FORMAÇÃO COM PROFESSORES NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: A LUDICIDADE COMO POSSIBILIDADE DE ENFRENTAMENTO DA POBREZA E DA EXTREMA POBREZA

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 12:56)

Esse estudo teve como objetivo geral fomentar reflexões e debates sobre pobreza e infâncias empobrecidas, pensando a ludicidade como uma prática pedagógica mediadora no enfrentamento dessa condição social. Como objetivos específicos, buscou-se: a) refletir sobre as questões históricas e sociais da pobreza e da infância, direcionando olhares para o brincar/jogar na sociedade brasileira, ao longo do tempo, e na articulação com os anos iniciais do Ensino Fundamental na atualidade; b) organizar um espaço-tempo de formação na escola pesquisada (virtual e presencial), com professores regentes, coordenação e professores de área (Educação Física e Arte) que atuam no 1º e no 2º ano do Ensino Fundamental, visando fomentar o debate sobre “Educação, Pobreza, Infância e Ludicidade”; c) elaborar, de forma colaborativa, com os professores participantes da formação, propostas lúdicas de enfrentamento da condição de pobreza e extrema pobreza para crianças do 1º e 2º ano do Ensino Fundamental. Ancora-se na pesquisa qualitativa e nos pressupostos da pesquisa- ação colaborativa-crítica para o desenvolvimento deste estudo, devido ao caráter formativo dessa modalidade de pesquisa. A produção de dados deu-se a partir dos diálogos no espaço/tempo de formação colaborativa, de maneira remota, com professores de uma escola localizada em um bairro de vulnerabilidade. Participaram desta formação quatro professores que atuam nos primeiros e segundos anos do ensino fundamental, visando problematizar e promover o debate sobre as questões históricas e sociais da pobreza e da infância, articulada à prática pedagógica, bem como, por elaborar, de forma colaborativa, uma proposta interdisciplinar para o enfrentamento da pobreza. Como aporte teórico, para a relação Educação e Pobreza, Arroyo (2014; 2016), Cararo (2015), Yannoulas e Duarte (2013a, 2013b); para o debate da Infância, nos valemos da Sociologia da Infância pautada em Sarmento (2002, 2004; 2005); na perspectiva de atividades lúdicas nos valemos de Borba (2007), Kishimoto (2009; 2010), Luckesi (2005; 2014) e Freire (2003). Os resultados apontam novas possibilidades de movimentos formativos; a contribuição do debate sobre pobreza para a reescrita do Projeto Político Pedagógico da escola; a urgência em ampliar o debate com vistas ao enfrentamento da negação de direitos, principalmente no contexto escolar; e a necessidade de ampliar o debate sobre o processo de transição da criança da etapa da educação infantil para o ensino fundamental, desnaturalizando as rupturas. Como produto deste processo colaborativo com os professores, a proposta lúdica interdisciplinar é resultado do movimento formativo com visas ao enfrentamento a partir do diálogo sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, pautada no brincar enquanto direito da criança, principalmente no processo de aprendizagem.

Por Alixandra Dantas De Souza Fahning

Palavras-chave: Educação / Pobreza / Infância / Ludicidade / Anos iniciais do Ensino Fundamental


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