A CRIANÇA COM SÍNDROME DE WEST NA EDUCAÇÃO INFANTIL: INCLUSÃO E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 07:04)

Esse estudo teve como objetivo geral investigar como se dá o processo de inclusão da criança com Síndrome de West na educação infantil. Como objetivos específicos, buscou-se conhecer a Síndrome de West, suas características, particularidades e peculiaridades; identificar e analisar as práticas pedagógicas voltadas para a criança com Síndrome de West, e quais suas implicações na inclusão e aprendizagem dessa criança; analisar as estratégias de ensino e recursos pedagógicos que os professores utilizaram para o processo de inclusão dessa criança na educação infantil. Ancorado na teoria sócio-histórica de Lev S. Vigotski e de seus colaboradores, esse estudo utilizou da proposta metodológica da pesquisa qualitativa na perspectiva do estudo de caso do tipo etnográfico para alcance dos objetivos propostos. Como procedimentos para produção de dados, recorreu-se à observação participante, entrevistas semiestruturadas, e às fotografias e filmagens. Esse estudo teve como lócus de pesquisa um Centro Municipal de Educação Infantil localizado no município de Serra/ES, sendo sujeitos desse estudo uma criança de três anos com diagnóstico clínico de síndrome de West, sua mãe, a professora regente, a cuidadora, a auxiliar de creche, a professora de Educação Física, a professora de Educação Especial, a pedagoga e o diretor escolar. Como resultados, percebemos que o processo de inclusão da criança com síndrome de West somente ocorreu, porque essa foi vislumbrada para além de suas marcas biológicas, como um sujeito produtor de história e de cultura; que ao planejar suas práticas pedagógicas, as professoras buscavam partir das particularidades e singularidades dessa criança, oportunizando experiências significativas e desafiadoras, reforçando suas potencialidades; que as estratégias de ensino e recursos pedagógicos que as professoras utilizavam para o processo de inclusão do sujeito com SW eram simples e corriqueiros, porém, facilitadores no processo de ensino e aprendizagem dessa criança; que a criança com SW apresentou-se em constante movimento de aprendizagem e desenvolvimento, que por meio das interações com o outro e com o conhecimento sistematicamente organizado, ela se “reequipou”, adquiriu outras habilidades, se transformou e se humanizou. Por fim, tendo em vista o processo de inclusão da criança evidenciada nessa pesquisa, não podemos conceber a ideia de que as limitações biológicas sejam impeditivas de a criança com deficiência participar dos eventos da vida comum, de interagir com os diversos sujeitos nos mais variados contextos, e, sobretudo, de ter acesso à educação formal, e nesse movimento, apropriar-se dos conhecimentos sistematizados, aprender e desenvolver características superiores especificamente humanas.

Por Sabrina da Silva Machado Trento

Palavras-chave: Síndrome de West / Inclusão / Práticas Pedagógicas / Educação Infantil / Aprendizagem e Desenvolvimento


» Catálogo de publicações acadêmicas Serranas