de gestos que efetuam afetos ativos. Ao encontro desses desdobramentos com as linhas sensíveis, esta pesquisa reverbera os efeitos da alegria como potência política em tempos de assombros, para fabular uma escrita tese como acontecimento intenso, tenso e aberto em zonas de indeterminação. Dessarte, este bordado-tese, em seu devir-tecelã, é um com-vitae a movimentar o pensamento sobre a alegria como potência política na gestão inventiva dos territórios crianceiros, buscando nos possíveis a afirmação da vida para não sufocarmos!

Por Juliana Paoliello Sanchez Lobos

Palavras-chave: Gestão inventiva / Processualidades formativas / Currículos gestos / Alegria



COMPOSIÇÕES EM MATILHA: POTÊNCIA COLETIVA QUE PRODUZ RESISTÊNCIAS E CRIA MOVIMENTOS INVENTIVOS CURRICULARES

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 13:03)

Trata-se de uma pesquisa que, ao potencializar a emergência de novos modos de composição e experimentações com professoras e crianças, defende as composições em matilha e o devir- lobo não como metáfora, mas como modo de problematizar a potência do trabalho coletivo no cotidiano escolar, constituindo-se como forças de resistências que, ao fazer o currículo uivar, cria movimentos de invenções curriculares. Objetiva, portanto, cartografar as singularizações que ganham força no cotidiano escolar, indicativas de novos territórios de sentido, que potencializam a constituição do comum, fortalecendo o trabalho coletivo e as invenções curriculares. Para tanto, dialoga com Deleuze, Deleuze e Guattari, Spinoza, Carvalho, Gallo, Paraíso, Simonini, dentre outros, como intercessores teóricos para pensar a força das relações, dos afetos e afecções, dos devires, dos signos artísticos, das problematizações e experimentações na composição com o corpo coletivo escolar. Apresenta como abordagem metodológica a cartografia e as redes de conversações derivadas de encontros com professoras e crianças de uma escola de Educação Infantil do município de Serra-ES. Ao defender uma educação pensada “com” as matilhas, aposta na concepção de currículosmatilhas vividos/produzidos em meio às multiplicidades de conhecimentos, linguagens, afetos e afecções que circulam em redes de conversações e ações complexas nos cotidianos escolares e se constituem como corpos coletivos. Destaca-se, portanto, a força de uma concepção outra de currículo que, ao uivar, problematiza, perturba, provoca, desterritorializa, resiste, cria, inventa, experimenta, (re)existe. Argumenta pela expansão da força de ação coletiva na/da escola não como ajuntamento de pessoas para um trabalho coletivo homogêneo, mas como uma organização que leva em conta as multiplicidades, a diferença e a constituição de um comum plural. Conclui que as composições em matilha se constituem como potência para expansão da força de ação coletiva na/da escola, por colocarem em evidência os diferentes uivos, as multiplicidades, as diferenças que interrompem a mesmidade, o uno, possibilitando, assim, que, por meio dessas múltiplas/diferentes forças em relação, a escola venha se tornar uma comunidade sempre aberta e permeável, uma comunidade compartilhada, um coletivomatilha. Em composição com este trabalho e como produto de pesquisa, discute/problematiza a força da coletividade para a formação, para a prática docente e para os movimentos de invenções curriculares nos desdobramentos dos encontros-formação com professoras realizados no âmbito do Projeto de Extensão “Pensando em matilhas: potência coletiva que produz resistência e cria movimentos inventivos curriculares”.

Por Hociene Nobre Pereira Werneck

Palavras-chave: Coletividade / Resistências / Invenções curriculares / Redes de conversações / Cotidiano escolar



CONCEPÇÕES DE ALFABETIZAÇÃO, LEITURA E ESCRITA QUE ANCORAM O PROJETO TRILHAS

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 12:12)

Este trabalho tem como objeto de estudo os impressos do Projeto Trilhas, material pedagógico produzido em parceria entre o Instituto Natura, a Comunidade Educativa CEDAC e o Ministério da Educação. Trata-se de uma análise documental com as quais se procurou envolver as noções de enunciado, texto, gênero e suporte que possibilitaram fundamentar a proposta metodológica, pautada pelo diálogo, que teve como escopo problematizar como esse conjunto de materiais pode contribuir no processo do ensino e da aprendizagem das crianças matriculadas nas turmas do primeiro ano do Ensino Fundamental, com foco na análise das concepções de alfabetização, leitura e escrita, engendradas nos materiais. Para isso, o referencial teórico que balizou as reflexões se fundamentou nas contribuições da perspectiva bakhtiniana de linguagem e lançou ancoragens no conceito de alfabetização proposto criticamente por Gontijo (2008). As análises se constituíram como uma arena, isto é, um palco de alteridade. Logo, buscaram compreender como o conceito e as concepções se materializaram nas atividades produzidas pelos sujeitos-autores e problematizaram como os impressos do Projeto Trilhas podem contribuir para a melhoria do ensino e da aprendizagem das crianças matriculadas no primeiro ano do Ensino Fundamental. Com as análises, sustenta-se que o conceito que solidifica a constituição dos impressos deste projeto se aproxima das contribuições de Ferreiro e Teberosky (1999), isto é, a alfabetização é o processo pelo qual as crianças assimilam o código escrito e compreende os usos que são dados a ele nas culturas do escrito. A leitura se configurou como decodificação dos signos linguísticos e compreensão de significados, e a escrita como codificação.

Por Luiz Costa Ferreira

Palavras-chave: Alfabetização / Leitura / Escrita / Impresso / Compreensão / Alteridade



CONCEPÇÕES DE PLANEJAMENTO DE ENSINO: CONTRIBUIÇÕES PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 12:03)

Neste trabalho investigamos as concepções de planejamento de ensino predominantes na educação brasileira a fim de analisá-las na perspectiva da pedagogia histórico-crítica e do materialismo histórico-dialético, que foi nosso referencial teórico-metodológico. Para isso, buscamos compreender como a temática destacada se apresenta na pesquisa em educação no Brasil e como cada perspectiva pedagógica predominante na educação brasileira apresenta o planejamento de ensino. Concluímos a partir desses estudos que o ideário pós-moderno é dominante na educação escolar, se traduzindo nas pedagogias do “aprender a aprender”. Estas, precarizam a educação escolar por deslegitimar o ensino, o papel do professor, os conhecimentos historicamente construídos pela humanidade, a importância de sua apropriação, além da negação da necessidade do planejamento de ensino devido ao seu alinhamento aos referenciais pós-modernos.

Por Milena Dos Santos Queiroz Candido

Palavras-chave: Planejamento de ensino / Educação Escolar / Pedagogia histórico-crítica



CONTRA TUDO E TODOS: A FORMAÇÃO DE LEITORES EM CONTEXTOS ADVERSOS, NO MUNICÍPIO DA SERRA

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 11:59)

A presente pesquisa se insere nos diálogos do Grupo de pesquisa ―Literatura e Educação‖, da Universidade Federal do Espírito Santo. Com abordagem qualitativa, realiza especificamente um estudo de caso sobre a formação de sujeitos leitores em contextos desfavoráveis, no município da Serra – ES. Investiga como tais sujeitos de uma escola de periferia desse município se tornaram leitores em condições adversas, sejam culturais, sociais, familiares, educativas ou econômicas. Na tentativa de compreender como esses sujeitos se constituíram leitores, é preciso entender como os seus contextos histórico-sociais, econômicos, familiares, culturais se relacionam com a literatura no meio escolar e fora dele na formação de sujeitos leitores? Há indícios de a leitura literária se constituir para além da mediação pedagógica do professor? Há outros modos de mediação que participem diretamente da/na formação do aluno sujeito leitor? A partir desses questionamentos nos dirigimos ao trabalho de campo onde foi aplicado um questionário para três turmas de oitavas séries (9º anos), num total de oitenta e quatro questionários. Em seguida foi feita a escolha de cinco alunos para entrevistas. Com a investigação pudemos conhecer as práticas de leituras desses sujeitos, preferências e hábitos de leitura, formas de aquisição dos livros, frequência de leitura e os principais mediadores de leitura, dentre outros. Destacamos também a importância do papel do mediador de leitura, pois este estabelece uma espécie de ligação entre o leitor e o texto. A principal teórica que trata da nossa temática é a antropóloga Michèle Petit (2009 e 2013), que irá ao encontro das especificidades da adolescência, principalmente de periferias. Numa interlocução com Pètit, o trabalho abarca diversas formas de mediação com a leitura e também na formação de leitores. Nesse caso usamos as obras: A arte de ler ou como resistir à adversidade (2009), Os jovens e a leitura: uma nova perspectiva (2009) e Leituras: do espaço íntimo ao espaço público (2013).

Por Lucecleia Francisco Da Silva

Palavras-chave: Leitura literária / Mediação / Formação de leitores / Adolescentes



CONTRIBUIÇÕES DE UM CURSO DE FORMAÇÃO, NA PERSPECTIVA DO ENSINO POR INVESTIGAÇÃO, PARA (RE)SIGNIFICAÇÃO DA PRÁTICA DE PROFESSORES DE CIÊNCIAS DAS SÉRIES FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL DO MUNICÍPIO DA SERRA/ES

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 12:51)

Este estudo teve por objetivo compreender as contribuições de um curso de formação, na perspectiva do ensino por investigação, para a (re)significação da prática de professores de Ciências dos anos finais do Ensino Fundamental do município da Serra/ES. A pesquisa foi realizada com 18 professores que participaram de um curso de formação sobre o Ensino por Investigação, realizado através de uma parceria entre a Secretaria de Educação Municipal da Serra/ES e o Laboratório de Educação em Ciências (LABEC) da Universidade Federal do Espírito Santo. Foi realizada uma pesquisa qualitativa, cujos dados foram obtidos por meio de relatos de experiência produzidos no contexto do curso de formação e por meio de um questionário online aplicado posteriormente a professores participantes do curso. Na análise dos dados, contamos com a lente da teoria da atividade, que possibilitou uma maior compreensão do fenômeno em estudo. Nos resultados, identificamos que a (re)significação da prática dos professores foi desafiada por tensões e contradições, algumas delas relacionadas a dificuldades na compreensão da abordagem investigativa, enquanto outras, a condições de trabalho dos professores. Alguns docentes passaram a desenvolver, nas aulas de Ciências, práticas próximas à teoria que foi estudada no curso. Outros docentes, mesmo não tendo desenvolvido atividades investigativas em suas aulas, foram influenciados pelo curso em relação à necessidade de repensar a organização das aulas, de modo a possibilitar uma participação mais ativa dos estudantes. A partir dos resultados e reflexões proporcionados por este estudo, identificamos alguns elementos importantes a serem considerados em propostas de formação sobre o ensino por investigação: contribuir com a reflexão sobre os motivos pelos quais os docentes realizam a atividade de ensino; identificar as concepções dos professores sobre ciência; dialogar sobre práticas e normas da cultura científica; discutir sobre as condições vivenciadas pelos professores em seu trabalho e estudar os fundamentos teóricos e metodológicos do ensino por investigação, dedicando mais tempo à etapa de problematização.

Por Lidiane Dos Santos Scarabelli Ribeiro

Palavras-chave: Ensino de Ciências / Ensino por Investigação / Formação de Professores



CULTURA IMATERIAL E DIVERSIDADE ÉTNICO-RACIAL DA SERRA NA FORMAÇÃO DOCENTE: PELOS CAMINHOS DO CONGO E DA FOLIA DE REIS

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 06:47)

As constituições socioculturais brasileiras foram norteadas pelas desigualdades geradas a partir do processo colonizador, e ratificadas dentro do sistema capitalista, privilegiando a cultura eurocêntrica, invisibilizando as contribuições dos ameríndios e afro-brasileiros. As culturas imateriais oriundas desses povos foram notoriamente, alijadas e detratadas. Esse contexto perpassa o cotidiano escolar, que se vê envolto a esses “modelos culturais”, que possivelmente vem reproduzindo racismos, preconceitos e exclusões sociais. Esse panorama adverso amparou o lócus dessa pesquisa, que ocorreu no município da Serra-ES, onde a maioria da população é afrodescendente e a escola torna-se um campo de tensões culturais, sociais e étnicas. Realizamos assim, um estudo com foco na cultura imaterial da Serra na formação de professores, por meio das expressões culturais do Congo e da Folia de Reis no município. Procuramos fazer emergir, a possível herança afrodescendente presente nessas expressões culturais, com propósito de incentivar novas práxis, ligadas ao reconhecimento dessas culturas e ao ensino das relações étnico-raciais na escola, potencializando os movimentos com a memória e pertencimento dos sujeitos. No percurso metodológico priorizamos a Pesquisa Participante em Paulo Freire (1987) e Brandão (1977), considerando a relevância de suas pesquisas, dentro das perspectivas educacionais e antropológicas, alicerçadas em contribuições coletivas. Na intenção de apreender nossa pesquisa, perscrutamos as vozes dos sujeitos em Nova Almeida-Serra, onde analisamos suas produções, nas culturas do Congo e da Folia de Reis, seus gestos e relatos foram valiosos para esse estudo. Outro momento relevante ocorreu em um Curso de Extensão, desenvolvido com professores dos Anos Iniciais da Serra, onde forjamos um diálogo colaborativo, valorizando as experiências coletivas. As narrativas docentes concernentes ás práticas com a cultura imaterial, apontaram para escassez de trabalhos com a diversidade étnica e cultural, em suas formações. Esse fator, tem resultado em uma raridade de práticas de ensino com a temática na escola e na desvalorização da cultura imaterial de origem popular. Os estudos teóricos aliados ás narrativas dos sujeitos, evidenciaram que essa realidade reproduz preconceitos e racismos no ambiente escolar, havendo a necessidade de transcender essas ações. As práticas formativas foram essenciais, oportunizando novas reflexões ao coletivo docente, ampliando o movimento para transfigurações das práxis com a diversidade étnico-cultural.

Por Nadia Juliana Rodrigues Serafim

Palavras-chave: Cultura imaterial / Formação docente / Educação / Diversidade étnico-racial



CURRÍCULOS ENREDADOS POR FORÇAS, AFETOS E AFECÇÕES: O QUE PODE UM CORPO-PENSAMENTO QUE DESEJA DANÇAR?

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 13:14)

Este trabalho objetiva pensar o currículo e a formação de professores em redes macropolíticas e micropolíticas dentro e fora da escola. Constitui-se em uma aposta na vida, mas uma vida outra: vida em errância, vida livre, vida desfigurada. Apresenta Deleuze, Guattari, Rolnik, Carvalho, Corazza, Dias, dentre outros, como intercessores teóricos, para deslocar o pensamento, que convoca a estancar “Eus” e pensar o que está à espreita. Apresenta, também, os signos artísticos na criação de sensações; a Filosofia, na (trans)criação de conceitos; a ciência (Educação), na criação de funções na tessitura de tramas que compõem uma conversa infinita. Como método de pesquisa, recorre à cartografia de Deleuze e Guattari e às redes de conversações, de Carvalho, para pensar forças, afetos e afecções em composições curriculares de uma escola de Ensino Fundamental e, também, em encontros vividos em espaçostempos de formação continuada com professores do município de Serra (ES). Tal como Deleuze, cujos intercessores são, além de filósofos como Espinosa e Foucault, a literatura, o cinema e a pintura, na composição deste trabalho intenta-se fazer conexões com sensações produzidas no corpo-pensamento no encontro com a imagem-dança. Ao entrar em relação com obras da “Quasar Cia. de Dança” e do coreógrafo Henrique Rodovalho realiza-se alguns agenciamentos com a dança que, enquanto signo artístico, é movida por linhas intensivas e extensivas na criação de outros mundos possíveis estabelecendo encontros infinitos com uma vida em imanência. Este trabalho assume uma dimensão ética, estética e política na tentativa de uma composição em devir-artista, configurando-se como um corpo-pesquisa de olhar curioso, experimentador, perguntador. Um olhar atento ao que se passa por entre as frestas deixadas pela ciência moderna realizando problematizações em relação às certezas, às “receitas” de aprenderensinar para pensar aquilo que vibra no “meio”, em constante processo de demolição, de (des)(re)territorialização. Um currículo enquanto corpo-relação, corpo-afecção e corpo-político dança entre forças macro e micropolíticas ampliadas pelo desejo coletivo. Uma formação inventiva enquanto máquina de guerra é um corpo-pensamento que deseja dançar no deslocamento e criar movimentos entrando em relação com uma vida imanente no cotidiano escolar. Assim, as relações saber- poder-subjetividade são pensadas de outro modo e a invenção ganha fôlego e velocidade no “meio” criando outros mundos possíveis, outros modos de existência e de resistência ativa: um pensamento que deseja dançar constitui-se em processos de subjetivação inventando rasuras, rabiscos, frestas, fendas, outros modos de existir e resistir.

Por Eliana Aparecida De Jesus Reis

Palavras-chave: Currículo / Formação de professores / Corpo-pensamento / Macro e micropolíticas / Máquina de guerra



CURRÍCULOS INVENTIVOS ENTRE MACRO/MICROPOLÍTICAS: POR UMA VIDA BONITA NO COLETIVO DO COTIDIANO ESCOLAR

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 11:37)

A ousadia dos filósofos da diferença entrelaça-se a esta pesquisa como um convite para afirmar a vida que (re)existe e cria movimentos curriculares coletivos nas fissuras do currículo instituído. Mergulhada nos cheiros, gostos, barulhos, silêncio do cotidiano escolar, a pesquisa cartografa movimentos de micropolíticas ativas em uma escola de ensino fundamental do município da Serra-ES, a fim de problematizar movimentos curriculares inventivos que podem ser produzidos nessa relação. Um convite para violentar o pensamento e experimentar, em vez de interpretar, um movimento que rompe com a ideia fixa de currículo e se abre a pensar em currículos, tantos quantos forem necessários para a diferença proliferar. Uma aposta na força do coletivo de professoras e professores e em redes de conversações provoca a pensar: Que movimentos curriculares inventivos corpos coletivos podem constituir, entre macro/micropolíticas, na intenção de afirmar uma vida bonita no cotidiano escolar? Propõe pensar a educação como um rizoma, que age entre as coisas e desliza de modo contínuo, diferentemente do pensamento arborescente que limita, enquadra e desconsidera as singularidades. Argumenta um fazer coletivo de currículos entrelaçados aos signos da arte, na perspectiva da criação, que abre espaço para proliferar a diferença, e não a representação. Em diálogo com a filosofia da diferença, de Deleuze e Guattari, com a concepção de currículo e as redes de conversações de Carvalho, com o pensamento de Rolnik acerca das micropolíticas ativas e em composição com outras pesquisas com os cotidianos, esta pesquisa aposta em currículos que agem como a criança das poesias de Manoel de Barros e traçam desvios e caminhos sinuosos, mesmo diante da insistência para trilharem por linhas retas; currículos que, como pássaros, se desprendem das formas, voam e pousam quando sentem necessidade; e currículos que, como andarilhos, inventam outros caminhos, não fixam estradas; currículos que têm compromisso com a vida que pulsa nos cotidianos escolares; currículos que afirmam uma vida bonita! Numa cartografia que está sempre aberta às experimentações, conclui-se que, entre as formas que insistem em bloquear as forças, professoras e professores, coletivamente, criam processos de resistências e problematizam os currículos, inventando outros modos de curricular, outros modos de professorar, afirmando a vida que vaza, (re)existe e é bonita!

Por Andrea Dos Santos Gabriel

Palavras-chave: Movimentos curriculares inventivos / Micropolíticas ativas / Resistências coletivas / Signos da arte



D

DIÁRIO DE UMA CONTADORA DE HISTÓRIAS: UM ESTUDO FENOMENOLÓGICO EXISTENCIAL

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 06:12)

Este estudo objetiva desvelar fenomenologicamente as memórias, vivências e práxis docentes por meio de reflexões, registros e narrativas particulares dos espaços/tempos em imbricamento com a arte de contação de histórias. Busca intercambiar a contação de histórias como prática criativa e potente na formação continuada de professores da educação infantil por meio do desvelamento dos modos de ser em seus entrelaçamentos. Em termos de fundamentação teórica, está pautado nos conceitos de redução fenomenológica e intuição das essências de Forghieri (2002), na escuta empática de Rogers (ROGERS; ROSENBERG, 1977) e nas contribuições de memórias e narrativas de Benjamin (1984, 1994). Para tanto, adota o método da suspensão fenomenológica de Gomes (2004, 2015), bem como o envolvimento existencial e o distanciamento reflexivo de Forghieri (2002). Faz uso de instrumentos, como o diário de campo, relatos de memórias e versão de sentido evidenciando aspectos relativos ao “lugar de fala”, suas vivências e as contribuições nas práticas docentes. Nesse percurso, o método fenomenológico existencial busca compreender, por meio desta pesquisa fenomenológica-eidética, a vivência de uma contadora de história. Como considerações finais, sinaliza que o lúdico, pela arte da contação de histórias, potencializa as práticas docentes, sobretudo na educação infantil, e favorece os processos de ensino-aprendizagem.

Por Jannaina Calixto de Lima

Palavras-chave: Contação de histórias / Pesquisa fenomenológica / Educação infantil



E

EDUCAÇÃO AMBIENTAL A DISTÂNCIA NAS REDES E PROCESSOS DE FORMAÇÃO, CURRÍCULOS E SUBJETIVAÇÃO

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 12:22)

A pesquisa Educação Ambiental a Distância nas redes e processos de formação, currículos e subjetivação encontra movimento na cartografia dasconversações e narrativas em redes tecidas e em constituição nos cotidianos de espaços educadores. O objetivo maior da pesquisa está em pensar e problematizar a formação continuada de educadores/as em Educação Ambiental a partir da oferta do I Processo Formador em Educação Ambiental a Distância - PFEA@D1 - ofertado no Brasil entre os anos de 2009-2010. A produção de dados encontrou aporte nos documentos do processo formador e em seus desdobramentos na escola. Nos diferentes espaçostempos, do AVA e do ambiente escolar, as produções dos sujeitosmosaicos movimentaram pensamentos e práticas. Nos diálogos com outros, nas oficinas, nas aulas e nas conversascomsujeitosmosaicosencontramos pistas e dispositivos que potencializam a vida, que fazem pensar a Educação Ambiental como processos, invenção e verdades em tempos atravessados pela tecnologia, também como possibilidade de um mundo melhor frente à crise socioambiental em tempos de transição paradigmática. As problematizações ainda encontram fluxos na filosofia, nos paradigmas da complexidade e do caos, nas ideias de muitos autores, nos saberesfazeres e subjetividades de educadores/as e alun@sque emergem entre o possível...real...atual...virtual e as redes de educação ambiental.As experiênciascom o PFEA@D fizeram emergir outros currículos, criaram possibilidades, linhas de fuga. Produziram processos de subjetivação relevantes para se entender a constituição dos sujeitosmosaicos. Possivelmente educadores/as e alun@s foram atravessados/as por afetos e desejos que tocaram, interviram em suas relações, conhecimentos e práticas em EA e transformaram suas percepções de/no mundo.

Por Atonildo Pereira Porto

Palavras-chave: Educação Ambiental / EaD / Processos de formação / Currículos / Subjetivação / Narrativas



EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVA: A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 12:50)

Ancorada na trajetória acadêmica e profissional, bem como no interesse de ampliar as discussões acerca do tema, a pesquisa teve como lócus central a formação continuada de professores, com o objetivo caracterizar esse processo no que se refere à interface entre as modalidades de ensino Educação de Jovens e Adultos e Educação Especial na perspectiva inclusiva, com base nas experiências de um grupo de professores que atuam em uma escola no município da Serra/ES. A pesquisa intentou também apresentar a política educacional da rede municipal da Serra/ES voltada para Educação de Jovens e Adultos e para Educação Especial; conhecer as demandas de formação continuada de professores na escola investigada; discutir o processo de formação continuada, tendo em vista as concepções dos professores sobre as modalidades de ensino; por fim, constituir uma proposta de formação continuada tendo em vista a Educação de Jovens e Adultos e Educação Especial na perspectiva inclusiva. O caminho metodológico percorrido ocorreu a partir da pesquisa qualitativa através do estudo de caso. Para a produção de dados, realizaram-se entrevistas semiestruturadas, com um total de 7 professores. As discussões se enriqueceram com base nos estudos de António Nóvoa, cujas teorizações sobre a “metamorfose” da escola e a busca por uma nova institucionalidade docente possibilitaram a reflexão e o diálogo com os resultados produzidos. Diante dos dados analisados, elaborou-se, como produto educacional, uma proposta de formação continuada com objetivo de (re) significar a atualização de professores que atuam em sala comum na EJA, viabilizando temas que discutem sobre a Educação Especial na perspectiva inclusiva.

Por Romeu Barbosa Pacha

Palavras-chave: Formação continuada de professores / Educação Especial / Educação Inclusiva / Educação de Jovens e Adultos



EDUCAÇÃO EM DIREITO NA FORMAÇÃO PARA CIDADANIA: UM ESTUDO EXPLORATÓRIO DE CONCEPÇÕES DE ESTUDANTES DO TERCEIRO ANO DO ENSINO MÉDIO SOBRE DIREITOS E OBRIGAÇÕES ESSENCIAIS AO EXERCÍCIO DA VIDA CIVIL

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 12:11)

O presente trabalho teve como objetivo principal investigar concepções que estudantes do terceiro ano do ensino médio possuem sobre direitos e obrigações essenciais ao exercício da cidadania. Para tanto, foi elaborado um questionário composto de 20 questões fechadas e 9 questões abertas na forma de estudo de caso abordando alguns direitos e obrigações essenciais ao exercício pleno da vida civil. O instrumento foi submetido a 136 estudantes, entre 16 e 18 anos, de ambos os sexos, regularmente matriculados no terceiro ano de três escolas públicas de Ensino Médio. Os resultados apontam que, de modo geral, as concepções dos estudantes sobre legislação estão mais próximas das disposições legislativas naqueles direitos que permeiam sua realidade prática e, vai se distanciando à medida que os direitos propostos estavam distantes de sua realidade, de modo que, aparentemente, o conhecimento que os mesmos possuem acerca dos direitos repousam mais no senso comum que no aprendizado escolar. As conclusões apontam a necessidade de estratégias pedagógicas para inserção de noções de Direito para os estudantes do Ensino Médio, principalmente transversalmente aos conteúdos concernentes às disciplinas da área das Ciências Humanas. Com base nessas conclusões, foi elaborada uma proposta com sugestões de diretrizes para implementação da Educação em Direito no contexto das disciplinas de História, Geografia, Sociologia e Filosofia, à partir de um entrelaçamento entre os conteúdos presentes no Currículo Básico da Escola Estadual do Espírito Santo e dispositivos legislativos que pudessem dialogar com as temáticas, em busca de estabelecer uma proposta mínima que pudesse, sem prejuízo do desenvolvimento dos conteúdos, servir como instrumento para promoção da Educação em Direito, contribuindo, assim, na formação para a Cidadania

Por Claudia Cristina Gimenes

Palavras-chave: Educação em Direito / Ensino Médio / Cidadania / Formação de Cidadãos



EDUCAÇÃO FÍSICA, LINGUAGEM E INCLUSÃO: O HIP HOP COMO FERRAMENTA DE HUMANIZAÇÃO E PRODUÇÃO CULTURAL DE JOVENS E ADULTOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL E AUTISMO

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 07:26)

O objetivo geral dessa pesquisa se centra em analisar as múltiplas formas de linguagem presentes em uma experiência de ensino-aprendizagem do hip hop como instrumento de humanização e de inclusão social de pessoas com deficiência intelectual e autismo. Para tanto, o estudo problematiza os diversos sentidos que a linguagem pode produzir na constituição humana desses sujeitos. Identifica e reflete sobre os processos de internalização e de produção cultural que emergem nessa experiência. Utiliza o hip hop como conteúdo de ensino, com vistas à apropriação de suas múltiplas dimensões de linguagem (grafite, DJ, MC, break, skate e basquete de rua) como instrumento de enfrentamento ao hiato presente nas relações sociais que tomam a linguagem oral como única forma de interlocução/interação social. Apoia-se na abordagem histórico-cultural, com especial destaque para as contribuições de Lev S. Vygotsky sobre a importância do contexto histórico e cultural e das interações sociais para os processos de humanização. Fundamentamo-nos também na pesquisa-ação existencial de René Barbier, em que os membros do grupo participante tornaram-se colaboradores íntimos da pesquisa, implicando-se em relação ao objeto. Participaram do estudo 25 jovens e adultos com deficiência intelectual e/ou autismo atendidos por um projeto de extensão da Universidade Federal do Espírito Santo e também seus responsáveis legais. Ademais, colaboraram com o desdobramento do estudo, de maneira coletivo-colaborativa, uma coordenadora do projeto, duas professoras, cinco bolsistas, cinco estagiários e dois voluntários do programa, constituindo o pesquisador coletivo. Os dados foram coletados por meio de diários de campo, fotografias, videogravações, grupos focais e observações captadas a partir das diferentes formas de linguagem produzidas pelos sujeitos. Todos os registros foram organizados a partir da análise categorial de conteúdos e da análise microgenética. O processo revelou que as múltiplas formas de linguagem presentes no hip hop ampliaram as possibilidades de internalização e produção do break, DJ, grafite, rap, basquete de rua e beat box, por parte dos sujeitos de nosso estudo, contribuindo para a humanização e a inclusão social. Fez-se possível problematizar os sentidos que jovens e adultos com deficiência intelectual e autismo produziram, ao possibilitar sua externalização, permitindo que outras pessoas significassem suas produções. Houve, assim, avanços na superação do hiato presente na interlocução entre sujeitos com e sem deficiência participantes da pesquisa, considerando que o percurso refinou os processos de compreensão das subjetividades via diversificação dos modos de expressão.

Por Dainae Matheus Pessoa

Palavras-chave: Linguagem / Inclusão / Deficiência Intelectual / Autismo



EDUCAÇÃO INFANTIL EM TEMPO INTEGRAL NOS MUNICÍPIOS DE SERRA E VILA VELHA: OS PLANOS MUNICIPAIS EM DESTAQUE

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 11:24)

Este trabalho analisa os desafios que se colocam ao processo de implementação da educação infantil em tempo integral, à luz dos novos Planos Municipais de Educação, nos dois municípios considerados mais populosos da Região Metropolitana da Grande Vitória (RMGV), Vila Velha e Serra. Estabelece como objetivos identificar como se dá a organização e a implementação da política de educação em tempo integral, no âmbito das Secretarias Municipais de Educação, e analisar as estratégias adotadas por esses Municípios para a efetivação desse processo. É uma pesquisa qualitativa, de caráter exploratório, cuja coleta de dados se dá pela realização de entrevistas semiestruturadas e pela análise de documentos oficiais. Tem como sujeitos os coordenadores das Gerências de Educação Infantil (GEIs) das Secretarias Municipais de Educação, os presidentes dos Conselhos Municipais de Educação (CMEs) e os representantes da educação infantil e da educação em tempo integral desses Conselhos. Busca compreender como os Municípios estão organizando a implementação da educação infantil em tempo integral a partir dos seus Planos Municipais de Educação. Na investigação, percebe discrepâncias no que tange ao atendimento da creche e da pré-escola e constata que a efetivação das estratégias que tratam da educação infantil, seja no tempo parcial seja no tempo integral, se torna um grande desafio, sobretudo quando a busca pela expansão da educação infantil não se articula com outras demandas públicas da primeira etapa da educação básica. Constata também que, apesar das novas prerrogativas contidas nos Planos Municipais de Educação, a ampliação e a oferta da educação infantil em tempo integral não se constituem como prioridade nos Municípios pesquisados, uma vez que suas respectivas secretarias de educação estão procurando, a princípio, garantir a pré-escola, obrigatória e gratuita, para crianças de quatro a cinco anos. Tendo em vista que o Plano Nacional de Educação (PNE), Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014, é um instrumento de planejamento do estado do Espírito Santo que norteia a execução e o aprimoramento de políticas públicas educacionais, conclui que a implementação do PNE (2014-2024) demanda esforço para vencer um desafio que, desde a Constituição de 1988, o campo da educação enfrenta, a saber, a efetivação do direito à educação das crianças pequenas. Para finalizar, aponta como importante para futuras pesquisas conhecer como as crianças e seus modos de vida estão sendo considerados nesse processo que termina por legislar a oferta da educação infantil em tempo integral

Por Telmy Lopes De Oliveira

Palavras-chave: Educação Infantil / Tempo Integral / Plano Nacional de Educação 



EDUCAÇÃO NA CIDADE: CONFLITOS E CONTRADIÇÕES NO PROCESSO DE PRODUÇÃO DO ESPAÇO DO BAIRRO JARDIM TROPICAL NA SERRA/ES

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 11:30)

O texto apresenta pesquisa vinculada à linha de formação de professores, do Programa de Pós Graduação em Ensino de Humanidades (PPGEH). O objeto de investigação focaliza o processo de produção do espaço urbano do bairro Jardim Tropical, Serra/ES, a partir da abordagem que promove o estudo sobre a cidade, estimulando a compreensão de diferentes versões sobre o seu processo histórico de transformação. O principal objetivo da pesquisa configura-se na investigação sobre o processo de constituição do bairro Jardim Tropical, a fim de problematizar e revelar conflitos e contradições existentes nesse espaço urbano, de modo a contribuir para a produção de material educativo, para compor ações formativas com professores da educação básica. O estudo desta pesquisa propõe oferecer uma possibilidade de organização do ensino sobre o referido bairro em perspectiva crítica e dialógica, como pressupõe a abordagem da educação na cidade. Para alcançar o objetivo delineado, em termos teórico- metodológicos, busca inspiração em princípios do materialismo histórico e dialético, articulados aos pressupostos sobre direito à cidade, desenvolvidos por Henri Lefebvre. Trata-se de pesquisa do tipo teórico-empírico, organizada para a elaboração de material educativo sobre o bairro Jardim Tropical. Que discutem a produção e constituição desse espaço urbano, bem como as relações com o processo de desenvolvimento da industrialização do município de Serra/ES. O estudo recorre à análise documental, arquivos, documentos oficiais, fotografias, entrevistas com moradores mais antigos do bairro, investigação in loco, entre outros. Em um segundo momento, esse material educativo foi validado pelos membros do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre educação na cidade e Humanidades (Gepech). Após a validação, de natureza técnica, configurou-se a versão final do produto, no formato e-book. Esse formato eletrônico possibilita atingir um público maior, especialmente pela possibilidade de acesso livre por meio do site do PPGEH e do repositório Educapes. A proposta envolvida para o estudo do bairro Jardim Tropical no contexto do trabalho pedagógico nos anos iniciais, formulada nesta pesquisa, alimenta a expectativa de instigar novas iniciativas pedagógicas na rede pública, especialmente no que se refere ao município de Serra, tornando-se uma possibilidade de trabalho na perspectiva da educação na cidade e do direito à cidade. Assim, este estudo defende que, por meio das ações formativas realizadas na escola, na área de ensino de humanidades, professores e estudantes possam desenvolver um olhar atencioso e crítico sobre os espaços urbanos, compreendendo diferentes relações que encobrem contradições que legitimam e naturalizam desigualdades no cotidiano da vida urbana.

Por Cynara Ramos Siqueira

Palavras-chave: Educação na cidade / Produção do espaço urbano / Bairro Jardim Tropical



EDUCAÇÃO PARA AS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS (ERER) E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES: PERCURSOS FORMATIVOS NO MUNICÍPIO DE SERRA – ES

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 11:23)

Este estudo vincula-se à linha de pesquisa Formação de Professores, do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Humanidades (PPGEH), do Instituto Federal do Espírito Santo, Campus Vitória. Objetiva analisar as contribuições do curso de formação continuada, ofertado pela Coordenação de Estudos Étnico-Raciais (CEER) da Secretaria de Educação, para a formação de professores do Sistema de Ensino do município de Serra (ES). Esse propósito pautou-se no seguinte problema de pesquisa: quais as contribuições do curso de formação continuada ofertado pela Coordenação de Estudos Étnico-Raciais (CEER) para a formação dos professores do Sistema de Ensino do município de Serra e quais seriam as demandas formativas dos professores egressos, advindas de suas vivências nas escolas? Foram analisadas, no recorte temporário de 2007 a 2022, pesquisas que sob alguns aspectos dialogam com a nossa. Como embasamento teórico, no que tange à formação de professores trilhamos sob a perspectiva das concepções de: Freire (1967, 1987,1996, 2000, 2001); Imbernón (2010, 2011); Tardif (2014); Caprini (2017) e outros. Os estudos de referência para a temática da Formação de Professores e a Educação para as Relações Étnico-Raciais (ERER) foram de Gomes (2003, 2005, 2012, 2017), Gomes e Silva (2002), Candau (2014) e outros. Optamos pela pesquisa qualitativa, do tipo pesquisa-ação colaborativa sob o aporte teórico de Thiollent (1986, 2022), Tripp (2005) e Franco (2005). Para a produção de dados, diferentes instrumentos e estratégias foram utilizados: sessão de estudos reflexivos, questionários, observações, registros e avaliação. A análise dos dados deu-se a partir da Análise de Conteúdo de Bardin (2011) e Franco (2021). Esta pesquisa buscou oportunizar aos professores egressos do curso de formação continuada em tela reflexões acerca de suas práticas pedagógicas e as implicações dessas práticas para a valorização da história africana, afro-brasileira e indígena nas escolas serranas, bem como colaborar para um aprofundamento epistemológico no que concerne à educação para as relações étnico-raciais. O produto educacional elaborado, a partir deste trabalho, qual seja, uma proposta de formação continuada sob o caráter de “pós-formação”, enseja contribuir com o desenvolvimento de práticas pedagógicas incorporadas da diversidade étnico-racial e da luta antirracista.

Por Tânia Maria Dos Santos

Palavras-chave:  Educação / Formação de professores / Relações Étnico-Raciais



ENSINO DE CIÊNCIAS E RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS: UMA PROPOSTA DE FORMAÇÃO PARA PROFESSORES DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL VITÓRIA

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 11:36)

Esta pesquisa investiga possíveis resultados de uma formação continuada de professores que atuam nos anos iniciais do Ensino Fundamental, cujos diálogos discutem relações étnico-raciais no contexto da educação em Ciências. Com enfoque qualitativo de pesquisa-participante, a prática formativa, desenvolvida em uma escola municipal da Serra (ES), apoiou-se no método dialógico freiriano e foi realizada com 21 professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Na intenção de uma reflexão sobre a práxis docente, a formação continuada possibilitou a construção coletiva de um programa pedagógico, que foi praticado com os estudantes da escola. Para isso, fundamentamos nossos estudos nos pressupostos teóricos de Kabengele Munanga, Nilma Lino Gomes, Elisa Larkin Nascimento, Lilia Schwarcz, Paulo Freire e outros estudiosos do campo da pesquisa. A interpretação dos resultados foi baseada na proposta dialética de Mynaio (2016), por concordarmos que os dados produzidos pela investigação representam uma aproximação da realidade. Como produto educacional deste trabalho, elaboramos um E-book com as vivências da formação, voltado aos profissionais da educação que pretendem desenvolver uma ação educativa com objetivos semelhantes.

Por Franciele Teixeira Da Silva Polez

Palavras-chave: Educação para as relações étnico-raciais / Ensino de Ciências / Formação de professores / Anos Iniciais



ENSINO-APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA: COMO APRENDE O SUJEITO COM SÍNDROME DE DOWN?

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 12:16)

Esta pesquisa teve como objetivo ampliar a compreensão do processo de ensino e aprendizagem da Matemática para alunos com síndrome de Down inscritos nos últimos anos do Ensino Fundamental, assumindo as características de um estudo de caso colaborativo. Os sujeitos centrais foram duas alunas dos últimos anos do Ensino Fundamental de uma escola pública municipal de Serra - ES. Alice, de 16 anos, cursava a 7ª série, e Bárbara com 13 anos o 6º ano. Cada uma delas era acompanhada por uma estagiária que cursava Pedagogia. A pesquisa procurou identificar e avaliar seus conhecimentos lógico-matemáticos, analisou o processo de ensino e aprendizagem de Matemática empregado, as limitações das alunas e suas potencialidades. Buscou estratégias para levá-las à aprendizagem desta disciplina, e estabeleceu relações para a construção de conhecimentos matemáticos que lhes permitisse compreender e transformar o seu dia a dia. A coleta de dados foi realizada através da observação participante, diário de campo, memórias analíticas, análise documental e áudio gravação. Para o embasamento teórico nos apoiamos principalmente em Vigotski e DAmbrósio. Realizamos um período exploratório em que as alunas foram observadas em suas aulas e nos demais espaços escolares. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com profissionais que trabalhavam com essas alunas, com seus responsáveis e com elas mesmas. A sondagem mostrou que as alunas não possuíam conhecimentos numéricos elementares trabalhados nas séries iniciais, não eram alfabetizadas e interagiam pouco com professores e colegas na sala de aula. Elas foram acompanhadas durante quatro meses, nas quatro aulas semanais de Matemática, quando foram exploradas atividades que visavam melhorar seu desempenho matemático, independentemente do conteúdo relativo à série cursada. Houve avanços, ainda que tímidos. O trabalho apontou para formas de realizar um ensino mais efetivo da Matemática na Educação Inclusiva, proporcionando à Escola (re)construir uma prática pedagógica que favoreça o desenvolvimento de habilidades imprescindíveis à competência do aluno com síndrome de Down.

Por Christiane Milagre Da Silva Rodrigues

Palavras-chave: Aprendizagem Matemática / Educação Inclusiva / Síndrome de Down



ENTRELAÇANDO OS FIOS EDUCAÇÃO AMBIENTAL, SAÚDE MENTAL E TRABALHO EM EDUCAÇÃO PELAS REDES DE CONVERSAÇÕES

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 07:24)

O trabalho aqui apresentado se insere na linha de pesquisa de “Formação de Professores” do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Humanidades do Instituto Federal do Espírito Santo - Ifes, campus Vitória. Problematiza processos de trabalho por meio de uma formação destinada a profissionais da educação do município de Serra/ES, visando à criação de táticas para produção de saúde, a partir do diálogo entre Educação Ambiental, Saúde Mental e Trabalho em educação. Assim, num movimento de aproximação com a metodologia da Cartografia, proposta por Deleuze e Guattari (2001), aposta na investigação enquanto acompanhamento de um processo formativo que teve como base as Redes de Conversações, segundo Carvalho (2009, 2017). A produção de dados é realizada a partir de uma postura teórico-metodológica problematizadora em busca de movimentos tecidos em Redes de Conversações, na intenção de capturar narrativas, enunciados, inventividades e imprevisibilidades, tensionando as questões macro e micropolíticas nos espaçostempos acerca da relação trabalhosaúde-ambiente. Traz como intercessores teóricos Félix Guattari, Gilles Deleuze, Suely Rolnik, Georges Canguilhem, Sandra Caponi, Denise Najmanovich, MarthaTristão, Janete Carvalho, entre outros. Tece problematizações com foco em questões como: dualismos constituídos na modernidade; educação ambiental complexa; concepção de saúde; medicalização da vida; trabalho em educação; coletividade; concepção de formação, na tentativa de evidenciar a criação de possibilidades de produção de saúde e de outros modos de vida com profissionais da educação. Por se tratar de mestrado profissional, além da realização da formação, resulta deste processo investigativo um produto educativo em formato de E-book que se constitui um material textual que visa inspirar práticas formativas destinadas aos profissionais da educação para que, por meio da ressignificação de seu conteúdo, possa disparar movimentos de discussão, problematização e produção de conhecimento acerca da relação trabalho-saúde-ambiente.

Por Marcela Fraga Gonçalves Campos

Palavras-chave: Educação Ambiental / Saúde Mental / Trabalho em Educação / Formação Continuada / Medicalização da Vida



ESCRILEITURAS DOCENTES: POR QUE ESCREVO?

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 05:09)

O presente artigo se constitui por encontros formativos tramados em redes de conversações e ações complexas (CARVALHO, 2009) com docentes em torno da pergunta: por que escrevo? Uma pergunta que mobilizou docentes – atuantes em turmas de 4º ano do ensino fundamental público e municipal de Serra, Espírito Santo – a problematizar e expandir seus conceitos de escrita e leitura na educação, provocados por signos artísticos e pelo exercício da escrita. Metodologicamente se baseia na cartografia (DELEUZE; GUATTARI, 1995), uma performance de pesquisa composta que acompanha os processos de subjetivações. Mobiliza como instrumentos de produção de dados: as narrativas e as oficinas de escrileituras docentes, ao convocar a escrita de si por meio da produção textual durante os encontros formativos. Como intercessores teóricos, recorre aos estudos de Corazza (2012), Foucault (2008), Deleuze (2003) e Larrosa (2002). Como considerações emergentes, destaca que os encontros formativos docentes desejam se desenvolver de modo conectado ao cotidiano escolar, politicaspráticas coletivas. Indica ainda os múltiplos agenciamentos que atravessam as práticas pedagógicas e a relação de escrever e ler por professores, o que fortalece a possibilidade da  insurgência docente como escrileitora de si e do mundo, pois força a pensar a educação diferentemente do que se pensa.

Por Izaque Moura de Faria

Palavras-chave: Docência / Escrita / Discurso / Invenção / Formação



EU NEM SABIA QUE ERA NEGRA ATÉ TE CONHECER”: LITERATURA COM TEMÁTICA DA CULTURA AFRICANA E AFRO-BRASILEIRA PARA CRIANÇAS PEQUENAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 12:46)

O tema central desta dissertação é a investigação das manifestações de crianças negras da educação infantil sobre seus pertencimentos étnico-raciais, quando interagem com a literatura com temática da cultura africana e afro-brasileira. A pergunta que mobilizou o estudo foi: os momentos de contato com obras de literatura infantil com temática da cultura africana e afro- brasileira possibilitam diálogos e reflexões que contribuem para o fortalecimento das identidades de crianças negras? O objetivo geral foi analisar as manifestações (falas, gestos, emoções, representações imagéticas) de crianças negras, entre quatro e cinco anos de idade de uma turma da educação infantil, sobre seus pertencimentos étnico-raciais, quando em contato com a literatura com temática da cultura africana e afro-brasileira. Decorrentes deste, os objetivos específicos foram: observar como as crianças pequenas interagem com livros literários que tematizam a cultura africana e afro-brasileira; investigar aspectos da identidade infantil, autoimagem, relacionamento entre criança/professora e criança/criança, a partir do pertencimento étnico-racial; identificar a influência das representações positivas de personagens negras da literatura infantil no pertencimento étnico-racial das crianças negras; elaborar, como produto educacional, um relato de experiências na Pós-graduação. Para tanto, a metodologia que conduziu esta investigação se deu por meio da pesquisa-ação, na perspectiva de Michel Thiollent (2000), de abordagem qualitativa. Estruturada nos temas literatura, infância, identidade e relações étnico-raciais, o referencial teórico que sustentou este estudo é composto por Eliane Debus (2017), Débora Cristina de Araujo (2018), fundamentando as discussões sobre a literatura; Eliane Cavalleiro (2020), Caroline F. Jango (2017), Anete Abramowicz e Fabiana de Oliveira (2012), Fúlvia Rosemberg (2011), Lucimar Rosa Dias (2007), Sara da Silva Pereira (2019), com a abordagem sobre infância e relações étnico-raciais; Nilma Lino Gomes (2017), Kabengele Munanga (2005), com discussões sobre raça e identidade. Os resultados provenientes da pesquisa indicam que se por um lado crianças negras da educação infantil demonstram medo quanto ao julgamento das crianças brancas sobre seu pertencimento étnico-racial, por outro a literatura de temática da cultura africana e afro-brasileira exerceu influencia na maneira em que muitas constroem sua identidade étnico- racial, sendo possível perceber que após o contato com os livros, houve mudanças na autodeclaração racial de algumas crianças negras. Além de proporcionar uma experiência com a literatura e um estímulo para a formação leitora, livros que contêm em seus enredos personagens que se aproximam da realidade racial das crianças em papel de protagonismos de modo humanizado e vivenciando atividades cotidianas, bem como recebendo carinho e valorização quanto à sua negritude, possibilitam uma construção racial positiva para crianças negras. Já para as brancas, proporcionam também uma educação na perspectiva antirracista que, desde a educação infantil pode mobilizar valorização de outras experiências humanas. A importância da Educação das Relações Étnico-Raciais na formação inicial e continuada de professores e professoras também é uma constatação que já vem sendo sinalizada em outros estudos e reafirmada por esta pesquisa.

Por Rosangela Pereira Dos Santos

Palavras-chave: Pesquisas com crianças / Literatura com temática da cultura africana e afro- brasileira / Educação Infantil / Relações étnico-raciais



EXPERIÊNCIA ESTÉTICA E EDUCAÇÃO: A CONTRIBUIÇÃO FILOSÓFICA DE THEODOR WIESENGRUND-ADORNO

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 12:28)

A intenção principal desta pesquisa foi extrair elementos e inspiração do conceito de experiência estética presente na filosofia adorniana com o intuito de contribuir para o fortalecimento da teorização educacional crítica. Procuramos com isso pensar a escola enquanto lugar de experiência. Optamos por realizar uma pesquisa teórica na tentativa de ir a contrapelo aos aspectos pragmáticos do conhecimento. Dessa forma, não pretendemos dar respostas prontas à práxis educacional, mas sim refletir sobre o que compõe o trabalho educativo. Utilizamos como principal referencial teórico o filósofo Theodor W. Adorno, um dos teóricos mais eminentes da Escola de Frankfurt. Adorno considera que os produtos da indústria cultural operam no processo de regressão dos sentidos humanos e tem a semiformação como aliada e consequência direta da sua ação. A reflexão sobre a experiência com a arte se faz necessária diante deste contexto em que a arte se transforma em mercadoria e perde autenticidade e autonomia, ao mesmo tempo em que a sensibilidade é danificada frente à relação de troca estimulada pela sociedade do consumo. Ao final do estudo, foi possível concluir que, para Adorno, a experiência estética não é apenas emoção, mas também um processo de reflexão, de conhecimento e de formação. Dessa forma, o conceito pode servir de inspiração para se pensar o trabalho educativo no âmbito das teorias educacionais críticas, pois possui a responsabilidade de enriquecer o repertório cultural dos alunos e permite que tenham condições objetivas para se apropriarem do legado material e não material historicamente produzido.

Por Raniely Do Nascimento Kiihl

Palavras-chave: Educação / Experiência estética / Theodor W / Adorno



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FORMAÇÃO COM PROFESSORES NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: A LUDICIDADE COMO POSSIBILIDADE DE ENFRENTAMENTO DA POBREZA E DA EXTREMA POBREZA

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 12:56)

Esse estudo teve como objetivo geral fomentar reflexões e debates sobre pobreza e infâncias empobrecidas, pensando a ludicidade como uma prática pedagógica mediadora no enfrentamento dessa condição social. Como objetivos específicos, buscou-se: a) refletir sobre as questões históricas e sociais da pobreza e da infância, direcionando olhares para o brincar/jogar na sociedade brasileira, ao longo do tempo, e na articulação com os anos iniciais do Ensino Fundamental na atualidade; b) organizar um espaço-tempo de formação na escola pesquisada (virtual e presencial), com professores regentes, coordenação e professores de área (Educação Física e Arte) que atuam no 1º e no 2º ano do Ensino Fundamental, visando fomentar o debate sobre “Educação, Pobreza, Infância e Ludicidade”; c) elaborar, de forma colaborativa, com os professores participantes da formação, propostas lúdicas de enfrentamento da condição de pobreza e extrema pobreza para crianças do 1º e 2º ano do Ensino Fundamental. Ancora-se na pesquisa qualitativa e nos pressupostos da pesquisa- ação colaborativa-crítica para o desenvolvimento deste estudo, devido ao caráter formativo dessa modalidade de pesquisa. A produção de dados deu-se a partir dos diálogos no espaço/tempo de formação colaborativa, de maneira remota, com professores de uma escola localizada em um bairro de vulnerabilidade. Participaram desta formação quatro professores que atuam nos primeiros e segundos anos do ensino fundamental, visando problematizar e promover o debate sobre as questões históricas e sociais da pobreza e da infância, articulada à prática pedagógica, bem como, por elaborar, de forma colaborativa, uma proposta interdisciplinar para o enfrentamento da pobreza. Como aporte teórico, para a relação Educação e Pobreza, Arroyo (2014; 2016), Cararo (2015), Yannoulas e Duarte (2013a, 2013b); para o debate da Infância, nos valemos da Sociologia da Infância pautada em Sarmento (2002, 2004; 2005); na perspectiva de atividades lúdicas nos valemos de Borba (2007), Kishimoto (2009; 2010), Luckesi (2005; 2014) e Freire (2003). Os resultados apontam novas possibilidades de movimentos formativos; a contribuição do debate sobre pobreza para a reescrita do Projeto Político Pedagógico da escola; a urgência em ampliar o debate com vistas ao enfrentamento da negação de direitos, principalmente no contexto escolar; e a necessidade de ampliar o debate sobre o processo de transição da criança da etapa da educação infantil para o ensino fundamental, desnaturalizando as rupturas. Como produto deste processo colaborativo com os professores, a proposta lúdica interdisciplinar é resultado do movimento formativo com visas ao enfrentamento a partir do diálogo sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, pautada no brincar enquanto direito da criança, principalmente no processo de aprendizagem.

Por Alixandra Dantas De Souza Fahning

Palavras-chave: Educação / Pobreza / Infância / Ludicidade / Anos iniciais do Ensino Fundamental



FORMAÇÃO CONTÍNUA E POSSIBILIDADES PARA O COORDENADOR PEDAGÓGICO DA EDUCAÇÃO INFANTIL

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 13:12)

Este trabalho estuda possibilidades para a formação contínua de Coordenadores Pedagógicos que atuam na educação infantil. A pesquisa pretende especificamente: sistematizar discussão sobre a atuação do Coordenador Pedagógico e o seu papel na Educação Infantil, com base nas reflexões produzidas por estudos e publicações sobre o tema; analisar potências e desafios com relação a organização de processos de formação contínua para o Coordenador Pedagógico de educação infantil no município de Serra-ES, considerando as necessidades e demandas relacionadas à Coordenação Pedagógica na Educação Infantil; propor e sintetizar ações que fortaleçam processos de investimento na formação contínua e ações formativas crítico-colaborativas de Coordenadores Pedagógicos da Educação Infantil. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, cujos participantes são coordenadores pedagógicos da educação infantil que colaboraram com o estudo por meio de grupo focal (online), compartilhando seus depoimentos sobre as questões centrais da pesquisa. Situa seu referencial teórico na discussão que valoriza a interlocução constante entre a teoria e prática e o processo de reflexão individual e coletiva do Coordenador Pedagógico com os seus docentes. Considera a articulação de saberes como importante estratégia para a formação contínua que acontece no horário de trabalho (DOMINGUES, 2009). Investe na perspectiva teórica que destaca a formação contínua como uma ação de suma importância para a construção do desenvolvimento profissional do Coordenador Pedagógico que atua na educação infantil (GOMES, 2018; FRANCO, 2008; LIMA, 2011). Como principais considerações-sínteses o estudo conclui que: a Formação Contínua constitui-se um espaço privilegiado para que os Coordenadores Pedagógicos fortaleçam o desenvolvimento de sua atividade profissional; os Coordenadores Pedagógicos participantes da pesquisa, desejam/esperam por processos de Formação Contínua que lhes seja realmente significativo; a Formação Contínua compõe um momento para os Coordenadores Pedagógicos poderem ler, estudar e pesquisar, além de ser um espaço em que se pode compartilhar e partilhar as práticas do processo pedagógico de forma coletiva; a Formação Contínua contribui para a compreensão e reflexão sobre o papel de formador dos Coordenadores Pedagógicos no âmbito das instituições de educação infantil.

Por Karine De Abreu Melo

Palavras-chave: Formação contínua / Coordenadores Pedagógicos / Educação Infantil



FORMAÇÃO CONTINUADA DE GESTORES DE EDUCAÇÃO ESPECIAL PELA VIA DO GRUPO DE ESTUDO-REFLEXÃO

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 12:55)

Esta pesquisa tem como objetivo analisar o processo de constituição colaborativa do grupo de estudo-reflexão de gestores de Educação Especial do município de Serra/ES, tendo em vista as contribuições da racionalidade comunicativa e das funções mediadoras da relação teoria e práxis. Busca, por meio de um processo de pesquisa-formação, colaborar com a formação continuada de gestoras de Educação Especial, com a intencionalidade de constituir com esses sujeitos, ações de formação continuada com/para os profissionais da educação da rede municipal de ensino. Fundamentou-se na teoria social crítica e na racionalidade comunicativa de Jürgen Habermas, bem como na autorreflexão crítica realizada entre todos os participantes: pesquisadores acadêmicos e pesquisadores do contexto, concebidos como coautores do processo. De natureza qualitativa, assume a perspectiva da pesquisa- ação colaborativo-crítica que se deu em dois movimentos concomitantes: compreensão do contexto, por meio de análise de documentos, da escuta e negociação das demandas; e colaboração com o contexto, para a constituição de um processo formativo com as participantes pela via do grupo. A produção de dados valeu-se de instrumentos e estratégias, como a observação participante, com registro em diário de campo; narrativas escritas; diálogos estabelecidos nos espaços discursivos e nos encontros do grupo de estudo-reflexão. Os dados foram organizados e analisados à luz da teoria habermasiana. Tal análise indica que a organização da gestão pública de Educação Especial no sistema municipal de ensino apresenta-se como um diferencial, embora encare muitos desafios em relação à inclusão escolar dos estudantes público-alvo atendidos por esta modalidade, principalmente no que tange às ações formativas desencadeadas pela própria Secretaria de Educação para os profissionais que atuam nas escolas municipais. Também mostra possibilidades de novos/outros modos de conceber a formação continuada em uma perspectiva crítica, a partir das demandas oriundas dos atores/autores que dela participam. Este estudo apresenta, ainda, como produto educacional, a proposta de formação vivenciada na própria pesquisa, pela via do grupo de estudo-reflexão, focalizando seus fundamentos e as estratégias construídas de forma coletiva e colaborativa.

Por Lucimara Goncalves Barros Brito

Palavras-chave: Gestão pública de Educação Especial / Inclusão escolar / Formação continuada / Pesquisa-ação colaborativo-crítica / Grupo de estudo-reflexão



FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES NA ESCOLA: DIÁLOGOS ENTRE CURRÍCULO, EDUCAÇÃO INFANTIL E EDUCAÇÃO ESPECIAL

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 13:05)

O estudo objetivou constituir ações formativas com uma unidade de ensino de Serra- ES, visando articular o currículo escolar à inclusão de crianças público-alvo da Educação Especial na Educação Infantil, tendo como objetivos específicos: a) analisar criticamente as políticas educacionais em Serra/ES e os pressupostos teóricos e normativos expressos em documentos da Educação Infantil na interface com a inclusão de crianças público-alvo da Educação Especial; b) lançar uma escuta sensível para o cotidiano escolar para compreender os desafios e as possibilidades que atravessam a relação entre currículo e Educação Especial no contexto da Educação Infantil, visando à sistematização de um currículo de formação com a escola; c) realizar com a unidade de ensino processos de formação em contexto, buscando problematizar os dados coletados por meio da escuta sensível, da relação teoria e prática e dos documentos analisados; d) fortalecer os processos de inclusão das crianças público-alvo da Educação Especial na Educação Infantil e a formação continuada de professores, pela via da pesquisa-ação colaborativo-crítica. Apoia-se nos pressupostos da Sociologia da Infância; em autores da Educação Especial; currículos e formação continuada de professores. Fundamenta-se na pesquisa qualitativa e na pesquisa-ação colaborativo-crítica, constituindo a produção dos dados a partir de: a) autorização do município; b) autorização da escola; c) levantamento de documentos sobre a Educação, a Educação Infantil e Educação Especial de Serra/ES; d) escuta da escola sobre demandas necessárias à inclusão das crianças público-alvo da Educação Especial na Educação Infantil e sistematização do currículo da formação; e) realização de processos formativos; f) avaliação contínua da formação. Registrou os dados em gravadores, diário de campo e registro dos encontros em atas. Adotou a direção escolar, os pedagogos, os professores e os profissionais de apoio dos dois turnos de funcionamento da escola (matutino e vespertino) como participantes, produzindo os dados de fevereiro a dezembro de 2019. Como resultados, reconhece a escola como rico espaço-tempo de formação em contexto; a importância de se elencar temas a serem discutidos nos momentos de formação a partir dos cotidianos escolares em diálogo com os fundamentos da Educação; a relevância de espaços-tempos para os profissionais da Educação aprofundarem seus saberes-fazeres sobre a constituição de currículos escolares inclusivos; a possibilidade de os professores se configurarem como mediadores de processos formativos; a problematização de currículos escolares comprometidos com a visibilidade das crianças e das culturas infantis; o direito à educabilidade das crianças público-alvo da Educação Especial nas escolas comuns desde a Educação Infantil.

Por Marcelo Dobrovoski

Palavras-chave: Educação Especial / Educação Infantil / Currículo / Formação continuada



FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES NA PRODUÇÃO ACADÊMICA DOS ENDIPES E AS PRÁTICAS DE FORMAÇÃO NA ESCOLA: CONTEXTOS EM DIÁLOGOS

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 06:12)

Analisa as tendências, os fundamentos e as proposições de formação continuada centrada na escola, articulando diálogos entre a produção acadêmica dos Encontros Nacionais de Didática e Práticas de Ensino (Endipes), a política de formação continuada da rede municipal de ensino da Serra e as práticas de formação continuada traduzidas na escola. Consiste em uma pesquisa exploratória, contemplando: a) pesquisa bibliográfica sobre o debate da formação continuada centrada na escola nos trabalhos dos Endipes de 2012 a 2016; b) pesquisa de campo desenvolvida com os profissionais de uma escola de ensino fundamental I e com a gerente do Centro de Formação da Secretaria Municipal de Educação da Serra, assumindo a análise documental e a entrevista compreensiva como procedimentos metodológicos. Assume os pressupostos de António Nóvoa e MarieChristine Josso, com uma visão crítico-reflexiva de formação continuada e os fundamentos de Carpentier e Lessard (2016) e Ball, Maguire e Braun (2016) na reflexão sobre as políticas de formação continuada de professores e sua tradução na escola. Constata-se, na produção acadêmica dos Endipes, um discurso expressivo de valorização da escola como um lócus privilegiado de formação continuada, em que as práticas formativas primem pela coletividade e autoria do professor e considerem as demandas da prática pedagógica. Os dados do campo evidenciaram que, apesar de a política de formação continuada da rede municipal de ensino da Serra basear-se num trabalho articulado de modalidades formativas diversificadas, a formação continuada centrada na escola não era assumida como premissa dessa política, considerando os poucos momentos formativos na jornada de trabalho dos profissionais e o seu tímido envolvimento nesse processo. Concluise que as práticas de formação continuada centrada na escola precisam configurarse como uma cultura profissional que reconheça o protagonismo do professor e o trabalho colaborativo entre seus pares. Isso envolve a garantia do seu direito à formação continuada no contexto do trabalho mediante a viabilização de políticas educacionais produzidas pelo diálogo entre os profissionais da escola, os representantes da Secretaria de Educação e instituições estaduais e federais.

Por Liliane da Silva Costa

Palavras-chave: Formação continuada de professores / Contexto do trabalho / Escola / Produção acadêmica / Endipes



FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS DE ESCOLA NO MUNICÍPIO DA SERRA(ES): DESAFIOS DA GESTÃO DEMOCRÁTICA NA EFETIVAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 07:24)

Este estudo analisa o processo de formação para conselheiros de escola no município da Serra a partir do que estabelece a Meta 19 do Plano Municipal de Educação da Serra (2015-2025). Busca compreender como se deu o processo de formação para conselheiros de escola que ocorreu no município no ano de 2019, analisando o perfil dos conselheiros participantes da formação e as implicações da formação a partir das avaliações realizadas pelos envolvidos no processo. Este trabalho integra a linha de pesquisa "Docência e Gestão de Processos Educativos", do Programa de Pós-Graduação de Mestrado Profissional em Educação (PPGMPE), da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES); bem como o Grupo de Pesquisa Gestão, Trabalho e Avaliação Educacional (GETAE), relacionando-se, ainda, ao Laboratório de Gestão da Educação Básica do Espírito Santo (LAGEBES/CE/UFES). Trata-se de uma investigação qualitativa e exploratória que utiliza técnicas de pesquisa documental, entrevistas semiestruturadas e questionários, a partir da perspectiva crítica para a análise dos processos que envolvem os conselhos de escola. A formação realizada pela Secretaria Municipal de Educação da Serra, em parceria com o Lagebes/UFES, ainda que tenha sido um avanço no cumprimento da estratégia 19.5 do PME, que propõe o fortalecimento dos conselhos de escola, apresentou obstáculos que necessitam ser evidenciados e discutidos para que a formação possa, de fato, ser uma cabo de força para a consolidação dos conselhos de escola. O perfil dos conselheiros participantes apontou para a maior presença de conselheiros que atuam há menos de um ano nos colegiados e se dedicam até três horas mensais às atividades de gestão democrática, não se envolvendo em outros movimentos sociais. O curso oferecido, ainda que tenha sido bem avaliado pelos conselheiros e pelas instituições organizadoras, revelou uma grande rotatividade nos encontros presenciais e pouca participação dos segmentos de pais, alunos e comunidade local. Tratou-se de uma ação pontual de formação, desligada de um programa maior que desse conta de atender às demandas emergenciais que visam à consolidação da gestão democrática. Como produto educacional, esta pesquisa formula um conjunto de proposições com o objetivo de contribuir com a composição de um programa municipal de Formação para Conselheiros de Escola a serem apresentadas à Secretaria Municipal de Educação da Serra, a quem é demandada a instituição do Programa de Formação disposto no PME da Serra (lei Nº 4432/2015).

Por Larissa Polyanna Molina

Palavras-chave: Conselhos de escola / Formação de conselheiros / Plano Municipal de Educação / Gestão Democrática



FUNDEB PERMANENTE: O DEBATE SOBRE COMPLEMENTAÇÃO DA UNIÃO E PADRÕES DE QUALIDADE NAS AUDIÊNCIAS PÚBLICAS DA COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECER À PEC 15/2015

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 11:22)

Em substituição ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), regulamentado para vigorar até dezembro de 2020, foi conjecturado o Fundeb permanente pela Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 15/2015 na Câmara e no Senado pelas PEC’s nº 24/2017, 33/2019 e 65/2019, com intuito de constitucionalizá-lo de forma permanente no corpo da Constituição Federal de 1988, tendo em vista que o fundo de financiamento para a educação denota a gênese do federalismo cooperativo, com atribuições compartilhadas com os entes federados em regime de colaboração. Assim, a questão central desta pesquisa buscou compreender como ocorreram os debates sobre o percentual de complementação da União e sobre os padrões de qualidade nas 42 audiências públicas, promovidas pela Comissão Especial destinada a proferir parecer à Proposta de Emenda à Constituição nº 15-A, de 2015, da deputada Raquel Muniz (PSC/MG) entre os anos de 2017 e 2019. Sendo assim, o objetivo da dissertação foi analisar as proposições e os debates nas audiências públicas relativas à implementação do Fundeb permanente, no Comissão Especial entre o período de 2017 a 2019, considerando o financiamento para a educação básica sob dois aspectos: maior participação da União no que se refere ao percentual de complementação no fundo e o cumprimento previsto na meta 20 do Plano Nacional de Educação (PNE), por meio das estratégias 20.6, 20.7, 20.8 e 20.10, sob o princípio da efetividade de um padrão de qualidade para o ensino com o estabelecimento dos mecanismos Custo Aluno-Qualidade Inicial (CAQi) e Custo Aluno-Qualidade (CAQ). Os fundamentos teórico-metodológicos dessa pesquisa pautaram-se no modelo dos múltiplos fluxos de Kingdon (1995) com vistas à análise dos interesses, das disputas e das correlações de força dos atores visíveis e invisíveis na formação da agenda para a aprovação do Fundeb permanente. Como marco metodológico, optou-se por uma abordagem qualitativa, utilizando a análise documental da PEC nº 15/2015, das audiências públicas e das notas taquigráficas da referida PEC no período de 2017 a 2019. Após as análises desses documentos, verificou-se que os atores visíveis e invisíveis foram unânimes à constitucionalização do novo fundo, porém existiam divergências quanto ao valor do aporte que a União deveria complementar e quanto à definição de um parâmetro que assegure a qualidade no ensino, tendo em vista a garantia do direito à educação básica, gratuita e pública para todos.

Por Simone Lopes Smiderle Alves

Palavras-chave: Fundeb permanente / Financiamento da educação / Audiências 



G

GEOCIÊNCIAS NA ESCOLA: UMA SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES INVESTIGATIVAS PARA ESTUDAR A CARTOGRAFIA EM UM RECORTE COSTEIRO

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 10:56)

Esta pesquisa favoreceu a utilização de ferramentas de geotecnologias de informação geográficas para identificação dos fenômenos geográficos. O estudo da mobilidade da linha de costa na pesquisa buscou analisar os problemas no litoral através da cartografia, geologia e geotecnologias com uso de imagens de sensoriamento remoto no ambiente escolar e teve como objetivo o estudo dos impactos sociais e ambientais decorrentes da expansão urbana e estruturas rígidas no litoral da Grande Jacaraípe. Tomou-se por base teórica para o processo de ensino aprendizagem uma Sequência de Ensino Investigativo – SEI que procurou analisar em 6 etapas, conforme Carvalho (2013), para conteúdos envolvendo geociências na escola. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, uma pesquisa participativa, desenvolvida em ambiente escolar, cujos dados foram colhidos no transcurso do desenvolvimento de uma sequência de atividades investigativas. A abordagem das atividades ocorreu a partir da análise de categorias. Como resultados conseguimos desenvolver uma geografia que fosse capaz de compreender os problemas locais no ensino fundamental, dessa forma, rompendo a perspectiva conceitual e tradicional. Como escopo final, elaboramos de um processo didático pedagógico para o ensino de geografia no ensino fundamental envolvendo alunos do 8° ano de modo a propiciar os alunos uma postura ativa e participativa de estudo e pesquisa e produção de conhecimento.

Por Leonardo Teixeira Alves Gusmão

Palavras-chave: Mobilidade da linha de costa / Cartografia / Educação Ambiental / Geotecnologias



GESTÃO DEMOCRÁTICA: INSERÇÃO DOS GESTORES NAS INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO INFANTIL

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 13:21)

Este artigo discute a inserção dos gestores nos quadros profissionais das instituições de Educação Infantil (EI) a partir de dados de pesquisa de mapeamento, que empreendeu procedimento de aplicação de questionário aos gestores municipais da EI dos 78 municípios do estado do Espírito Santo (ES), Brasil. Com ancoragem em referencial teórico-metodológico bakhtiniano e afirmando as premissas da gestão democrática do ensino, desenvolve-se uma interlocução com a legislação brasileira e com estudos sobre gestão educacional, buscando compreender as formas de provimento ao cargo e aos processos de formação continuada dos gestores das instituições de EI. Os dados da pesquisa indicam que a maioria dos municípios pesquisados integra o profissional gestor na composição do quadro funcional das instituições de EI, ainda que sua designação possa não abarcar a totalidade das instituições das redes municipais. Com essa presença profissional marcante no quadro das instituições, atenta-se para a incipiência dos processos participativos no que se refere às formas de nomeação desse profissional, indicando desafios persistentes com vistas à gestão democrática nas instituições de EI.

Por Luciana Galdino

Palavras-chave: Educação Infantil / Gestão / Formação



GESTÃO INSTITUCIONAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 12:08)

Esta pesquisa está situada no campo da Educação Infantil (EI). No reconhecimento das mudanças ocorridas nesse campo, que vem implicando na reconfiguração dos quadros profissionais, busca compreender quem são gestores que atuam nas instituições, considerando o perfil pessoal e profissional, a dinâmica do trabalho e os processos de formação continuada vivenciados. Estruturada com princípios teóricos-metodológicos bakhtinianos, BAKHTIN (1988, 1997, 2010, 2011), visando compreender a pesquisa contextualizada na relação entre sujeitos, especialmente com os conceitos de sujeito, dialogia, alteridade, excedente de visão e ato ético. Contextualiza a EI e a gestão na EI com base em CAMPOS (2006, 2010, 2011, 2012) e CÔCO (2009, 2010); aponta os aspectos da gestão democrática no Brasil com base nos documentos oficiais (BRASIL, 1988, 1996, 2014); com as literaturas do campo da gestão, SOUZA (2006, 2009, 2010, 2012) e PARO (1998, 2000, 2001, 2002, 2003, 2007, 2010, 2012, 2015) e, no campo da formação, NÓVOA (2002, 2009, 2011). Desenvolvida numa abordagem qualitativa e de tipo exploratória, teve como procedimentos a aplicação de questionário e a entrevista semiestruturada a gestores de Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI) de um município da Região Metropolitana da Grande Vitória, Espírito Santo. A análise dos dados produzidos indica perspectivas de gestão que se desenvolvem sustentadas no compartilhamento do trabalho educativo, acena que o conhecimento das especificidades da EI contribui para o exercício da função e evidencia a relevância dos processos de formação continuada no desenvolvimento profissional e consequentemente, no fortalecimento das concepções vinculadas ao campo da EI.

Por Luciana Galdino

Palavras-chave: Educação infantil / Gestão Institucional / Formação Continuada



I

INCLUSÃO DA CRIANÇA COM AUTISMO NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 07:17)

Na busca por construir uma Educação Física mais inclusiva, atenta e acolhedora aos diferentes sujeitos que frequentam o espaço escolar e que têm direito a um ensino público, gratuito e de qualidade, este estudo tem como objetivo geral compreender o processo de inclusão de uma criança com autismo nas aulas de Educação Física escolar. Para tanto, estabelece dois objetivos específicos: a) analisar o percurso de desenvolvimento de uma criança com autismo nos diferentes momentos da aula de Educação Física; e b) identificar as estratégias pedagógicas adotadas pela professora para possibilitar a inserção, permanência e aprendizagem de uma criança com autismo nas aulas de Educação Física. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, configurando-se como um estudo de caso do tipo etnográfico. A abordagem histórico-cultural compôs a base teórica e metodológica deste trabalho, partilhando do referencial teórico de Vigotski e seus colaboradores, que concebem o desenvolvimento dos sujeitos a partir das relações e interações que lhe são oportunizadas nos processos mediados. Os sujeitos foram uma professora de Educação Física e 25 alunos, de ambos os sexos, com idades entre sete e oito anos, sendo um com autismo. Todos os educandos pertencem a uma turma regular das séries iniciais do ensino fundamental, de uma escola pública do município de Vitória-ES. O processo de intervenção foi realizado no período de fevereiro a junho de 2019, com o acompanhamento de três aulas semanais de Educação Física. Para além desse momento, todas as segundas-feiras, a professora e o pesquisador se reuniam para avaliação e planejamento, durante uma hora e trinta minutos. As informações foram produzidas e registradas por meio dos seguintes instrumentos: observação participante, filmagem, diário de campo e entrevista semiestruturada. Os procedimentos de análise das informações produzidas ocorreram com base na análise microgenética, tomando em consideração os dois momentos identificados por nós na análise das aulas da professora: a) momento da roda de conversa inicial da aula; e b) momento da vivência com o conteúdo da ginástica. No momento da roda de conversa inicial da aula, os resultados mostram que é importante a professora estabelecer uma comunicação constante com o aluno com autismo, buscando dar sentido às suas ações no contexto da aula. Indicam que a demonstração e a instrução verbal foram elementos potentes do trabalho pedagógico para que o educando participasse das atividades propostas. Além disso, apontam que a fixação apresentada pelo aluno com autismo em objetos e coisas do seu interesse se constituiu como um aspecto potencial a ser explorado na aprendizagem do menino. Já no momento da vivência com o conteúdo da ginástica, destacam-se três estratégias interessantes para a inclusão do aluno com autismo no espaço-tempo das aulas de Educação Física: a reorganização da estrutura das atividades propostas, privilegiando a oferta de materiais e ações motoras que iam ao encontro do interesse do educando; a organização da turma em pequenos grupos, realizando as atividades na forma de circuito, que possibilitou uma maior aproximação entre o aluno e os colegas; e a sistematização de uma aula “aberta às experiências dos alunos”, que permitiu à professora atuar mais próxima ao aluno com autismo e aos outros educandos. A partir das reflexões realizadas, entendemos que, para a realização de um movimento de inclusão nas aulas de Educação Física, é necessário compreender a pessoa com deficiência/autismo como um sujeito que se constrói e se desenvolve no seio das relações sociais, culturais e históricas por intermédio da linguagem e da mediação do outro. Por fim, conclui que a deficiência em si não é responsável por traçar o destino do indivíduo, mas sim a forma como o meio social compreende e ressalta (ou não) o déficit é que vai definir as suas possibilidades de educação e desenvolvimento.

Por Gabriel Vighini Garozzi

Palavras-chave: Educação Física escolar / Autismo infantil / Inclusão



L

LITERATURA INFANTIL COM TEMÁTICA DA CULTURA AFRICANA E AFRO-BRASILEIRA EM FOCO: FORMAÇÃO DE PROFESSORAS/ES E MEDIAÇÃO DA LEITURA

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 12:57)

A pesquisa aqui apresentada tem como foco a formação docente e o trabalho de mediação da leitura literária com temática da cultura africana e afro-brasileira e ações realizadas no âmbito do LitERÊtura – Grupo de estudos e pesquisas em diversidade étnico-racial, literatura infantil e demais produtos culturais para as infâncias. Nessa perspectiva, a pergunta que mobilizou a pesquisa é: quais práticas de mediação da leitura literária podem contribuir com a formação de professoras/es sobre literatura infantil com temática da cultura africana e afro-brasileira? O objetivo geral foi propor, a partir de processos formativos a professoras/es da educação básica, questões teóricas e práticas de mediação de leitura literária com obras com temática da cultura africana e afro- brasileira. Os objetivos específicos foram: desenvolver uma proposta de curso de formação intitulado “LitERÊler: formação sobre literatura infantil com temática da cultura africana e afro-brasileira” e analisar cursos de formação realizados no âmbito do LitERÊtura; realizar levantamento de estudos do campo da mediação da leitura literária, da formação docente e do trabalho com literatura infantil com temática da cultura africana e afro-brasileira; elaborar um produto educacional descrevendo a proposta do curso e indicando conteúdos que contribuam com as atividades de mediação da leitura de obras literárias com temática da cultura africana e afro-brasileira. Para análise das questões da literatura infantil com temática da cultura africana e afro-brasileira, do racismo e da discriminação na escola, tivemos como aporte teórico Eliane Cavalleiro (2006), Eliane Debus (2006; 2017) e Débora Araujo (2010; 2015; 2017); em relação ao suporte em literatura infantil e juvenil, educação literária, mediação da leitura e escolarização da literatura, os estudos de referência foram de Magda Soares (2011), Regina Zilberman (2003), Nelly Novaes Coelho (2006) e Rildo Cosson (2019); para fundamentar a discussão sobre formação docente e descrição da metodologia, utilizamos os aportes de Maurice Tardif (2014) e Antônio Carlos Gil (2011). Para a análise dos dados empíricos, a metodologia empregada foi a observação participante, que contribuiu na análise dos discursos e reflexões de professoras/es registradas nos espaços das salas virtuais (chats). Os resultados indicaram que a formação de professoras/es sobre literatura infantil com temática da cultura africana e afro-brasileira é uma lacuna ainda pouco preenchida em momentos de formação continuada. Tanto no levantamento de estudos quanto na observação das formações e eventos presenciados, ficou nítida a fragilidade da temática. Em decorrência disso, é possível constatar que a mediação da leitura literária que busque contribuir com a valorização da autoestima das crianças negras e que promova ações antirracistas não é uma prática comum entre as/os mediadoras/es, e que falta intimidade e familiaridade para dialogar com o tema. É visível que a falta de formação favorece a rejeição e o silêncio por parte das/os professoras/es às questões associadas à temática. Por outro lado, ficou evidente o interesse das/os docentes em aprofundamento no tema e desejo de modificação de suas práticas de mediação da leitura literária. Por isso, espera- se que o produto educacional contendo a descrição do curso proposto e indicações de referência contribuam para o fortalecimento do trabalho.

Por Sonia Dalva Pereira Da Silva

Palavras-chave: Literatura infantil com temática da cultura africana e afro-brasileira / Formação de professoras/es / Mediação da leitura literária / Educação das Relações Étnico-Raciais



LITERATURA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: DOCUMENTOS OFICIAIS E DISCURSOS DOCENTES DO MUNICÍPIO DE SERRA/ES

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 12:06)

Este trabalho discute possibilidades de (re)conhecer o lugar da literatura nos primeiros anos do ensino fundamental, realizando um diálogo com docentes atuantes nessa etapa de ensino, concomitantemente a uma análise de documentos oficiais especificamente no que se refere às orientações direcionadas à literatura na escola e os desdobramentos disso na educação literária, institucionalizada, formalizada. Como parte integrante do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Espírito Santo e do Grupo de Pesquisa Literatura e Educação, o objetivo dessa pesquisa é identificar como a literatura aparece nos documentos oficiais e currículos e de que modo(s) os docentes dialogam com esses discursos oficiais. Em diálogo com Candido, Bakhtin, Chartier e Leahy-Dios o trabalho parte de um levantamento teórico-bibliográfico que revisita as abordagens de educação literária, a partir da necessidade de ressignificar as concepções de literatura, refletir sobre as relações entre literatura e educação, os objetivos e estratégias dessa parceria nas instituições escolares; e uma pesquisa de campo a partir de questionários e entrevistas com docentes atuantes no município de Serra-ES em torno das concepções de literatura, documentos oficiais e formação do professor-leitor. Conclui por meio dos estudos realizados que documentos oficiais e discursos docentes são construções com marcas históricas e sociais e, portanto, a educação literária pode ter origem nas práticas pedagógicas de leitura e formação de leitores, mas precisa ser embasada em políticas públicas que reconheçam o caráter da literatura como experiência estética, caracterizem a leitura literária como prática social, reforcem o potencial emancipatório do texto literário e, por fim, democratizem o acesso à leitura literária.

Por Lorena Bezerra Vieira

Palavras-chave: Educação literária / Documentos oficiais / Discurso docente



M

METAMORFOSES CURRICULARES NA EDUCAÇÃO INFANTIL: DA APROPRIAÇÃO DO PRESCRITO AO CURRÍCULO RIZOMÁTICO

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 13:01)

Esta dissertação é um convite para conversar sobre os encontros estabelecidos durante as viagens no território da Educação Infantil. Sem inaugurar dualismos entre currículo prescrito e currículos agenciados no cotidiano escolar da Educação Infantil, buscou-se evidenciar as conexões inventadas, as linhas de resistências criadas num plano de composição para constituir os movimentos rizomáticos e as desterritorializações no e do território de um centro de Educação Infantil do município da Serra-ES. Diante da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) como um documento que busca controlar as ações dos(as) professores(as) e crianças, o objetivo, nesse território, foi analisar os modos como professores e crianças inventam conhecimentos, agenciando outras formas de inventar experiências curriculares no respeito à diferença, à multiplicidade e às diversas experimentações educativas com vistas às invenções de currículos nas e pelas redes de conversações cotidianas da Educação Infantil. Como aporte teórico-metodológico, recorreu-se às linhas de pensamento tecidas na interseção da pesquisa com formação, infância e currículo no cotidiano escolar, por meio das redes de conversação de Carvalho (2009), da Filosofia da Diferença e cartografia com base em Deleuze, Guattari, Parnet e Kastrup e tantos outros autores, para pensar a vida e a produção de conhecimento nessa etapa da Educação Básica. A cartografia é usada como caminho metodológico para perscrutar os movimentos metamorfoseantes que se configuram pelo meio do território da Educação Infantil, para romper com o fixado, movidos pelas linhas de vida que se compõem e se decompõem, contribuindo para o surgimento das múltiplas possibilidades de um currículo que se move, uma vez que a vida progride no ambiente escolar. Para isso, mergulhou-se no território infantil com o diário de campo e a máquina fotográfica, com o desejo de registrar as forças intensivas das crianças e dos(as) professores(as) que não aceitam uma realidade que não seja a criada por eles(as). Crianças e professores(as) inventam mundos e fazem desaparecer o mundo que se apresenta como real, transformando-o em outros, des-realizando o mundo curricular que está dado no currículo prescrito.

Por Carlos Pereira De Melo

Palavras-chave: Metamorfoses / Conversações / Currículos / Invenções / Educação Infantil



MOVIMENTOS FORMATIVOS E POLÍTICOS DA GESTÃO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 13:11)

Esta pesquisa tem como objetivo colaborar, por meio da pesquisa-ação colaborativo- crítica, com a trajetória formativa de um grupo de gestores públicos de Educação Especial do Estado do Espírito Santo, em uma perspectiva da racionalidade comunicativa. Buscou, pela análise da trajetória de um grupo de estudo-reflexão, identificar elementos teóricos e metodológicos que têm contribuído com a formação de gestores públicos de Educação Especial. Focaliza o processo de acompanhamento e colaboração junto com um grupo de gestores na organização do Fórum de Gestores de Educação Especial do Estado do Espírito Santo. Fundamenta-se na teoria da ação comunicativa de Jüngen Habermas, com ênfase nos conceitos de Racionalidade Comunicativa, Discurso e Argumento. De natureza qualitativa, assume a perspectiva teórico-metodológica da pesquisa-ação colaborativo-crítica, em um processo que ocorreu em dois movimentos: a compreensão da trajetória formativa do grupo de estudo-reflexão e o movimento de colaboração com os gestores do Colegiado do Fórum. A produção dos dados valeu- se de estratégias como: análise documental e bibliográfica das produções científicas; observação participante nas reuniões do colegiado e nas plenárias do Fórum de Gestores de Educação Especial, com registros em diário de campo e gravações com posteriores transcrições; narrativas escritas pelos gestores; além de diálogos formais e informais presenciais e/ou virtuais. Os dados produzidos foram organizados em eixos temáticos e categorias que emergiram durante o processo de investigação. As leituras, reflexões e análises dos argumentos dos gestores conduziram para uma interpretação e análise desses dados numa perspectiva da ação comunicativa de Habermas (2012/2013). A trajetória do grupo de estudo-reflexão sobre Gestão de Educação Especial revela a potência da pesquisa, da autorreflexão e da colaboração na construção em processos formativos que contribuem para a constituição da identidade do gestor e de sua autonomia e evidencia que as reuniões de planejamento e plenárias do Fórum se constituem em espaços discursivos sustentados pela fala argumentativa e pelo entendimento mútuo. O estudo apresenta como produto educacional a construção colaborativa de uma Secretaria Executiva para coordenar/organizar/administrar as demandas disparadas pelo Fórum de Gestores de Educação Especial do Estado do Espírito Santo que culmina com a produção de um e-book.

Por Islene Da Silva Vieira

Palavras-chave: Gestão pública de Educação Especial / Inclusão Escolar / Formação continuada / Pesquisa-ação colaborativo- crítica / Racionalidade comunicativa



N

NARRATIVAS DE FORMAÇÃO: TRABALHO COM MEMORIAIS NA APROXIMAÇÃO À DOCÊNCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 13:22)

Vinculado à formação inicial de professores, este relato de experiência integra a rede dialógica sobre as práticas de memórias e narrativas como estratégias formativas. Na articulação entre ensino e pesquisa, analisa uma experiência de formação desenvolvida com licenciandos de uma disciplina do curso de Pedagogia, durante um semestre letivo do ano de 2015. A experiência, com procedimento de narrativa, por meio da elaboração de memoriais visuais, integra também um grupo de pares em formação composto de outros estudantes de graduação e de pós-graduação. No bojo dos desafios relacionados à formação de professores, em especial na sua vinculação com o provimento de profissionais para o campo da Educação Infantil, com referenciais bakhtinianos, investe na troca entre pares favorecendo o reconhecimento das singularidades de cada trajetória e o encontro entre percursos formativos, de modo a vivificar reflexões sobre as aprendizagens pessoais, os desafios da educação com as crianças pequenas, os compromissos da docência, os movimentos do curso na instituição, o desenvolvimento da educação etc."

Por Luciana Galdino

Palavras-chave: Educação / Formação de professores / Docência na Educação Infantil



NO TABULEIRO DA VIDA: UM ESTUDO FENOMENOLÓGICO EDUCACIONAL SOBRE RESILIÊNCIA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 12:48)

Trata-se de uma pesquisa cujo objetivo é desvelar os processos de resiliência psicológica de três estudantes nas aulas de Educação Física de uma escola pública no município de Serra. Nesse sentido, apresentamos suas histórias de enfrentamento das adversidades e os contextos intrapessoais em imbricação com os revezes. A questão-problema de pesquisa é: como se manifestam as estratégias de sobrevivência e empoderamento diante das adversidades de jovens nas aulas de Educação Física? Metodologicamente usa-se a fenomenologia existencial, que visa à compreensão da realidade pela observação e descrição do vivido. Como instrumentos para coleta de dados, utilizaram-se diário de campo, entrevistas não diretivas e desenhos. É embasada, em termos de fundamentação teórica, nos conceitos de escuta empática, de Carl Rogers (1997); envolvimento existencial e distanciamento reflexivo de Yolanda Cintrão Forghieri (2020), e flexibilidade psicológica, de Vitor Gomes (2015). Na revisão de literatura, abordam-se aspectos conceituais do termo “resiliência”, apresentando tanto a definição literal como as múltiplas abordagens teóricas e descrevendo os estudos de ciências humanas dos últimos cinco anos acerca do tema. Como produto da pesquisa, foram elaboradas videoaulas postadas no YouTube acerca da Educação Física e resiliência.

Por Anderson Oliveira Santos

Palavras-chave: Resiliência / Fenomenologia / Educação Física escolar



NOS MEANDROS DAS NARRATIVIDADE: A MEMÓRIA EM TRÊS TEMPOS DA LITERATURA BRASILEIRA

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 06:42)

O trabalho de criação literária pressupõe um exercício memorialístico que, materializando-se na palavra, tornar-se-á memória literária. Por esta razão, nesta tese, analisaremos por meio do método comparativista, como a memória se articula em três momentos na literatura brasileira: em Memórias do cárcere, de Graciliano Ramos, quando o autor conta de um contexto vivenciado por ele; em Os Sertões, de Euclides da Cunha, quando uma história é testemunhada e transfigurada na página impressa e, enfim, no livro Em liberdade, de Silviano Santiago, quando um escritor cria uma situação literária. E, para fazermos esta análise, buscamos subsídio em estudiosos da memória Jöel Candau, Ivan Izquierdo, Jonathan Foster, Henri Bergson; da criação literária Käte Hamburger, Roland Barthes, da história Jacques Le Goff e Roger Chartier; e em teóricos da literatura Walnice Galvão, Luiz Costa Lima, Wander Melo Miranda, Mikhail Bakthin, Ruth Silviano Brandão e Paul Ricoeur.

Por Eduardo Fernando Baunilha

Palavras-chave: Memória literária / Autoria (Graciliano Ramos / Euclides da Cunha e Silviano Santiago) / Representação (realidade e irrealidade) / História e ficção



O

O BLOCO ÚNICO NO MUNICÍPIO DA SERRA: CONTRIBUIÇÕES À HISTÓRIA E À POLÍTICA DE ALFABETIZAÇÃO (1995 A 2003)

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 12:17)

Num ensaio de uma proposta dialógica, este relatório de pesquisa produz enunciados que tentam registrar a história da alfabetização no município da Serra (ES), entre 1995 e 2003, período em que vigorou o Bloco Único. Para isso, analisa fontes escritas assinadas pela Secretaria de Estado da Educação (Sedu), pelo Sistema Municipal de Educação da Serra, além de notícias de jornal impresso, fichas descritivas e narrativas de professores e coordenadora que atuaram diretamente na implantação e vigência desse projeto. As opções teórico-metodológicas Bloch (1997), Le Goff (2003), Graff (1995), Bakhtin (2006, 2010, 2010a, 2010b) e Bakhtin e Volochínov (2010) permitiram dialogar com esses diferentes enunciados. Cotejando os dados a respeito do Bloco Único com as vozes dos sujeitos que vivenciaram essa experiência, esta pesquisa evidencia quatro linhas discursivas que permearam a implantação e implementação do projeto: o discurso sobre o fracasso escolar e sobre a qualidade do ensino na escola pública capixaba; a fundamentação teórico-metodológica do Bloco Único e as complexificações conceituais propostas; a permanência de métodos tradicionais nas práticas de alfabetização infantil; e a redução das diretrizes curriculares para a apropriação da leitura e da escrita no Bloco Único. As análises conduziram à reflexão sobre o contexto neoliberal do qual emergem as políticas de ciclo no Brasil, o fracasso/sucesso escolar, a associação entre construtivismo e Bloco Único, a perpetuação dos métodos tradicionais de ensino da língua. Ao fim das discussões, constata a necessidade de se ouvir os profissionais de educação no momento de elaboração das políticas públicas.

Por Fabricia Pereira De Oliveira Dias

Palavras-chave: História da alfabetização / Bloco Único / Neoliberalismo / Construtivismo / Métodos tradicionais de alfabetização



O CONCEITO DE CATARSE NA FILOSOFIA DE THEODOR ADORNO: DESDOBRAMENTOS PARA UMA TEORIA CRÍTICA DA EDUCAÇÃO

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 12:40)

Esta é uma pesquisa teórico-bibliográfica que possui como eixo os fundamentos teóricos da educação e a preocupação com a relação entre teoria educacional crítica e formação estéticocultural. Indaga-se sobre a potencialidade que possui a categoria catarse presente na teoria estética do filósofo alemão Theodor Adorno para dimensionar a discussão sobre formação estético-cultural e apropriação crítica dos produtos da indústria cultural no espaço escolar. Partiu-se da hipótese central de que o conceito de catarse, de Adorno, pode ser profícuo para o desdobramento de uma teoria crítica da educação. Com o mapeamento sobre a presença do conceito de catarse nas discussões educacionais, constatou-se que a categoria é presente, no entanto pouco explorada. Com o estudo sobre a categoria, vimos que a mesma pode ser potente para o entendimento e crítica ao processo catártico operado pela indústria cultural e suas influências no ambiente escolar. Além disso, o conceito de catarse pode se constituir como possibilidade de reflexão entre os conteúdos escolares e as formas em que se apresentam no ambiente escolar. Uma possível relação entre ambos que pode se manifestar na obra prima, ou seja, aquela capaz de agregar uma dimensão histórica do processo civilizatório da humanidade, e ao mesmo tempo como forma estética, também capaz de se apresentar não como mero prolongamento do cotidiano dos alunos, mas também como uma possibilidade de distanciamento do mesmo, e consequente ponte para uma imaginação livre e emancipadora

Por Tamiris Souza De Oliveira

Palavras-chave: Catarse / Theodor Adorno / teoria educacional crítica



O DESENVOLVIMENTO DA PROFISSIONALIDADE DOCENTE EM PROCESSOS DE IMERSÃO NO CONTEXTO DO PROGRAMA DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA DA CAPES NA UFES

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 11:50)

Compreender o processo de desenvolvimento da profissionalidade docente de Residentes imersos (as) no contexto do PRP/CAPES da UFES – Campus Goiabeiras/Vitória foi o objetivo primário deste estudo. O PRP é uma das ações que integram a Política Nacional de Formação de Professores, desde 2018, sob a articulação da CAPES. O estudo ocorreu numa perspectiva de anúncio, de modo a evidenciar os saberes/conselhos/lições das experiências que, possivelmente, contribuirão com o processo de profissionalização e desenvolvimento da profissionalidade docente dos (as) futuros (as) professores (as), pois, a expectativa é que os (as) Residentes, para além de serem sujeitos do estímulo e da vivência pontual, são, especialmente, sujeitos da experiência. A Narrativa foi utilizada como metodologia de pesquisa e de procedimentos de coleta e de análise de dados. Apesar da investigação não ter a intenção em aprofundar na análise do PRP/CAPES, foram identificados indícios de que o desenvolvimento da profissionalidade docente dos (as) Residentes se compõe com experiências do/no processo de imersão em escolas de educação básica possibilitadas pelo Programa, de modo em que saberes/conselhos/lições da experiência foram evidenciados. Na compreensão almejada, primariamente, o estudo concluiu que houve contribuições do/no processo de imersão de Residentes no contexto do PRP/CAPES na UFES – Campus Goiabeiras/Vitória para o desenvolvimento da profissionalidade docente, tais como: i) ampliação de experiências formativas na dimensão prático-crítico-reflexiva; ii) oportunidade de identificar situações de aprendizagem em práticas de subversão ao instituído; iii) maior segurança no ingresso da profissão; iv) ampliação das relações ético-afetivas com colegas da profissão e com as crianças/estudantes; v) trocas de saberes com a comunidade escolar; vi) possibilidade de reflexão na ação e sobre a ação e; vi) ampliação da capacidade de lidar com as emoções e imprevisibilidades da docência.

Por Dalira Da Fonseca Bittencourt

Palavras-chave: Formação inicial / Profissionalidade docente / Residência Pedagógica / Experiência / Saberes/conselhos/lições da experiência



O DEVIR-CRIANÇA DA DOCÊNCIA NA PRODUÇÃO CURRICULAR DA EDUCAÇÃO INFANTIL DE SERRA/ES

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 12:49)

O presente estudo objetiva cartografar o devir-criança presente na docência na produção curricular da Educação Infantil em um CMEI do município de Serra/ES. Para tanto, mobiliza as narrativas docentes na composição com as crianças, ao buscar pistas de como essa composição considera as infâncias e suas multiplicidades na participação da criança na tessitura dos currículos. Percorre o campo de pesquisa utilizando-se, metodologicamente, da cartografia a partir dos pensamentos de Deleuze e Guattari (1995), apostando na oportunidade processual do fazer como dispositivo de produção de dados com o campo de pesquisa e nas redes de conversações tecidas com cotidianos na Educação Infantil, sobretudo em momento histórico tão singular em que a humanidade está acometida pela pandemia ocasionada pela covid-19. Considera as crianças como produtoras de currículos praticadospensados e como praticantespensantes (OLIVEIRA, 2012), (FERRAÇO; SOARES; ALVES, 2017), indicando a possibilidade de transbordamento de sentidos e significados das práticas curriculares. Nesse sentido, convida a dialogar com intercessores teóricos como Alves (2003, 2004), Deleuze e Guattari (1995), Freire (1996), Kohan (2005, 2015), Kastrup (1997), Silva (2001), entre outros que suscitam, em seus debates, provocações que se aproximam da interlocução teórica na qual a presente pesquisa buscou se debruçar. A produção de dados, por meio das redes de conversações (CARVALHO, 2009) em processos formativos, movimenta narrativas, prints, análise documental e imagens. A realização de um e-book enunciando as provocações contidas na problematização da pesquisa traduzirá o produto educacional e, no convite às incompletudes e inconclusões, será a materialidade para pensar a temática para além da produção acadêmica. A partir da produção de dados que indicou a necessidade de novos desdobramentos acerca da temática, a pesquisa finda, mas suas proposições extravasam suas limitações.

Por Eriadnes De Souza Rangel Alves

Palavras-chave: enunciações infantis / devir-criança da docência / currículo na educação infantil / conversações



O DEVIR-DOCÊNCIA DAS “PESSOAS GRANDES” AGENCIADO PELOS DEVIRES-MENORES DO POVO CRIANÇA

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 12:07)

Este trabalho é um convite às “pessoas grandes” docentes, em seu devir-criança, que habitam os territórios-CMEIáions a problematizar práticas educativas que ainda tendem às prescrições, burocratizações e clichês que insistem numa educação escolarizada com crianças. Busca, nas Filosofias da Diferença, conceitos que movimentem o pensamento e aposta nas enunciações infantis como possíveis para potencializar os processos formativos docentes a partir de uma educação-menor. Tem como principais intercessores teóricos Deleuze e Guattari, em interseção com Espinosa. Além desses autores, o presente trabalho compõe com colaboradores no campo dos currículos e cotidianos (CERTEAU, ALVES, CARVALHO, FERRAÇO, GARCIA e OLIVEIRA) bem como nos estudos com crianças e formação docente (CORAZZA, GALLO e KOHAN) da experiência (LARROSA) e da invenção (KASTRUP) e também com o povo criança e as “pessoas grandes” docentes com suas narrativas enunciativas que, produz uma escrita que afirma a potência das vidas nos Cmeis. Os deslizamentos com os processos de pesquisa ganham forças ao fabular, ao modo deleuziano, com o pequeno príncipe e a rosa, suas personagens conceituais, que traçam mapas intensivos com a cartografia (não)método-intervenção em composição com os estudos com os cotidianos. Como objetivos-resultados, cartografa linhas que podem ser pistas para práticas docentes que ocupam brechas em meio ao caos e afirmam a vida nos Territórios-CMEIaión como possível para uma educação-menor; linhas só pensáveis com as enunciações do povo criança.

Por Juliana Paoliello Sanchez Lobos

Palavras-chave: Enunciações infantis / Educação-menor / Devir-criança / Docência em devir



O FABULAR COMO INVENÇÃO E RESISTÊNCIA CURRICULAR: POR UMA POLÍTICA DA ALEGRIA COM AS ADOLESCÊNCIAS E AS DOCÊNCIAS SERRANA

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 12:45)

A pesquisa aqui apresentada se constitui da cartografia das fabulações de professores e adolescentes nos cotidianos escolares, que mesmo diante das linhas duras que segmentam a vida, produzem rupturas, brechas e movimentos de fugas que potencializam a vida e os processos de aprender e ensinar. Os movimentos desta pesquisa aconteceram em uma escola de Ensino Fundamental da Rede Municipal de Serra, no Espírito Santo, enredada por acontecimentos cotidianos e experimentações coletivas que íamos vivendo em nossos agenciamentos com professores e adolescentes. Assim, problematizamos a fabulação como possibilidade de produção de encontros alegres que fortalecessem o currículo escolar, pois fabular e possibilitar encontros alegres na escola é apostar nos currículos que se fazem dos acasos e das experimentações cotidianas, é promover resistências ao ensino cartesiano e codificado, que tenta entristecer a vida. A pesquisa teve, como objetivo geral, cartografar, nos cotidianos escolares, as fabulações dos adolescentes e professores que potencializam currículos que sejam vetores de forças e que produzam alegrias e movimento da vida. Como aposta metodológica, utilizamos a cartografia, seguindo sempre o fluxo da vida que movimenta a pesquisa, traçando novos contornos e experimentando a vida que acontece na escola. Dessa forma, a pesquisa buscou dialogar com os pensamentos de Deleuze, Guattari, Pelbart, Spinoza, Carvalho, Silva e Delboni. A produção de dados nos possibilitou perceber como os processos de fabulação e os afetos alegres colocam o pensamento em movimento e forcejam novos modos de pensar currículos, docências, cotidianos escolares e adolescências. Portanto, afirmamos a escola como um lugar de invenção e força, que produz deslocamentos, rasuras nos currículos prescritos e em redes de conversações, possibilita currículos alegres, feitos do vivido e do praticado.

Por Aline Dias De Oliveira Cocheto

Palavras-chave: Currículos / Redes de Conversações / Fabulação / Política da Alegria



O JOGO AWALÉ NA EJA: MUITO MAIS QUE MATEMÁTICA

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 06:20)

A presente pesquisa teve como objetivo estudar o potencial pedagógico do jogo Awalé como possibilidade na educação matemática, analisando a facilitação da prática de ensino para apropriação das operações básicas por alunos da educação de jovens e adultos nos anos iniciais do ensino fundamental, além da interação com as outras disciplinas e da promoção e valorização da cultura negra, justificada pela Lei 10.639/03 e 11.645/08. A pesquisa está configurada no âmbito do enfoque qualitativo de pesquisa-participante, com o caráter metodológico afrodescendente proposto por Cunha Jr (2006). A análise foi fundamentada na discussão crítico-reflexiva, compreendendo a relação dialógica da pesquisa baseada em Freire (2001). Nossa intervenção pedagógica, inspirada na etnomatemática de D´Ambrósio e na Afroetnomatemática de Cunha Jr, foi realizada com 16 educandos, com idades entre 16 à 73 anos, em uma turma do inicial I (ano I) na EJA noturno no município de Serra (ES), trabalhando a prática do jogo Awalé com enfoque na matemática, em especial nas operações básicas, além de abordar o contexto histórico e cultural que envolve o jogo, proporcionando o diálogo e a interdisciplinaridade, utilizando a cosmovisão africana por meio dos aspectos civilizatórios afro-brasileiros, fundamentados em Oliveira (2003) e Brandão (2006). No que tange a investigação das possibilidades pedagógicas proporcionadas pelo uso dos jogos nos valemos de Grando (2000), e por imersão na história e na cultura estabelecemos uma nova epistemologia de ensino do jogo Awalé. Durante o decorrer de toda a pesquisa, prevaleceu o pensamento freiriano, com vistas à criticidade do ato educativo enquanto político para a valorização dos educandos da EJA e do conhecimento apropriado em suas histórias de vida. O artefato educacional fruto desse trabalho é um livro que tem como finalidade contribuir com outros profissionais que pretendam realizar uma prática da mesma natureza.

Por Joelma dos Santos Rocha Trancoso

Palavras-chave: EJA / Educação matemática / Jogo Awalé / Cosmovisão Africana



O PEDAGOGO NO CONTEXTO DA INCLUSÃO ESCOLAR: POSSIBILIDADES DE AÇÃO NA ESCOLA COMUM

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 06:24)

Este estudo busca investigar as possibilidades de ações articuladas pelo pedagogo, em colaboração com os demais profissionais da escola, visando ao processo de inclusão escolar dos alunos público-alvo da Educação Especial, no Ensino Fundamental. Utiliza três frentes de trabalho, desenvolvidas simultaneamente, por se complementarem. São elas: observação-participante do cotidiano escolar; problematização de tensões, de práticas pedagógicas vivenciadas e da escolarização de alunos público-alvo da Educação Especial, instituindo, assim, espaços de "diálogos formação", momentos com o coletivo da escola e momentos com a pedagoga; processos de ações colaborativas para implementação de práticas pedagógicas que efetivem o acesso ao conhecimento a todos os alunos. O estudo foi desenvolvido em uma escola municipal de Ensino Fundamental, com o público de 1º ao 5º ano, envolvendo a equipe gestora (pedagoga, coordenadora e diretores), os dez professores regentes, dois professores de área, duas professoras de Educação Especial, além dos educandos, ganhando destaque três alunos público-alvo da Educação Especial. Adota a pesquisa-ação colaborativo-crítica como aporte metodológico e, como instrumentos de coleta de dados, utiliza a observaçãoparticipante, diário de campo, realizamos entrevistas semiestruturadas e processos de intervenção coletiva. A pesquisa se efetivou no período de julho a dezembro de 2013. A pesquisadora esteve três a quatro vezes por semana na escola, participando das intervenções em sala de aula, dos espaços para planejamento e formação continuada e também dos momentos de entrada, recreio e saída dos alunos. Esta pesquisa conta com as contribuições teóricas de Paulo Freire e Philippe Meirieu para fundamentar as questões evidenciadas no estudo, além de interlocuções com pesquisadores da área da Educação Especial. Como resultados, evidencia o processo de colaboração, envolvendo a pedagoga e os profissionais da escola, vislumbrando assim, novas possibilidades de organização do trabalho pedagógico, das práticas docentes e do currículo escolar de forma a favorecer a participação dos alunos público-alvo da Educação Especial nas ações planejadas e desenvolvidas pela escola, que também oportunizou aos alunos ditos "normais" o acesso ao conhecimento. Problematiza a importância da formação, como espaço de diálogo coletivo na escola e reconhece que a escola, como espaço educativo, se transforma em lugar de aprendizagens, não somente para os alunos, mas também para os profissionais que lá atuam. Enfoca que o profissional que exerce a função de pedagogo, se constitui como um profissional importante para mediar as questões pedagógicas da escola. Porém, reforça que sua atuação de forma isolada terá menor contribuição para a escola, pois o trabalho pedagógico voltado para a aprendizagem de todos os alunos deve se constituir como um trabalho coletivo e, sendo assim, acontecerá nas relações entre os diferentes profissionais da escola, mediado, pelo pedagogo, o profissional responsável por coordenar as práticas pedagógicas.

Por Karolini Galimberti Pattuzzo Breciane

Palavras-chave: Educação inclusiva / Práticas pedagógicas e a ação do pedagogo / Formação continuada



O PLANEJAMENTO COMO ENSAIO DOCENTE

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 05:21)

A aposta aqui é na possibilidade de pensar/produzir a aula como um intenso ato docente de preparar-se para viver/praticar os acontecimentos com os cotidianos escolares. Aposta no ensaio, na ação de rascunhar, tencionando ampliar os sentidos quanto à potência do planejamento docente como produtor de possíveis na constituição curricular e na docência, mobilizando nas/os praticantespensantes da escola o desejo por uma vida mais comprometida com a coletividade.

Desejo como construção a partir do que há ao invés de busca pelo que falta, e que, como todo agenciamento, constitui uma composição redundante de agenciamentos coletivos de enunciação e atos. Assim, interessa neste livro destacar o conceito de planejamento docente, expandindo-o para além dos sentidos de processo técnico, eficienticista e burocrático, conectando-o ao sentido que Gilles Deleuze (1994) confere ao ensaio: um esforço de abrir-se, criar disponibilidade aos possíveis.

Por Izaque Moura de Faria

Palavras-chave: Planejamento / Currículo / Formação docente / Possíveis / Agenciamento



O PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DO SEGMENTO OU RESPONSÁVEIS DOS CONSELHOS ESCOLARES DO MUNICÍPIO DA SERRA/ES

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 12:58)

A presente pesquisa tem como objetivo geral analisar o processo de participação dos pais de alunos ou responsáveis em conselhos escolares no município da Serra/ES e a formação para esse segmento com a aprovação do Plano Municipal de Educação, Lei nº 4.432/2015. Para tanto, é necessário descrever a trajetória histórica da gestão democrática no município da Serra a partir da reforma educacional de 1990, identificando as alterações nos ordenamentos e nas práticas da gestão educacional do município com a implementação do referido Plano, bem como descrever as iniciativas de formação realizadas para o segmento dos pais de alunos/responsáveis que atuam em conselhos escolares. Também se faz preciso analisar o processo de participação desses indivíduos em unidades de ensino da rede municipal e propor processo de formação a partir do diálogo com esse público. Ademais, a pesquisa traz como indagação inicial: a discussão e a institucionalização do Plano Municipal de Educação da Serra, Lei nº 4.432/2015, possibilitaram avanços na participação dos pais de alunos ou responsáveis nos conselhos escolares e na organização de processos de formação para esse segmento? Nesse sentido, realizou-se um estudo qualitativo, que utiliza técnicas de pesquisa documental e questionários, com a finalidade real de explorar o espectro de opiniões das diferentes representações sobre o assunto em questão. Diante disso, verificou-se que a institucionalização do Plano Municipal de Educação da Serra, na prática, não possibilitou avanços na participação dos pais de alunos ou responsáveis nos conselhos escolares e na organização de processos de formação para esse segmento. Ainda, a presente pesquisa demonstrou que a participação desses sujeitos nos conselhos escolares é um instrumento valiosíssimo para o êxito da gestão democrática da educação pública. Dessa forma, apresentou como produto educacional uma proposta de formação, a fim de qualificar a ação dos(as) conselheiros(as) representantes do segmento de pais de alunos ou responsáveis.

Por Marcia Saraiva Prudencio

Palavras-chave: Pais ou responsáveis / Gestão democrática / Conselho de escola / Formação / Plano municipal de educação



O PODER PÚBLICO ESTATAL E POLÍTICAS EDUCACIONAIS DE CORREÇÃO DO FLUXO ESCOLAR NO MUNICÍPIO DA SERRA-ES

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 12:03)

Este estudo tem por objetivo analisar as políticas educacionais desencadeadas no município da Serra-ES (entre 2011 e 2015) que tenham focalizado a questão da defasagem idade-sérieano em sua rede de ensino. Além disso, busca-se identificar aspectos relativos às concepções dos indivíduos envolvidos na problemática, no que se refere à qualidade na educação, ao direito à educação, às concepções sobre Estado, “fracasso escolar” e aos processos escolares. Para tanto, a aproximação teórica deste estudo ocorre pela via da sociologia figuracional de Norbert Elias e a sua compreensão sobre as relações de interdependências que se configuram entre os indivíduos em diferentes situações. A pesquisa aconteceu em duas etapas: a primeira de caráter exploratório e a segunda de caráter analítica descritiva. Como procedimento metodológico de recolha de dados, tem-se a análise de documentos e de 24 entrevistas semiestruturadas realizadas com funcionários da Secretaria de Educação, diretores, coordenadores, pedagogos, familiares e estudantes em situação de defasagem escolar. Conclui-se que, nos últimos anos (na Serra), não houve nenhuma política sistematizada que centralizasse e “enfrentasse” os problemas educacionais com o foco no estudante repetente e na prevenção às reprovações e interrupções escolares, assim como nos estudantes que já se encontram em defasagem. No entanto, é notório também que muitas são as ações realizadas no município focando este tema, sempre de forma “pulverizada” nas unidades escolares e, muitas vezes, desconexa de outras questões sociais e educacionais. Para os entrevistados, sucesso ou o insucesso do estudante seriam resultados de ações particulares: entre aquele estudante “interessado” e o “desinteressado”, entre o professor “comprometido” e o “descomprometido”, entre a família que participa e aquela que vive “tragédias marcadas pela pobreza e violência”. Essas percepções particularizam os indivíduos e suas ações, tendendo a dissociar indivíduos de sociedade. Esta pesquisa assinala também a necessidade de pensar e gerir políticas públicas mais abrangentes que não se limitem a pensar os problemas sociais de forma fragmentada. Parte dos entrevistados aponta a necessidade de políticas intersetoriais.

Por Elaine De Carvalho

Palavras-chave: Políticas educacionais / Correção do fluxo escolar / Fracasso escolar / Políticas públicas



O POEMA CLÁSSICO NA EDUCAÇÃO ESCOLAR À LUZ DA PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 11:52)

Baseada na pedagogia histórico-crítica, esta pesquisa aborda o estudo teórico conceitual do poema clássico, compreendendo-o como recurso de um ensino estético-literário que contribui para a emancipação humana. Relacionamos o surgimento do poema à humanização dos órgãos do sentido em uma dinâmica entre a objetivação e a apropriação da cultura humana. Expomos a hostilidade do capitalismo ao grande poema por meio da (1) apresentação da unilateralidade e da automatização do trabalho, presente nesse sistema desde sua gênese ─ na manufatura e na maquinaria e (2) da identificação da síntese de um projeto educacional, que é, em essência, antipoético. Posto isso, defendemos a pedagogia histórico-crítica como um projeto educativo que acumula condições e possibilidades para uma emancipação humana, cuja mediação é a formação omnilateral, – o desenvolvimento humano em suas amplas possibilidades. Evidenciamos, ainda a necessidade de uma prática intencional, planejada, que perspective o mais rico desenvolvimento psíquico dos alunos e a importância da socialização dos saberes clássicos nessa práxis. Por fim, salientamos que, com intuito de elencar contribuições acerca de um ensino histórico-crítico da recepção poética na educação escolar, elegemos o poema: A noite dissolve os homens do poeta Carlos Drummond de Andrade como exemplo de recurso de ensino que almeja o mais rico desenvolvimento humano.

Por Luana Martins Figueiredo

Palavras-chave: Poema clássico / Educação escolar / Pedagogia histórico-crítica



O PROGRAMA DE CRÉDITO ESTUDANTIL BOM NA ESCOLA: ESTUDO SOBRE UMA POLÍTICA SOCIAL DE GERAÇÃO DE RENDA E REDUÇÃO DOS ÍNDICES DE REPROVAÇÃO E EVASÃO

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 05:24)

Esta pesquisa teve como objetivo entender a contribuição do programa Bom na Escola, implantado pelo município da Serra, Estado do Espírito Santo, em 2007 e seus objetivos quanto à diminuição dos índices de evasão e reprovação escolar. O Programa Bom na Escola se caracteriza enquanto um programa de renda mínima condicionado à educação e garante ao aluno a quantia de R$ 100,00 (cem reais), ao final da quarta série e ao final da oitava série àqueles que forem aprovados e obtiverem uma frequência de 90%. A partir da historização dos programas de renda mínima e sua ligação com as Reformas do Estado, foi possível contextualizar melhor o Bom na Escola. A metodologia utilizada foi um estudo de caso em que procuramos evidenciar quais os impactos do programa nas escolas. Pesquisamos por meio de entrevistas semi-estruturadas e grupo focal, gestores municipais presentes na elaboração e implementação que entrou em vigor no ano de 2007. Os resultados indicam que os alunos e pais de alunos desconheciam o programa ou tinham pouca informação sobre ele. E que os gestores escolares e professores não incorporaram o programa no cotidiano da escola e que paralelamente o que mantém os alunos na escola e zela pela frequência é o Pró-escola, programa desenvolvido numa parceria escola e Vara da Infância e Juventude. Percebemos que os objetivos de evasão e reprovação não estão sendo alcançados. No entanto, as relações com o comércio local são bem estreitas o que nos leva a crer que o programa tem atendido mais aos anseios do comércio do que aos anseios pedagógicos.

Por Elizângela Ribeiro Fraga

Palavras-chave: Renda Mínima / Reforma do Estado / Educação / Políticas Educacionais / Bom na Escola / Pobreza



O PROJETO PRINCIPAL DE EDUCAÇÃO PARA A AMÉRICA LATINA E O CARIBE (1980-2000) E A ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 13:18)

Pretende-se compreender, no Projeto Principal de Educação para a América Latina e o Caribe (PPE), os consensos pactuados pelos países da região, especificamente os destinados à alfabetização de crianças. Investigam-se os encaminhamentos direcionados à apropriação da leitura e da escrita pelas crianças, que atravessaram as metas estabelecidas pelo PPE (1980-2000). Para isso, examinam-se, criticoresponsivamente, 50 Boletins produzidos pela Unesco na vigência do projeto, por meio da análise documental como metodologia de pesquisa e da perspectiva bakhtiniana de linguagem como aporte teórico-metodológico. Nesse diálogo, as ideias arendtianas de política associam-se aos posicionamentos críticos de diferentes autores. Primeiramente, o estudo contempla as configurações dos suportes que compõem o corpus analítico, seus autores, seus destinatários e, posteriormente, a natureza das enunciações registradas nesses documentos. Evidencia a composição objetiva dos Boletins, pretensamente neutra e imparcial, e infere que tais características reforçam a suposta isenção de interesses da Unesco. Demonstra ainda, no entendimento ativo-responsivo dos enunciados presentes nos Boletins, que alguns apontamentos dirigidos à alfabetização infantil foram mais reiterados e organizaram uma trama discursiva que reforçou determinados assuntos em detrimento de outros. Visibiliza algumas vozes dissonantes que não foram assumidas nos acordos estabelecidos. A maior preocupação, no que se refere à alfabetização infantil, foi a reprovação escolar nos primeiros anos de escolarização primária, problema analisado a partir de uma perspectiva economicista e circunscrita à esfera educativa. Conclui-se que a conformação objetiva dos documentos e a reiteração de algumas enunciações garantiram a produção de acordos sobre a alfabetização infantil e revelaram os Boletins como uma ferramenta estratégica para a “fabricação” de consensos.

Por Fabricia Pereira De Oliveira Dias

Palavras-chave: Projeto Principal de Educação para a América Latina e o Caribe / Alfabetização infantil / Consenso / Unesco / Políticas de alfabetização



O RELATIVISMO NEOPRAGMATISTA DAS PEDAGOGIAS DO “APRENDER A APRENDER” NA FORMAÇÃO DO PEDAGOGO DA UFES (2006 E 2018)

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 11:41)

Este trabalho tem como objetivo analisar a influência do relativismo neopragmatista das pedagogias do “aprender a aprender” na formação do licenciado em Pedagogia, tomando como relativismo neopragmatista a tendência à imediaticidade do conhecimento. Para tanto, compreende-se que, por meio das pedagogias hegemônicas, na face do irracionalismo neoliberal/pós-moderno, o pragmatismo ressurge na forma de um relativismo ainda mais imediatista, na versão do neopragmatismo. Este, por sua vez, adequa-se ao contexto da formação do licenciado em Pedagogia e ao mesmo tempo impõe hegemonicamente seus princípios ao complexo da educação. Com base nesse contexto, esta pesquisa de cunho teórico, edificada no materialismo histórico-dialético, utiliza a técnica de pesquisa bibliográfica e documental, considerando como referência os principais autores da Pedagogia HistóricoCrítica, em especial a obra de Dermeval Saviani, Newton Duarte e Julia Malanchen. No âmbito mais geral dos fundamentos, tomou-se como principais referências as obras de Karl Marx e Friedrich Engels e István Mészáros. No intento de atingir os propósitos investigativos, este estudo recorre a análises das concepções pedagógicas presentes na formação do licenciado em Pedagogia, curso da Universidade Federal do Espírito Santo - Ufes, seguindo as categorias da dialética marxista, do geral ao particular, em outras palavras, do particular ao concreto. Nesse sentido, diversos documentos são examinados, como as conferências sobre Educação Para Todos - (EPT), as Diretrizes Curriculares para o curso de Pedagogia (2006), a Resolução nº 02/2015, a Resolução nº 02/2019 e, por fim, os Projetos Pedagógicos de Cursos - PPCs, os currículos e um seleto grupo de ementas de disciplinas do curso de Pedagogia da universidade mencionada, nos anos de 2006 e 2018. Com isso, constatou-se que organismos multilaterais, desde a década de 1990, interferem nas políticas educativas para a formação de professores e, no transcurso das reformas curriculares, há uma adesão às pedagogias do “aprender a aprender”. Além disso, verificou-se que a presença do relativismo neopragmatista das concepções hegemônicas, na formação do licenciando em Pedagogia, é parte da crise estrutural do capital, impulsionada pela ideologia neoliberal/pós-moderna, com a qual progrediu o relativismo da verdade, como se tudo fosse resolvido a partir da linguagem discursiva, sem a necessidade dos construtos ontológicos para a apreensão da realidade em sua totalidade histórica e social. Assim, esta pesquisa realiza a crítica ao relativismo neopragmatista contemporâneo da concepção irracionalista do neoliberalismo/pós-moderno, com base nos pressupostos ontofilosóficos da PHC, tomando o trabalho como categoria ontológica central e fundante na constituição da vida humana e também como elemento essencial da emancipação humana. Assim, busca-se elevar a formação da classe trabalhadora para além da aparência dos fenômenos correlatos, contrapondo-se à influência do relativismo neopragmatista no cenário pedagógico brasileiro sob a hegemonia das pedagogias do “aprender a aprender.”

Por Antonio Niuvan Rodrigues Da Costa

Palavras-chave: Pedagogias do “aprender a aprender” / Curso de Pedagogia / Pedagogia Histórico-Crítica / Formação de professores



O TRABALHO DOS GESTORES NAS INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO INFANTIL

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 13:19)

Nos desafios conexos à gestão educacional, este artigo sintetiza dados de pesquisa qualitativa, abordando o trabalho dos gestores das instituições de Educação Infantil, com procedimentos de aplicação de questionário e de desenvolvimento de entrevista. Com ancoragem teórica-metodológica bakhtiniana, evidencia-se um trabalho instado pelas bases legais e demandas – por vezes, conflitantes – dos órgãos gestores, pares de trabalho, estudantes e comunidade. Nesse movimento, o compartilhamento coletivo das ações reúne exigências, implicando responsabilização, que informam novas imposições à gestão educacional.

Por Luciana Galdino

Palavras-Chave: Educação Infantil / Gestão / Trabalho docente



O USO DO JOGO AWALÉ COMO POSSIBILIDADE NA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA PARA EJA

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 06:20)

O presente livro trata-se do artefato educacional resultado da pesquisa de mestrado intitulada: "O uso do jogo awalé como possibilidade na educação matemática para EJA", é destinado a professores dos anos iniciais e pedagogos no âmbito da Educação Básica, especialmente professores do Ensino Fundamental da educação de jovens e adultos, no entanto também abrange todos que possuem interesse pelas temáticas de EJA, educação matemática e relações étnico-raciais e que buscam por meio dos jogos promover práticas educacionais diferenciadas que articulem a "História e Cultura Afro-Brasileira", em conformidade com a lei 10.639/03. Nele estão reunidas todas as experiências e os resultados obtidos tanto com a pesquisa realizada acerca do jogo Awalé, de origem africana, bem como dos aspectos culturais, históricos e legais que permeiam a referida prática e jogo, somados à discussão do seu potencial como alternativa para além do ensino de matemática nos anos iniciais. Para fins didáticos organizamos o conteúdo em quatro grandes tópicos, quais sejam: "Por que?", “Pra que?", "Como? e " Compor Possibilidades", tudo no intuito de contribuir com outros profissionais que pretendam realizar uma prática da mesma natureza. Ressaltamos que este material está publicado no site do Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemática (Educimat) por ser um meio de ampla divulgação e acesso livre. Esperamos que o material elaborado seja fonte de incentivo e apoio para professores.

Por Joelma dos Santos Rocha Trancoso

Palavras-chave: EJA / Educação matemática / Jogo Awalé / Cosmovisão Africana



OBJETIVAÇÃO DE UM CURRÍCULO DE EDUCAÇÃO FÍSICA: ENTRE OS PRESCRITOS E OS VIVIDOS

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 07:04)

O presente estudo busca compreender a construção diária de um currículo de Educação Física, analisando os referenciais e documentos teórico-metodológicos com os quais um professor participante ativo de um processo de revisão curricular lida/mobiliza em seu dia a dia para a objetivação do currículo em ação, quais os condicionantes externos e internos influenciaram as escolhas e as formas desse sujeito perceber, explicar e descrever a organização e o trato pedagógico conferido aos conteúdos desse componente curricular no seu contexto educacional de trabalho. Referencia suas análises numa abordagem sociológica sobre a construção do currículo de Educação Física e opta pela perspectiva qualitativa, apoiando-se na etnometodologia. Utiliza a abordagem interpretativa, exprimindo um caminho metodológico que confere centralidade às ações do sujeito no processo investigado. Os instrumentos de coleta de dados foram: a observação de caráter participante, as entrevistas e a análise de documentos. Investiga os espaços de discussão coletiva, a sistematização dos documentos, as propostas, as ações e as aulas da professora colaboradora. Constata a influência de condicionantes externos e internos que tanto, potencializam a autoria e autonomia da professora colaboradora na construção diária do currículo vivido de Educação Física, quanto geram tensões, lutas e conflitos. As análises evidenciam que as escolhas da professora na construção do projeto pedagógico para á área de Educação Física pautam-se numa perspectiva que considera as vivências e experiências dos alunos, bem como a realidade da comunidade onde atua.

Por Janaina Esfalsini Figueira Assereuy

Palavras-chave: Educação Física / Currículo Prescrito / Currículo Vivido / Autonomia / Autoria



OS MOVIMENTOS CURRICULARES INVENTIVOS NOS ENCONTROS COM CRIANÇAS DO PRIMEIRO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL I

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 12:44)

Esta dissertação é um convite pelas andanças em uma Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF). Trata-se de um caminhar imprevisível ao lado de crianças e professoras do primeiro ano do ensino fundamental, na produção de modos outros de currículos. Objetiva, desse modo, cartografar os movimentos inventivos curriculares de crianças e professoras nos encontros/acontecimentos cotidianos de uma turma do primeiro ano. Os autores que ajudaram a pensar a vida, a produção de conhecimento, currículo, encontro, infância, criança e inventividade com base na filosofia da diferença foram Deleuze, Kastrup, Guattari, entre tantos outros, sendo, assim, os interlocutores para problematizar o seguinte: Que efeitos de invenção os encontros/acontecimentos produzem nos movimentos curriculares “inventivos” na turma do primeiro ano do ensino fundamental I? A pesquisa foi realizada em uma escola pública de Ensino Fundamental da Rede Municipal da Serra no Espírito Santo, cuja cartografia foi utilizada como caminho metodológico com as crianças e professoras, que, mergulhadas na EMEF com seu caderno de campo e câmera na mão, desejam registrar os fluxos e afetos que transpassam o corpo da cartógrafa. Conclui que a força e a potência dos encontros e acontecimentos com a literatura, os desenhos, as fotografias na turma do primeiro ano produzem os movimentos inventivos curriculares. Em composição com este trabalho, o produto de pesquisa apresenta experimentações coletivas com as imagens fotográficas e narrativas de crianças e professoras, problematizando imagens de escola, currículo e infância pelo olhar das crianças, produzindo, assim, novos movimentos inventivos.

Por Viviane De Moraes Garcia Vargas

Palavras-chave: Crianças / Infâncias / Currículo inventivo / Ensino fundamental / Encontros



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PARA ALÉM DO PACTO NACIONAL PELA ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA: SABERES-FAZERES MATEMÁTICOS DE PROFESSORAS ALFABETIZADORAS DO MUNICÍPIO DE SERRA

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 07:20)

A pesquisa buscou a partir das etapas concluídas do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) no município de Serra, refletir para além do experienciado na Formação Continuada de 2014, chegando ao que foi vivido em um contexto escolar no decorrer do 2º trimestre de 2016. Considerando as contribuições teórico-práticas proporcionadas na/pela formação PNAIC, esta pesquisa procurou investigar de que maneira as relações estabelecidas no processo formativo dialogaram com os saberes-fazeres das professoras alfabetizadoras, tendo como objetivo principal analisar se movimentos tecidos na formação continuada do PNAIC dialogavam com saberes-fazeres matemáticos de um grupo de professoras alfabetizadoras de Serra. Nesse sentido, a pesquisa assumiu um caráter qualitativo e aproximou-se de elementos da pesquisa-ação participativa, de modo à integrar-se aos contextos onde encontramos as alfabetizadoras e seus saberes-fazeres. Em relação à metodologia, a pesquisa desenvolveu-se por meio de observação participante, questionários, diálogos com as alfabetizadoras em seus planejamentos e em ações nas salas de aula, análise documental e imagens. A partir do vivenciado ao longo do percurso, analisamos as seguintes categorias (1) Saberes de professoras alfabetizadoras, (2) Processo reflexivo docente, (3) Saberes-fazeres matemáticos em ambientes de aprendizagem, bem como os seus desdobramentos. Para o Produto Educacional, elaboramos com o grupo de professoras, Sequências Didáticas a partir do projeto institucional da Unidade de Ensino, desenvolvido em ambientes de aprendizagem, abordando conhecimentos matemáticos em diálogo com outras áreas de conhecimento.

Por Viviane Rosa De Lima Ribeiro Castiglioni

Palavras-chave: Matemática / Processo reflexivo / Formação continuada / Saberes docentes



PERSPECTIVAS TEÓRICO-EPISTEMOLÓGICAS DO PLANEJAMENTO DOCENTE EM TRABALHOS ACADÊMICOS: TERRITÓRIOS DO INSTITUÍDO E DE CRIAÇÃO

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 05:29)

O presente texto objetiva mapear territórios em que diferentes perspectivas teórico-metodológicas de planejamento docente são expressas a partir da análise  de trabalhos acadêmicos de mestrado e doutorado produzidos do ano de 2013 a 2018. Trabalhos em que o planejamento docente assume diferentes assinaturas expressivas, de acordo com a política educacional que lhes move, e a partir dos  atuais – tomando a cartografia como procedimento metodológico – delineamos dois movimentos: planejamento instituinte e planejamento criação, donde desejamos perspectivar o planejamento docente enquanto linha de forças para as práticas educativas e para uma política educacional intensiva. Assim, tendo como principais intercessores teóricos Gilles Deleuze e Félix Guattari, com a filosofia da diferença, além dos autores dos trabalhos acadêmicos que compuseram os territórios aqui mapeados, compreendemos que o planejamento docente nas pesquisas de pós-graduação possui fortes demarcações, mas com possibilidades para criação como linha de forças.

Por Izaque Moura de Faria

Palavras-chave: Planejamento docente / Território instituído / Território criação



PLANEJAMENTO DOCENTE COMO PRODUÇÃO DE POSSÍVEIS

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 05:30)

O artigo é fragmento de uma pesquisa concluída e debate a potência do planejamento docente como produtor de possíveis na tessitura curricular e constituição da docência. Destaca a ação docente de ensaiar, de preparar-se para a aula como modo de re-existir através da/nadocência, rompendo com perspectivas eficienticistas, burocráticas e individualizadas de idealização da aula e do currículo. Trata de uma pesquisa-intervenção cartográfica produzida-efetuada no cotidiano de uma Escola Municipal de Ensino Fundamental de Serra/Espírito Santo, em 2019. Dialoga com os conceitos de agenciamento coletivo de enunciação e redes de conversações afirmando o planejamento docente como composição de heterogeneidades expressivas que perpassam a docência enquanto relação de aprenderensinar. Ressalta a produção de possíveis através do planejamento docente como meio de expandir currículos e docências para além do estabelecido.

Por Izaque Moura de Faria

Palavras-chave: planejamento / docente / ensaio / docência



PLANEJAMENTO DOCENTE COMO PRODUÇÃO DE POSSÍVEIS NAS PRÁTICAS EDUCATIVAS

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 05:31)

Mobilizada por um desejo erosivo de conceitos, esta pesquisa tenciona expandir o conceito de planejamento docente, cartografando e problematizando diferentes expressões que este assume em pesquisas acadêmicas e no cotidiano escolar. Tendo currículo e formação docente como pistas e apostando em expressões que entendem o planejar docente como um rascunhar, ensaio, a partir da perspectiva de Gilles Deleuze, em busca de inspiração ao invés de antecipação. Esta pesquisa – influenciada pela filosofia da diferença – erode expressões que reduzem o planejamento docente à criação de roteiros e prescrições disciplinadoras – apoiadas em lógicas racionalistas do pensamento moderno – expandindo este conceito a partir de suas pistas e, com elas, como processos coengendrados mobilizados pela produção-efetuação de possíveis. Expansão processada através da cartografia – enunciada por Gilles Deleuze, Félix Guattari, Virgínia Kastrup, Eduardo Passos e Liliana Escóssia – como performance metodológica a viverpraticar, produzir e simultaneamente percorrer nesta pesquisa-intervenção. Cartografia produzida-percorrida por meio de redes de conversação, registros (escritos, gravados em áudio e fotografados) em diário de campo e principalmente através de um forte exercício de despersonalização do aprendiz-cartógrafo. Mobilizando e intensificando o campo problemático desta pesquisa-intervenção desejante por entender como o planejamento docente pode produzir possíveis nas práticas educativas? Resultando na produção desta cartografia e de outras três produções, sendo: um curso de extensão certificado pelas Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG) e Pró-Reitoria de Extensão (PROEX) da UFES; um curso de formação certificado via Secretaria de Educação do município de Serra; e a edição inaugural da revista do Núcleo de Pesquisa e Extensão em Currículos, Culturas e Cotidianos (NUPEC3). Produções em que se destacam como reterritorializações – considerações – desta pesquisa-intervenção: a coexistência de expressões do conceito de planejamento docente como instituído e como criação que no cotidiano escolar se atravessam constantemente; o planejamento docente como agenciamento coletivo de enunciação produtor de possíveis; possíveis produzidos-efetuados através dos acontecimentos que promovem a expansão de diferentes conhecimentossignificações e, consequentemente, do currículo em currículos ecológicos e conectados rizomaticamente; e da formação docente como processo de produção de docências possíveis a compor um devir-docente em constante formação pelas/nas práticas educativas escolares em que a docência se processa como relação de aprenderensinar entre suas/eus praticantespensantes.

Por Izaque Moura de Faria

Palavras-chave: Planejamento / Currículo / Formação docente / Possíveis / Agenciamento

https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=9350475


POLÍTICA EDUCATIVA DE JOVENS E ADULTOS NO BRASIL NO CONTEXTO DA AGENDA GLOBALMENTE ESTRUTURADA PARA EDUCAÇÃO

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 05:32)

Esta pesquisa teve como objetivo geral analisar as políticas educativas de jovens e adultos no Brasil, seus contornos na transição do milênio, entre 2000 e 2015, bem como suas relações com a Agenda Globalmente Estruturada para a Educação (AGEE), e os tensionamentos promovidos no âmbito da sociedade civil. Preconizada por Roger Dale (2010), a AGEE possibilita compreender os impactos da globalização na reconfiguração do papel do Estado, e como os Organismos Internacionais (OI) se tornam representantes dessa agenda para induzir e padronizar as políticas públicas em âmbito transnacional. Partimos da hipótese de que a política internacional, que vem se consolidando no Brasil, integra uma agenda globalmente estruturada para a educação, que envolve agendas globais como a Educação para Todos (EPT), os Objetivos do Desenvolvimento do Milênio (ODM), os Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (ODS) e as que contemplam a EJA, como as Confinteas. Como suporte teórico, operamos com as categorias globalização, política educativa e suas relações com o Estado na formulação das políticas públicas, com base na sociologia política (IANNI, 1994; 1997), (HELD, 1984; 2002) e (TORRES, 2001; 2003) e na teoria política (GRAMSCI, 1978; 2001), (DUSSEL, 1977; 1993). Os fundamentos epistemológicos do Realismo Crítico (BASKAR,1978) são tomados como referência para a construção das análises que fomos produzindo no decorrer da investigação, sustentando assim metodologia mista que envolveu: pesquisa documental; recolha de dados oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Pesquisa Nacional de Amostra Populacional (Pnad) e Instituto Nacional de Estatística e Pesquisa Anísio Teixeira (INEP), bem como;a utilização da ferramenta NVivo 11 como ferramenta qualitativa de análise de dados.No processo investigativo descrevemos e buscamos analisar criticamente os relatórios do Banco Mundial (BM), da Organização para a Cooperação do Desenvolvimento Econômico (OCDE), da EPT, ODM, ODS e V e VI Confinteas. Em âmbito nacional, os documentos específicos da Educação de Jovens e Adultos e os relatórios dos Encontros Nacionais de educação e Jovens e Adultos (ENEJA) estiveram em foco. As análises realizadas nos levam a afirmar a incidência da lógica neoliberal expressa nas orientações dos OI sobre as políticas educativas de EJA que vêm se desenvolvendo no Brasil, no período estudado, através de mecanismos, processos e eventos que evidenciam uma reconfiguração do papel do Estado voltado para responder às demandas do mercado em detrimento das demandas da sociedade civil. As políticas de redução da pobreza, de promoção da alfabetização, de focalização nos grupos mais vulneráveis, desenvolvimento econômico e a ênfase na educação e aprendizagem ao longo da vida, dentre outras categorias, incidem expressamente na formulação das políticas educativas de EJA, desafiando a capacidade de tensionamento da sociedade civil, em específico os Fóruns de EJA, na mudança dos rumos das políticas educativas. Reafirma-se, assim, a submissão do Estado brasileiro a uma Agenda Globalmente Estruturada para a Educação.

Por Elizângela Ribeiro Fraga

Palavras-chave: Educação de jovens e adultos / Política educativa / Globalização / Agenda Globalmente Estruturada para a Educação



POLÍTICAS DE ALFABETIZAÇÃO DE ADULTOS (1945-1965): DISCURSOS DA UNESCO

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 11:42)

Este trabalho intenta compreender os discursos da Unesco sobre alfabetização de adultos no período de 1945 a 1965. Adota a perspectiva de linguagem bakhtiniana, que é enunciativo-discursiva, materializando-se nos múltiplos contextos de interação verbal. Dialoga com três concepções: de História (LE GOFF, 1990), compreendida como movimento, recorrendo ao passado para buscar, nos contextos sociais e culturais, os fios condutores, tanto dos discursos quanto das práticas que permanecem no presente; de política (BALL, 2011; FIORIN, 2009, 2020), que carrega a noção de ideologia dominante, subjaz ao contexto do tempo histórico em que é aplicada ou desenvolvida, está essencialmente vinculada às vozes autorizadas que circulam socialmente, retroalimenta-se na vida cotidiana por meio do dialogismo ininterrupto e é encarnada por sujeitos ativos; e de alfabetização (GONTIJO, 2002, 2007, 2008, 2014), que concebe o processo de apropriação da leitura e da escrita como uma prática sociocultural que deve ser, desde o início, responsável por proporcionar a constituição de sujeitos que compreendam a realidade em que vivem, considerando todas as suas contradições, e nela tenham condições de intervir, por meio de reflexões e ações responsivas e não reprodutivas. Fundamenta-se, teoricamente, nos seguintes autores: Bakhtin (2005, 2009, 2011, 2020), Freire (2011), Geraldi (2004, 2010, 2011, 2013, 2018), Goulart (2013) e Ponzio (2010). Aporta, metodologicamente, as orientações da abordagem qualitativa sob orientação sóciohistórica, por meio da pesquisa documental (FREITAS, 2002, 2003; GIL, 2009). Conclui que os países mais empobrecidos estruturaram suas políticas internas na área da educação, ancorando-se nas resoluções dos Organismos Internacionais, por motivos que permeiam o financiamento e a direção de uma lógica global de formação de mão de obra adaptada ao mercado. No caso específico desta pesquisa, as campanhas e programas de alfabetização de adultos que foram implementadas no Brasil e em outros países nos anos de 1945 a 1965 tiveram influências políticas e pedagógicas da Unesco.

Por Polyanna Silva Goronci

Palavras-chave: políticas de alfabetização de adultos / discurso / Unesco



POLITICAS PÚBLICAS DE EJA NO MUNICÍPIO DA SERRA: (IM)POSSIBILIDADES E DESAFIOS DO PROEJA-FIC

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 07:25)

Este estudo busca abordar qual o percurso e as práticas de gestão assumidas pelo município da Serra ma implementação do Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos - Formação Inicial e Continuada - PROEJA-FIC. De um modo geral buscamos explicitar os caminhos pelos quais se deram o processo de implantação do programa, conduzindo-nos a partir das seguintes questões orientadoras: quais são as lógicas sociais e políticas que estão subjacentes, no que concerne à articulação da escolarização com o mundo do trabalho mediada pela adesão do PROEJA-FIC no município da Serra? Se o município nem mesmo havia avançado, no momento em fez a adesão ao programa, na constituição de uma política que considerasse a EJA como uma modalidade de ensino, o que mobilizou os gestores a tal adesão? Para subsidiar esse objetivo delineamos caminhos que nos permitisse identificar os princípios que permearam a adesão ao programa e trazer elementos que nos possibilitasse problematizar as dificuldades, os impasses e até mesmo os avanços que emergiram nesse percurso de implementação. Buscamos um referencial teórico que nos orientasse no campo dos estudos da EJA e da educação e trabalho, nesse sentido fundamento a nossa pesquisa os estudos de Paiva (2004; 2007), Oliveira (2004; 2011), Fávero (2004; 2009), Frigotto (1989; 2002), Kuenzer (1986; 1992; 2000), Beisiegel (1974), Marx (1978) dentre outros. A metodologia utilizada foi o estudo de caso, que teve como sujeitos de alunos do PROEJA-FIC, gestores das instituições parceiras e da uma escola municipal. Quanto aos instrumentos metodológicos, utilizamos a entrevista semiestruturada e a análise documental. Os resultados mostraram mostram, que a implementação do PROEJA-FIC no município não levou em consideração a efetiva instituição da integração da EJA com a Educação Profissional. Essa possibilidade é desconstruída a medida que nem o município, nem o IFES assumem os princípios que fundamentam a constituição do Programa. Quando não assume efetivamente os compromissos de garantir sua participação na elaboração do Projeto Pedagógico do PROEJA-FIC e de fomentar espaço e condições para a formação continuada, o município já abre caminhos para a não efetivação da proposta em sua totalidade.Há que se considerar, no entanto, que o PROEJA se constitui numa importante ação governamental para a EJA. Faz-se necessário apenas que esta política seja assumida em sua integralidade e que as instituições proponentes sejam capazes de formar uma rede mais eficiente de interlocução qualificada que fosse reconhecida também, em uma agenda política de oferta da EJA articulada à educação Profissional.

Por Andrea De Souza Batista

Palavras-chave: Educação de jovens e adultos / educação profissional / PROEJAFIC



Por uma teorização da avaliação em Educação Física: práticas de leitura por narrativas imagéticas

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 05:35)

Esse estudo objetivou propor um corpus de saberes teórico-práticos que desse elementos à teorização da avaliação indiciária, ao debate da produção de sentidos com o aprender; como, também, aos usos e análise das leituras dos aprendizados por meio de registros avaliativos imagéticos. Sustenta a tese de que a incorporação dos elementos da teoria experiencial do sujeito de Marie Christine Josso, da filosofia dialógica de linguagem em Mikhail Bakhtin e narrativa em Walter Benjamin; bem como a concepção de educação dialógica em Paulo Freire, fundamentam esta discussão sobre teorização da avaliação indiciária. Optou-se por empregar uma metodologia de trabalho qualitativa de caráter plurimetodológico. O texto foi organizado em partes. Os dois primeiros capítulos da Parte I apresentam o objeto de estudo no campo da avaliação educacional brasileiro, em uma análise da produção do conhecimento em avaliação da aprendizagem na Educação e na Educação Física, no período de 2005 a 2015. O terceiro capítulo traz a história da trajetória dos estudos com avaliação educacional pelo grupo Proteoria, objetivando problematizar a constituição da teorização da avaliação indiciária. A Parte II traz um capítulo que apresenta a incorporação do corpus de saberes teórico-práticos à avaliação indiciária, e mais dois capítulos de pesquisas de campo do tipo (auto)biográfica, pela entrada metodológica ateliê biográfico com alunos jovens de duas escolas do ensino fundamental, uma da Prefeitura Municipal de Vitória e a outra de Serra. Estas escolas possuem uma história de duas docentes de Educação Física que permaneceram com o mesmo grupo de alunos, lecionando para eles por mais de cinco anos. Essas educadoras possuem um trabalho pedagógico com registros avaliativos em diferentes linguagens: textos, provas, desenhos, diários da Educação Física, portfólios de fotografias e filmagens. Com essas investigações empíricas, analisou-se os sentidos atribuídos pela professora e alunos à avaliação da Educação Física. A tese problematiza de que maneira os usos de registros avaliativos imagéticos sinalizam possibilidades para se pensar em avaliar na concepção indiciária na perspectiva investigação-formativa, com vistas às projeções do ensino e aprendizagens das práticas corporais. Os resultados apontam para a incorporação na teorização indiciária, da prática avaliativa por investigação narrativa, tomando a formação humana como centralidade do processo educativo. As potencialidades da teorização da avaliação indiciária estão, primeiramente, em anunciar o avaliar na centralidade do protagonismo do aluno no processo formativo, compreendendo que o aprender são ações individuais e coletivas. Demonstra a importância da produção das práticas avaliativas na/pelas narrativas das experiências de ensino e de aprendizagens, materializadas em registros que deem visibilidade às interpretações dos caminhos percorridos na trajetória dos aprendentes da formação humana. Essa necessidade leva a anunciar a importância do lugar das práticas (auto)avaliativas, principalmente, como fazer sua materialização por meio dos registos imagéticos, pensados, especialmente, ao avaliar a especificidade do conhecimento que lida a Educação Física. Avaliar torna-se ações investigativo-formativas dos aprendentes de análise das escritas-narrativas corporeizadas pelas/com as experiências das práticas corporais e da forma como essas inscrições fornecem indícios aos modos de projeções de aprendizagens na formação do corpo biográfico.

Por Aline de Oliveira Vieira

Palavras-chave: Avaliação da aprendizagem / Narrativas / Registro Imagético



PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU COMO LUGAR/ESPAÇO DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 13:15)

Este estudo investiga as demarcações das políticas educacionais nos Planos Nacionais de Pós-graduação (V e VI PNPG, 2005-2020), documentos e avaliações das áreas de Educação e Ensino (trienais e quadrienais, 2009-2019) e na produção acadêmica, que autorizam tratar a formação stricto sensu como lugar/espaço de formação continuada de professores da educação básica. Utiliza a abordagem qualitativa, desdobrada entre documental-bibliográfica (Richardson, 2012) e estudos de revisão (Vosgerau; Romanowski, 2014). Analisa 22 teses e dissertações, disponíveis virtualmente, no Banco Digital Brasileiro de Teses e Dissertações (BDTD) e na Plataforma Sucupira, defendidas entre os anos 2005 e 2021, que sustentam a formação pós-graduada. Vislumbra compreender as epistemologias que permeiam os textos e examinar os sentidos produzidos acerca da formação nos debates acadêmicos. Argumenta que há um alinhamento entre a racionalidade da política de pós-graduação com a produção acadêmica, teses e dissertações, porém, tomada como espaço para formação, cria, pelos desvios de sua natureza e dos consensos, a ocasião para o desenvolvimento da profissionalidade (Nóvoa, 1991, 2002, 2017; Contreras, 2012). Pressupõe o mestrado e doutorado como bem público e direito dos professores. Como sustentação epistemológica, mobilizou-se a partir de Certeau (1994, 2012, 2015) conceitos como espaço e lugar, operação e teoria, prática, institucionalidade, escrituração de textos, interpretação textual, táticas, estratégias, desvios e ocasião. Os resultados apontam que existem tensões no campo do debate acadêmico e entre concepções epistemológicas acerca da formação de professores em nível stricto sensu. Apontou como real implicado, que as pesquisas analisadas mantêm uma aproximação com as políticas de pós-graduação como ato de produzir efeitos de verdades que ratifiquem sua arguição favorável à pós-graduação para formar professores, sustentadas na racionalidade meritocrática, na lógica do mercado e numa formação praticista. Entretanto, como ocasião, identificou que a formação de professores em nível de pós-graduação, apresenta resultados significativos como valorização e desenvolvimento profissional, articulação entre teoria e prática, qualificação da prática profissional e do ensino, tornando esse lugar, um espaço de formação ao desviar de alguns próprios da política e das racionalidades, produzindo um movimento formativo tático observados em micro estudos. Observou a urgência na atenção a ser dada aos aspectos teórico-metodológicos da produção acadêmica ao necessitar de maior rigor metodológico e de reflexão profícua acerca dos usos de consensos acadêmicos no campo da formação continuada de professores na pósgraduação stricto sensu.

Por Juverci Fonseca Bitencourt

Palavras-chave: Formação Continuada de Professores / Educação Básica / PósGraduação Stricto Sensu / Produção Acadêmica



PRÁTICAS DE LEITURA EM TURMAS DE QUARTA SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL EM ESCOLAS DA PREFEITURA MUNICIPAL DA SERRA – ES

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 11:31)

Este trabalho integra os estudos da linha de pesquisa Educação e Linguagens do Programa de Pós Graduação da Universidade Federal do Espírito Santo. Teve por objetivo analisar práticas de leitura em turmas de quarta série/quinto ano do Ensino Fundamental do Sistema Público Municipal de Ensino da Serra, ES, tema esse que teve estreita relação com inquietações advindas da prática profissional e pessoal da pesquisadora. Com base nos pressupostos teóricos de Roger Chartier e nas noções conceituais de apropriação, representação e práticas, buscou identificar concepções de leitura, modos de ler, finalidades, tempos, espaços e suportes de leitura que configuram práticas leitoras no âmbito escolar. Para isso, adotou a opção metodológica de estudo de caso de cunho comparativo, pois vivenciou o cotidiano da sala de aula de turmas inseridas em escolas com desempenho IDEB diferenciados, e utilizou o recurso da observação participante em sala de aula como principal estratégia de coleta de dados. Ainda, fez uso de entrevistas com os sujeitos envolvidos na investigação (alunos, profissionais da escola, pais) e também de análise de documentos e fotografias para constituir o corpus da pesquisa. As análises dos dados foram organizadas a partir das modalidades de leitura mais presentes nas escolas (leitura silenciosa e leitura em voz alta), de modo a evidenciar apropriações, representações e práticas inerentes a esses modos de ler na escola. Constata-se que práticas leitoras nas escolas, independentemente de desempenho IDEB diferenciado, se assemelham, sendo marcadas pelo didatismo escolar, e que o tipo de avaliação que se aplica para aferir nota ao desempenho das crianças nas escolas não dá conta de perceber os intervenientes que constituem esses processos.

Por Gisele Santos De Nadai

Palavras-chave: Leitura / Práticas de leitura / Ensino Fundamental – Serra(ES) / IDEB / Roger Chartier



PRÁTICAS PEDAGÓGICAS ANTIRRACISTAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UMA EXPERIÊNCIA EM SERRA/ES

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 12:50)

O presente estudo teve como objetivo promover a discussão e o enfrentamento ao racismo entre crianças por meio da promoção de práticas pedagógicas. O desenvolvimento da pesquisa partiu do diálogo com as crianças e da interação, com o auxílio dos brinquedos, das brincadeiras e das contações de histórias com as literaturas africana e afro-brasileira e com autonomia para conversar, questionar, reconhecer, trocar saberes e experiências sobre os aspectos raciais. Nesse contexto, foram revisados teóricos/as e pesquisadores/as que tratam de assuntos relacionados à temática, tais como: Eliane dos Santos Cavalleiro (2000, 2001), Nilma Lino Gomes (2002, 2003, 2007, 2009, 2016, 2017, 2019) e Kabengele Munanga (2005, 2016, 2020) sobre a Educação da Relações Étnico-Raciais; Stuart Hall (2014, 2016) sobre Identidades e Representação Social; Manuel Jacinto Sarmento (2005, 2007), Lucimar Rosa Dias (2017, 2021), Anete Abramowicz e Fabiana de Oliveira (2012) sobre Estudos das Infâncias; Paulo Freire, a partir de uma educação libertadora e dialógica (1987, 1992, 2014). Nesse sentido, adotou-se a pesquisa de cunho qualitativo, a qual, na perspectiva da pesquisa-ação, propiciou um engajamento da professora-pesquisadora na elaboração das propostas antirracistas em parceria com as crianças. Para os registros dos dados coletados, foram utilizados caderno de campo, filmagens e fotografias. As investigações aconteceram sobre os espaços físicos da instituição, os documentos que regem a organização da instituição e os recursos pedagógicos que compõem a instituição na perspectiva da diversidade étnico-racial, bem como interações lúdicas, de modo a escutar o que as crianças tinham a dizer sobre as questões raciais. O lócus da pesquisa foi o Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) situado no município da Serra, no Estado do Espírito Santo. Partindo da reflexão de que uma parcela das crianças que frequentam a instituição de educação infantil são negras, ressalta-se a importância de propostas pedagógicas que valorizem sua estética, pois os artefatos culturais apresentados a elas nessa faixa etária podem comprometer o seu desenvolvimento psicológico e social. O contato das crianças com os materiais lúdicos proporcionou momentos de alegria e pertencimento racial. Nessa faixa etária, elas demonstram ter concepção de identificação de sua cor ao afirmarem ser pretas, negras ou brancas no decorrer das atividades. A pesquisa contribuiu para minha formação profissional e subjetiva enquanto professora e mulher negra, inspirando a continuidade da pesquisa da temática Educação para Relações Étnico-raciais na área da educação. Ressalto que a questão racial requer outras perspectivas de educação que envolvam toda a comunidade escolar, inclusive professores/as negras/os e brancas/os, na luta contra o racismo.

Por Ednalva Rodrigues De Oliveira

Palavras-chave: educaçãoantirracista / práticas pedagógicas / educaçãoinfantil / criançasnegras



PROCESSO DE ESCOLARIZAÇÃO DOS ALUNOS PÚBLICO-ALVO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL E NA ITÁLIA: UM ESTUDO COMPARADO

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 06:27)

Este estudo buscou cartografar a materialização das políticas públicas de Educação Especial, em uma perspectiva comparada, nos municípios de Cariacica/ES, Serra/ES e Sassari/Sardenha. Defendemos a tese de que a política prescrita educacional voltada para a área de Educação Especial vêm se materializando nas ações político-pedagógicas construídas no cotidiano escolar, visando à inclusão dos estudantes público-alvo da educação especial matriculados no ensino fundamental. Como aporte teórico-epistemológico, nos embasamos nos conceitos de Boaventura de Sousa Santos (1999, 2007, 2008, 2010, 2018, 2019) e Philippe Meirieu (2002, 2005, 2006). Como aporte teórico-metodológico tivemos inspiração no Estudo Comparado Internacional em Educação, buscando o que é singular e plural nas três redes de ensino e combinadamente, lançamos mão da cartografia simbólica, com o intuito de contribuir com a compreensão dessa trama de relações sociais, pedagógicas e política buscando encontrar sentidos nos mapas que nos foi projetado. O trabalho foi desenvolvido em três frentes de trabalho: realização dos trâmites legais, acompanhamento das ações pedagógicas praticadas nas escolas e consulta aos documentos normativos e orientadores. Os resultados evidenciam que os três municípios buscam assegurar de forma prescrita (por meio das legislações vigentes) e também vivida (por meio do encaminhamento dos profissionais as escolas) os diferentes tipos de apoio pedagógico, suporte e acompanhamento para os estudantes público-alvo da Educação Especial. Compreendemos que a realidade italiana vem avançando na articulação de ações intersetoriais com a interlocução de diferentes profissionais. No caso brasileiro, o processo de intersetorialidade está garantido na legislação nacional e local, porém ainda encontra-se como uma tensão na sua materialização. Concluímos que a escola pública é o lócus que potencializa o atendimento educacional especializado, sendo a realidade vivida nas três redes de ensino. Também identificamos que a pluralidade das ações desenvolvidas nas escolas, com o foco no atendimento educacional especializado propiciou avanços significativos aos estudantes público-alvo da Educação Especial. Compreendemos que as três redes de ensino possuem diferentes formas de organizar o atendimento educacional especializado, mas o trabalho colaborativo é uma ação potente e vivido nos dois países de forma diferenciada, ganhando diferentes contornos. Percebemos que tanto no Brasil quanto na Itália demonstram uma preocupação com o processo educativo dos estudantes público-alvo da Educação Especial. Concluímos que em um campo vasto de possibilidades, a cartografia, em consonância com a Educação Comparada Internacional, contribui para a construção de novos/outros conhecimentos potentes com vistas a uma educação que contemple a todos os sujeitos.

Por Karolini Galimberti Pattuzzo Breciane

Palavras-chave: Estudo Comparado Internacional em Educação / Educação Especial / Política em ação / Inclusão Escolar



PRODUÇÕES NARRATIVAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES ENTRELAÇADAS COM O PENSAMENTO PÓS-COLONIAL

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 10:57)

Esta pesquisa investiga práticas educativas e saberesfazeres socioambientais de professores, no contexto das formações instituídas da Secretaria Municipal de Educação de Serra (SEDU), no Estado do Espírito Santo, Brasil. Tem como objetivo investigar narrativas produzidas na formação de professores e suas conexões com as culturas locais, saberes socioambientais sustentáveis e práticas cotidianas, na perspectiva da colonialidade. Pautados na pesquisa qualitativa, realizamos uma pesquisa-observante (Brandão, 1984) nesses espaços-tempo de formação docente juntamente com a pesquisa narrativa em Educação Ambiental, produzindo redes de conversações (MATURANA, 2014) e uma cartografia simbólica (SANTOS, 2007) dos lugares praticados dos professores, suas experiências e práticas sustentáveis (in)visibilizadas numa articulação de saberesfazeres socioambientais sustentáveis que criam potências de ruptura com os saberes coloniais. Realizamos a investigação da influência do paradigma dominante (SANTOS, 2007) da ciência moderna/clássica/cartesiana/fragmentária buscando compreender e visibilizar as rupturas e continuidades vivenciadas em meio aos conflitos e contradições políticos e socioambientais numa compreensão de complexidade da realidade (MORIN, 2015). Nesse contexto buscamos uma ecologia de saberes (SANTOS, 2007b) para lidar com a diversidade de saberes produzidos na sociedade e nas formações de professores em redes de relações (TRISTÃO, 2004) tecidas com os professores. Problematizamos o contexto socioambiental político atual e as políticas estruturantes de Educação Ambiental. A pesquisa aponta que a formação docente em Educação Ambiental pode e tem contribuído para a construção de uma sociedade mais justa e solidária, caminhando no sentido da emancipação e engajamento político tão necessários. Isso depende necessariamente, contudo, de fortalecer a formação em Educação Ambiental que, em seu contexto amplo, complexo e na sua transversalidade, tem potência pra produzir bons encontros e propor novos modos de produção de saberes. É necessário investir em formação em Educação Ambiental, construir espaços de diálogo e debates sobre o assunto, uma vez que a formação sobre o tema tem se limitado a poucos ou nenhum encontro. Quando ocorrem, geralmente, limitam-se às áreas de Geografia e de ciências, destacando-se de modo insipiente, mas, como tema transversal, necessita ser debatida e aprofundada por todas as áreas de conhecimento.

Por Tales Wellington Cunha Felix

Palavras-chave: Educação ambiental / Formação de professores



PROFESSORES QUE ENSINAM MATEMÁTICA A ESTUDANTES NA TRANSIÇÃO DO 5º PARA O 6º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL: ANÁLISE DE SUAS NARRATIVAS

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 10:58)

Esta pesquisa teve, como objetivo, investigar a prática docente de professores que ensinam Matemática a estudantes dos 5º e 6º anos do Ensino Fundamental a partir de suas narrativas. Utilizamos a História Oral como metodologia de pesquisa para produzir narrativas baseadas nas entrevistas semi-estruturadas realizadas com cinco professores do município da Serra, estado do Espírito Santo, em efetivo exercício da docência, que ensinam Matemática a estudantes dos 5º e 6º anos. A análise das narrativas foi realizada, com aporte nas obras freirianas, em duas vertentes: análise de singularidades e análise de convergências, como proposto por Martins-Salandim. A pesquisa mostrou que os professores enxergam os estudantes do 5º ano como ansiosos, preocupados e amedrontados diante das possíveis mudanças - escola, tempos de aula, perfil do professor que enfrentarão no 6º ano. Os estudantes do 6º ano chegam com lacunas na aprendizagem de Matemática e a fragilidade na leitura, escrita e interpretação corroboram para essa realidade. Todavia, gostam de estudar Matemática, são ativos na realização das atividades propostas, embora apresentem uma indisciplina peculiar à sua idade. Querem brincar, conversar, são agitados, levantam toda hora. Precisam aprender a copiar da lousa, dentro do tempo de aula. Alguns alunos são carentes afetivamente, possivelmente pela mudança do perfil do professor. Alguns desafios dessa transição para o professor que ensina Matemática são: ser paciente ao ensinar a estudantes com características tão próprias. Ser criativo na abordagem dos conteúdos, associando-os ao contexto social dos estudantes, utilizando jogos diversos educativos ou não e brincadeiras. Utilizar uma linguagem adequada à idade dos estudantes, através de uma aula dialógica e desafiadora, capaz de desenvolver/estimular a autonomia dos discentes. Ter consciência de que o modo como o professor ensina influencia a aprendizagem desses estudantes. A pesquisa sinalizou que a formação continuada envolvendo professor generalista e professor matemático, bem como o diálogo e a prática colaborativa entre os dois profissionais, a oferta de atividades diferenciadas na abordagem e introdução dos conceitos matemáticos são possibilidades que poderão contribuir para o ensino da Matemática a estudantes no processo de transição do Ensino Fundamental I para o Ensino Fundamental II.

Por Marisa Da Silva Araújo

Palavras-chave: História Oral / Narrativas de Professores que Ensinam Matemática / Formação Continuada



PROPOSTA PEDAGÓGICA DO PROGRAMA ALFA E BETO DE ALFABETIZAÇÃO

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 07:21)

Este texto apresenta os resultados da pesquisa cuja finalidade foi compreender a proposta pedagógica concretizada nos livros do programa Alfa e Beto de Alfabetização dirigidos aos docentes e às crianças do 1º ano do ensino fundamental, publicados no ano de 2004. Analisa crítica e responsivamente textos contidos em um conjunto de 12 livros produzidos pelo programa, tendo como aporte teóricometodológico a perspectiva bakhtiniana de linguagem. Adota uma abordagem metodológica de caráter qualitativo, de cunho documental, compreendendo os documentos produzidos pelo programa Alfa e Beto de Alfabetização, objeto do estudo, como texto/enunciado. Primeiramente, busca compreender o contexto de produção dos livros desse programa, procurando dialogar, principalmente, com o relatório Alfabetização infantil: os novos caminhos, primeiro documento oficial que propõe a necessidade de revisão do conceito de alfabetização adotado no âmbito das políticas de alfabetização no Brasil, assim como as concepções de linguagem, sujeitos e de alfabetização vinculadas ao programa. Conclui que a proposta pedagógica do programa Alfa e Beto de Alfabetização, apesar de seu texto afirmar que está ancorado em bases cientificas modernas e eficazes, na prática, reduz a linguagem escrita a um código e os sujeitos a meros receptores passivos.

Por Nayara Santos Perovano

Palavras-chave: Programa Alfa e Beto de Alfabetização / Método metafônico / Alfabetização / Proposta pedagógica



S

SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NO ENSINO DE CIÊNCIAS: UMA DISCUSSÃO NA PERSPECTIVA DA ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 12:52)

O objetivo central da pesquisa é descrever o desenvolvimento de uma sequência de atividades didáticas realizadas junto a um grupo de alunos do 8º ano do Ensino Fundamental da Serra/ES sobre a temática “Segurança Alimentar e Nutricional”, na disciplina de Ciências, buscando indícios de alfabetização científica. A pesquisa de caráter qualitativo e colaborativo envolveu uma professora e seus alunos do 8º de uma escola Pública Municipal da Serra, ES. Os instrumentos de coletas de dados utilizados ao longo do estudo foram questionários, diário de bordo e uma redação elaborada pelos estudantes. Para análise de dados optou-se pela análise de conteúdo com delimitação de categorias de análise a priori baseadas nos eixos de alfabetização científica propostos por Sasseron e Carvalho. Concluímos que, a partir do desenvolvimento de atividades sobre Segurança Alimentar e Nutricional podemos iniciar um processo de Alfabetização Científica possibilitando ao estudante realizar uma leitura de mundo crítica de si, dos outros e da sociedade e compreender fenômenos que o rodeia promovendo o pensamento crítico dos alunos e os ajudando a tomar decisões frente aos problemas da sociedade.

Por Elaine Maria Soneghetti

Palavras-chave: Segurança Alimentar e Nutricional / Ensino de Ciências / Alfabetização Científica



SURDO PROFESSOR: FORMAÇÃO POR MEIO DA FILOSOFIA E DA CONSTITUIÇÃO DE UM ESPAÇO PEDAGÓGICO.

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 07:18)

O questionamento que mobilizou essa pesquisa foi: Quais são os efeitos dos atravessamentos da Experiência-Surdez nas práticas docentes do Surdo que é Professor? É o fio condutor deste trabalho que traz uma discussão sobre a formação docente do Surdo que é Professor, por meio da experiência do Ser surdo no exercício da docência na grade de inteligibilidade da inclusão. Sendo assim, o objetivo principal do estudo foi compreender a formação do Surdo que é Professor através das reflexões filosóficas nas rodas de conversa para que seja possível a constituição do espaço pedagógico como práticas na relação docente-discente. A pesquisa foi realizada no Munícipio de Vitória, em parceria com a divisão de educação especial da Secretaria de Educação deste município com o Grupo Interinstitucional de Pesquisas em Libras e Educação de Surdos (GIPLES) para a criação de um projeto de extensão que visou à formação desses professores. Lançamos mão das “Rodas de conversas” como procedimento metodológico tendo como inspiração teórica - metodológica as discussões foucaultianas, junto a outros autores, utilizando os conceitos-ferramentas ‘Experiência de Si’ e ‘Tecnologias do Eu’ para análise dos dados produzidos no decorrer da pesquisa. E por fim concluímos que por meio da experiência de si, os surdos que são professores ressignificam suas práticas docentes potencializando o atravessamento do ser surdo neste processo.

Por Nilma Moreira Da Penha

Palavras-chave: Surdo-Professor / Experiência de Si / Tecnologias do Eu



T

TECENDO REDE ANTIRRACISTA PARA O ENSINO DE HISTÓRIA E CULTURAS AFRICANA E AFRO-BRASILEIRA NA EDUCAÇÃO BÁSICA DO MUNICÍPIO DA SERRA (ES)

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 13:11)

Esta elaboração dissertativa insere-se na linha de pesquisa Práticas Educativas, Diversidade e Inclusão Escolar do Programa de Pós-Graduação de Mestrado Profissional em Educação (PPGMPE) da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). A pesquisa apresenta reflexões sobre formação docente em educação das relações étnico-raciais a partir da formação docente pela via da extensão universitária e formação docente na escola. O estudo justifica-se pela relevância social sobre formação e pesquisa no campo das relações raciais, articulando diálogos coletivos nos espaços escolares na implementação de ações voltadas para uma educação antirracista envolvendo docentes e um grupo de estudantes de uma turma de 6º ano do ensino fundamental do município da Serra (ES). Objetiva analisar o processo formativo docente em educação das relações étnico-raciais que se constituem no cotidiano escolar por meio da tessitura de uma rede antirracista. O estudo ancora-se na metodologia de pesquisa-ação (BARBIER, 2007), ao qual propõe ações coletivas que dialogue com a realidade dos sujeitos envolvidos no processo investigativo. Para fundamentação teórica somos convocados a ampliar a tessitura em rede privilegiando estudiosos como: Kabengele Munanga (1990, 2004a, 2004b, 2005, 2012), Florestan Fernandes (2007) e Stuart Hall (2013, 2014, 2015) que são referências nos estudos culturais e identitários pós-diáspora; as contribuições de (SANTOS, 2006a, 2006b, 2007, 2010a, 2010b) o qual propõe um distanciamento da produção de conhecimento do ocidente europeu por meio da reinvenção social a partir de nossas realidades; na formação docente numa perspectiva racial, ancoramo-nos nas reflexões de Gomes (2010a, 2010b, 2012a, 2012b, 2012c, 2013, 2017) e Oliveira (2018), que se orientam uma perspectiva de educação antirracista, e de Andrade (2007, 2018) que discute os processos de identificação e as contribuições de (OLIVA et al., 2019) na construção de uma rede antirracista como ferramenta de enfrentamento ao racismo. Que as tessituras compostas nesta dissertação possam convergir na composição de outras redes formativas antirracistas na implementação da Lei 10.639/2003. Ademais, que o material educativo, fruto deste trabalho acadêmico, possa fruir novas reflexões epistêmicas ampliando o arcabouço didático-pedagógico para o reconhecimento, valorização e transformação do ambiente escolar a partir do acesso ao conhecimento. Como resultado, compreendemos a importância da pesquisa no propósito de construir coletivamente uma rede antirracista para transformar as posturas e processos racistas que são banalizados na escola ao invés de combatê- los, tendo em vista a transformação da realidade. Soma-se a isto, o propósito maior de valorizar as políticas afirmativas constituídas pela Lei n° 10.639 de 2003 necessárias aos processos educativos e humanos para equidade racial.

Por Marcia Araujo Souza Beloti

Palavras-chave: Educação Étnico-racial / Experiências Formativas / Rede Antirracista



TRAJETÓRIAS DE FORMAÇÃO: PERSPECTIVAS PARA A DOCÊNCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 13:19)

Na articulação entre ensino e pesquisa, este artigo integra a rede dialógica sobre as práticas de memórias e narrativas como estratégias formativas, no contexto dos desafios conexos à formação de professores, em especial para a docência na Educação Infantil. Com referenciais teórico-metodológicos bakhtinianos, numa perspectiva de pesquisa qualitativa, analisamos dados decorrentes de procedimentos de elaboração de memoriais, desenvolvidos com um grupo de licenciandos em Pedagogia. A focalização das enunciações sobre as perspectivas profissionais assinala o reconhecimento de um campo de atuação, no bojo da afirmação da Educação Infantil como primeira etapa da Educação Básica.

Por Luciana Galdino

Palavras-chave: Formação Inicial de Professores / Docência na Educação Infantil / Memórias e Narrativas



U

UMA DESCRIÇÃO FENOMENOLÓGICA E ANALÍTICA EXISTENCIAL DO SENTIDO DA VIDA DE SER LEONARDO, UM ALUNO ADOLESCENTE CEGO, PERSONAGEM DO FILME HOJE EU QUERO VOLTAR SOZINHO

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 11:49)

[INTRODUÇÃO] A arte e a realidade podem ser consideradas como indissociadas, ainda que uma seja diferente da outra, por isso seu impacto na pesquisa em Educação Especial tem sido considerado relevante [OBJETIVO] Compreender o "que é" e "como é" o sentido da vida de ser Leonardo, um estudante adolescente cego, personagem do filme Hoje eu quero voltar sozinho (BRASIL, 2014, de Daniel Ribeiro). [MARCO TEÓRICO] Viktor Emil Frank (1905-1997), trabalhando com os termos "sentido da vida", "vontade de sentido" e "otimismo trágico". [TRAJETÓRIA DE PESQUISA] Pesquisa fenomenológica - Forghieri e Frankl. O sentido da vida de ser Léo foi se desvelando nas descrições compreensivas, nas versões de sentido - VS, compondo uma analítica existencial minuciosa. Fizemos uma descrição da "essência existencializada" do sentido da vida dele ser Leonardo. Selecionamos imagens do filme e inserimos textos, desvelando mais sentidos e, ao mesmo, tempo apontando as essências advindas da existência. [RESULTADOS E DISCUSSÃO] Dividimos esse capítulo em três subcapítulos, estando eles interligados e buscando responder à questão e objetivo geral da pesquisa. Ficou claro que ser Leonardo é algo complexo e que tem dinâmica própria desvelando seus "modos de ser" do "ser no mundo". Tudo por meio das descrições, versões de sentido (VS) e analíticas existenciais que mostrou Léo nos seus "modos de ser": resiliente, amigo, ligado à família e a alguns professores inclusivos de sua escola, enfrentando preconceitos na instituição escolar, entregando-se ao amor romântico etc. Mas, o "que é" e "como é" ser Leonardo, um aluno cego, que responde pelo sentido da vida, quando essa mesma (vida) lhe interroga (pelo sentido)? Ele é um ser sempre em movimento, incompleto e inconcluso, criando em si um ser: da amizade; dos afetos familiares; da resiliência na escola contra os preconceitos; das atitudes inclusivas na escola, pela professora de História dentro da sala de aula e pelo professor de Biologia na ampla sala de aula no campo/acampamento; da autonomia, reconhecendo o outro da relação; da resiliência fora da escola; do amor romântico. [PÓS-ESCRITO] Optamos por descrever o esboço de uma ideia discursiva geral de formação humanista-existencial frankliana, associada com a referida obra de arte cinematográfica de Daniel Ribeiro, criando uma prática educacional totalmente direcionada para a professora de Educação Especial, que trabalha com aluno cego (e outros) na sua sala de aula inclusiva e na sala de Atendimento Educacional Especializado - AEE.

Por Menderson Rezende De Moura

Palavras-chave: Educação Especial Inclusiva e cinema / Estudante cego / "Hoje eu quero voltar sozinho" / Viktor E / Frank / Fenomenologia e existencialismo



UMA PROPOSTA DE ENSINO BASEADO NA ABORDAGEM CLIL: APROPRIAÇÕES DE UMA PROFESSORA/PESQUISADORA

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 11:58)

Este trabalho analisa possibilidades e limitações da abordagem de ensino de conteúdos diversos por meio da língua conhecida como Content and Language Integrated Learning ou CLIL na abreviação em inglês e doravante, no ensino de inglês da Educação Infantil. As perguntas de pesquisa que norteiam o trabalho são “quais são possibilidades e limitações do uso da abordagem CLIL na educação infantil e quais são apropriações de uma professora/pesquisadora dessa abordagem para selecionar, elaborar, adaptar, implementar e avaliar atividades baseadas na abordagem CLIL”. A metodologia de pesquisa é a da pesquisa-ação e o estudo foi realizado em uma escola privada regular não-bilíngue com crianças de 5 e 6 anos de idade, falantes apenas de português como língua materna (L1), em 3 turmas no último ano da Educação Infantil, totalizando 54 participantes. Foram preparados 10 planos de aula com base na abordagem CLIL para trabalhar conteúdos de Matemática, Linguagem Oral e Escrita e Ciências da Natureza ministrados em inglês como língua estrangeira (L2) para esse público. O arcabouço teórico que fundamenta a pesquisa é o da teoria sociocultural de Vigotsky (1934), com foco no conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) proposto por ele. Os dados da pesquisa incluem notas do diário da professora/pesquisadora e os planos de aula produzidos e adaptados por ela. A análise dos dados mostra que é possível a utilização da abordagem CLIL na Educação Infantil por meio da mediação do professor, com a ajuda de materiais concretos que se relacionem com o conhecimento prévio dos alunos. O estudo conclui que existem possibilidades de uso da abordagem CLIL na Educação Infantil desde que as limitações relacionadas à formação de professores para atuarem com essa abordagem sejam superadas.

Por Edineia Braunn Negoceki

Palavras-chave: CLIL / Ensino de Inglês na EI / Elaboração / Adaptação e Implementação de Materiais



UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO NA DITADURA CIVILMILITAR(1964-1985): UM OLHAR SOBRE AS HISTÓRIAS DE REPRESSÕES E LUTAS

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 11:40)

O Brasil, a partir de 1964, viveu um regime de exceção marcado pelo autoritarismo, quando o Estado implantou reformas antidemocráticas visando legitimar os interesses políticos, econômicos e ideológicos dos grupos que apoiavam o Golpe. O presente trabalho investiga as ações de repressão e censura que ocorreram dentro da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) no período da Ditadura CivilMilitar(1964-1985), a partir de uma análise bibliográfica e documental. Isso inclui uma observação das ações tomadas pela administração da Universidade e o impacto da Ditadura na liberdade acadêmica e no ativismo estudantil. Nesse período, o governo procurou exercer controle sobre as universidades e outras instituições de ensino superior, em parte para reprimir a dissidência e as críticas ao regime. A metodologia adotada baseia-se em pesquisas bibliográficas e documentais, que nos ajudam a compreender como a repressão política do período da Ditadura Civil-Militar afetou a educação dos sujeitos e sua formação na UFES. Quanto ao referencial teórico, trabalharemos com o materialismo histórico-dialético, que nos ajudou a compreender nosso objeto de estudo, relacionando o particular (UFES) com a totalidade (Brasil), proporcionando uma análise crítica das circunstâncias.Conseguimos concluir que o movimento estudantil teve papel de destaque em todo o período ditatorial,foram diversas manifestações dos estudantes reprimidas com violência. A repressão durante o período da Ditadura Civil-Militar, influenciou o ativismo estudantil, acarretando um efeito inibidor da participação estudantil em movimentos sociais e políticos, levando a um declínio na mobilização e organização dos estudantes em torno de questões de justiça social e democracia.

Por Vivian Jaciara Viana

Palavras-chave: História da Educação / Ditadura Militar / Universidade



V

VOLUME: UMA IDEIA EM CONSTRUÇÃO

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 07:09)

Este guia didático é um produto educacional elaborado durante a pesquisa de mestrado “ALGUMAS CONTRIBUIÇÕES DO LESSON STUDY PARA A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA EM AULAS QUE PROMOVAM A CONSTRUÇÃO DO CONCEITO DE VOLUME” (WANDERLEY, 2019). Neste guia você encontrará um pouco do que é o Lesson Study, os conhecimentos específicos e pedagógicos necessários à profissão de professor que foram mobilizados pelo Lesson Study, além das atividades planejadas e executadas pelo grupo para a construção do conceito de volume por alunos do 7º ano do Ensino Fundamental. Também elaboramos um vídeo animação com este mesmo tema e que está disponível no link https://youtu.be/bn82Xs4i Nós Esperamos que esse trabalho possa auxiliar os professores em sua jornada pela melhoria de sua prática e no trabalho de construção do conceito de volume. Desde já, ressaltamos que este material está publicado no site do Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemática (Educimat) por ser um meio de ampla divulgação e acesso livre. https://educimat.cefor.ifes.edu.br/

Por Roger Artur Jahring Wanderley

Palavras-chave: Lesson Study / formação de professores / conceito de volume / educação matemática / ensino de matemática




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