CURRÍCULOS INVENTIVOS ENTRE MACRO/MICROPOLÍTICAS: POR UMA VIDA BONITA NO COLETIVO DO COTIDIANO ESCOLAR

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 11:37)

A ousadia dos filósofos da diferença entrelaça-se a esta pesquisa como um convite para afirmar a vida que (re)existe e cria movimentos curriculares coletivos nas fissuras do currículo instituído. Mergulhada nos cheiros, gostos, barulhos, silêncio do cotidiano escolar, a pesquisa cartografa movimentos de micropolíticas ativas em uma escola de ensino fundamental do município da Serra-ES, a fim de problematizar movimentos curriculares inventivos que podem ser produzidos nessa relação. Um convite para violentar o pensamento e experimentar, em vez de interpretar, um movimento que rompe com a ideia fixa de currículo e se abre a pensar em currículos, tantos quantos forem necessários para a diferença proliferar. Uma aposta na força do coletivo de professoras e professores e em redes de conversações provoca a pensar: Que movimentos curriculares inventivos corpos coletivos podem constituir, entre macro/micropolíticas, na intenção de afirmar uma vida bonita no cotidiano escolar? Propõe pensar a educação como um rizoma, que age entre as coisas e desliza de modo contínuo, diferentemente do pensamento arborescente que limita, enquadra e desconsidera as singularidades. Argumenta um fazer coletivo de currículos entrelaçados aos signos da arte, na perspectiva da criação, que abre espaço para proliferar a diferença, e não a representação. Em diálogo com a filosofia da diferença, de Deleuze e Guattari, com a concepção de currículo e as redes de conversações de Carvalho, com o pensamento de Rolnik acerca das micropolíticas ativas e em composição com outras pesquisas com os cotidianos, esta pesquisa aposta em currículos que agem como a criança das poesias de Manoel de Barros e traçam desvios e caminhos sinuosos, mesmo diante da insistência para trilharem por linhas retas; currículos que, como pássaros, se desprendem das formas, voam e pousam quando sentem necessidade; e currículos que, como andarilhos, inventam outros caminhos, não fixam estradas; currículos que têm compromisso com a vida que pulsa nos cotidianos escolares; currículos que afirmam uma vida bonita! Numa cartografia que está sempre aberta às experimentações, conclui-se que, entre as formas que insistem em bloquear as forças, professoras e professores, coletivamente, criam processos de resistências e problematizam os currículos, inventando outros modos de curricular, outros modos de professorar, afirmando a vida que vaza, (re)existe e é bonita!

Por Andrea Dos Santos Gabriel

Palavras-chave: Movimentos curriculares inventivos / Micropolíticas ativas / Resistências coletivas / Signos da arte


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