CAPIXABANDOS E CONVERSAÇÕES E JURISPRUDÊNCIAS EM FRENTE À PRESCRIÇÃO CURRICULAR NO ESPÍRITO SANTO: O CONGO COMO MÁQUINA DE GUERRA NÔMADE

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 11:48)

Esta pesquisa tem a intenção de inventar com uma escola pública micropolíticas e jurisprudências que tentam subverter os determinismos das prescrições “Base Nacional Comum Curricular” (BNCC) e “Currículo do Espírito Santo” (CES), produto da Base no contexto capixaba. Como referencial teórico-epistemológico, aposta nos estudos dos cotidianos de Certeau , principalmente, para entender os usos que os professores têm feito das prescrições curriculares supracitadas. Valora a força criativa e imanente da diferença, utilizando Deleuze e Guattari como intercessores teóricos que nos fazem pensar a escola e seus escapes como modelos arbóreos , principalmente, quando nos possibilitam delirar com a potência dos signos, daqueles que insistimos em chamar de signos capixabas . Estes aparecem na pesquisa como disparadores que evocam a força das produções culturais de resistência dos povos originários e negros diante dos absurdos impostos nos processos colonizadores. Nessa brecha é que nos valemos dos signos capixabas , sobretudo, do Congo, como política inventiva , como uma Máquina de Guerra Nômade que convoca o povo capixaba a resistir, criar e alcançar uma dimensão artística perante as perversidades da Máquina de Estado que se instaura desde 1535 no território espírito-santense. Nesse jogo, personagens conceituais são colocados por entre as linhas da escrita para nos fazer pensar nas ressonâncias que tomam nossos corpos em frente às disputas curriculares dos movimentos instituído-instituintes. Trata-se dos capixabandos e das onças. Como marco-metodológico, este estudo aposta na dimensão político-epistemológico-inventiva das pesquisas com os cotidianos , que advogam a favor dos capixabandos por não conceberem os capixabas como passivos, dóceis ou submissos, mas como aqueles que produzem políticas de currículos e nos ajudam a nos afastar dos estados da onça que tentam eclodir em nossos corpos durante este trabalho. Esta pesquisa acena para a existência de um movimento jurisprudencial que há nas escolas porque as onças legisladoras e os esturros colonizadores das normatizações acabam por tentar matar as vidas com limitações, generalidades e intencionalidades a serviço do capital. Assim, as jurisprudências demarcam a indispensabilidade das conversas cotidianas para decisões de ação pela vida, levantando o poder instituinte, cujo povo é titular, como sugestão, inclusive, da prescindibilidade de prescrições curriculares e de escritos eivados de morte.

Por Lucas Borges Soeiro

Palavras-chave: Base Nacional Comum Curricular / Currículo do Espírito Santo / pesquisas com os cotidianos / capixabandos / congo / signos capixabas


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