O RELATIVISMO NEOPRAGMATISTA DAS PEDAGOGIAS DO “APRENDER A APRENDER” NA FORMAÇÃO DO PEDAGOGO DA UFES (2006 E 2018)

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 11:41)

Este trabalho tem como objetivo analisar a influência do relativismo neopragmatista das pedagogias do “aprender a aprender” na formação do licenciado em Pedagogia, tomando como relativismo neopragmatista a tendência à imediaticidade do conhecimento. Para tanto, compreende-se que, por meio das pedagogias hegemônicas, na face do irracionalismo neoliberal/pós-moderno, o pragmatismo ressurge na forma de um relativismo ainda mais imediatista, na versão do neopragmatismo. Este, por sua vez, adequa-se ao contexto da formação do licenciado em Pedagogia e ao mesmo tempo impõe hegemonicamente seus princípios ao complexo da educação. Com base nesse contexto, esta pesquisa de cunho teórico, edificada no materialismo histórico-dialético, utiliza a técnica de pesquisa bibliográfica e documental, considerando como referência os principais autores da Pedagogia HistóricoCrítica, em especial a obra de Dermeval Saviani, Newton Duarte e Julia Malanchen. No âmbito mais geral dos fundamentos, tomou-se como principais referências as obras de Karl Marx e Friedrich Engels e István Mészáros. No intento de atingir os propósitos investigativos, este estudo recorre a análises das concepções pedagógicas presentes na formação do licenciado em Pedagogia, curso da Universidade Federal do Espírito Santo - Ufes, seguindo as categorias da dialética marxista, do geral ao particular, em outras palavras, do particular ao concreto. Nesse sentido, diversos documentos são examinados, como as conferências sobre Educação Para Todos - (EPT), as Diretrizes Curriculares para o curso de Pedagogia (2006), a Resolução nº 02/2015, a Resolução nº 02/2019 e, por fim, os Projetos Pedagógicos de Cursos - PPCs, os currículos e um seleto grupo de ementas de disciplinas do curso de Pedagogia da universidade mencionada, nos anos de 2006 e 2018. Com isso, constatou-se que organismos multilaterais, desde a década de 1990, interferem nas políticas educativas para a formação de professores e, no transcurso das reformas curriculares, há uma adesão às pedagogias do “aprender a aprender”. Além disso, verificou-se que a presença do relativismo neopragmatista das concepções hegemônicas, na formação do licenciando em Pedagogia, é parte da crise estrutural do capital, impulsionada pela ideologia neoliberal/pós-moderna, com a qual progrediu o relativismo da verdade, como se tudo fosse resolvido a partir da linguagem discursiva, sem a necessidade dos construtos ontológicos para a apreensão da realidade em sua totalidade histórica e social. Assim, esta pesquisa realiza a crítica ao relativismo neopragmatista contemporâneo da concepção irracionalista do neoliberalismo/pós-moderno, com base nos pressupostos ontofilosóficos da PHC, tomando o trabalho como categoria ontológica central e fundante na constituição da vida humana e também como elemento essencial da emancipação humana. Assim, busca-se elevar a formação da classe trabalhadora para além da aparência dos fenômenos correlatos, contrapondo-se à influência do relativismo neopragmatista no cenário pedagógico brasileiro sob a hegemonia das pedagogias do “aprender a aprender.”

Por Antonio Niuvan Rodrigues Da Costa

Palavras-chave: Pedagogias do “aprender a aprender” / Curso de Pedagogia / Pedagogia Histórico-Crítica / Formação de professores


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