O PEDAGOGO NO CONTEXTO DA INCLUSÃO ESCOLAR: POSSIBILIDADES DE AÇÃO NA ESCOLA COMUM

(Última edição: quinta, 2 Mai 2024, 06:24)

Este estudo busca investigar as possibilidades de ações articuladas pelo pedagogo, em colaboração com os demais profissionais da escola, visando ao processo de inclusão escolar dos alunos público-alvo da Educação Especial, no Ensino Fundamental. Utiliza três frentes de trabalho, desenvolvidas simultaneamente, por se complementarem. São elas: observação-participante do cotidiano escolar; problematização de tensões, de práticas pedagógicas vivenciadas e da escolarização de alunos público-alvo da Educação Especial, instituindo, assim, espaços de "diálogos formação", momentos com o coletivo da escola e momentos com a pedagoga; processos de ações colaborativas para implementação de práticas pedagógicas que efetivem o acesso ao conhecimento a todos os alunos. O estudo foi desenvolvido em uma escola municipal de Ensino Fundamental, com o público de 1º ao 5º ano, envolvendo a equipe gestora (pedagoga, coordenadora e diretores), os dez professores regentes, dois professores de área, duas professoras de Educação Especial, além dos educandos, ganhando destaque três alunos público-alvo da Educação Especial. Adota a pesquisa-ação colaborativo-crítica como aporte metodológico e, como instrumentos de coleta de dados, utiliza a observaçãoparticipante, diário de campo, realizamos entrevistas semiestruturadas e processos de intervenção coletiva. A pesquisa se efetivou no período de julho a dezembro de 2013. A pesquisadora esteve três a quatro vezes por semana na escola, participando das intervenções em sala de aula, dos espaços para planejamento e formação continuada e também dos momentos de entrada, recreio e saída dos alunos. Esta pesquisa conta com as contribuições teóricas de Paulo Freire e Philippe Meirieu para fundamentar as questões evidenciadas no estudo, além de interlocuções com pesquisadores da área da Educação Especial. Como resultados, evidencia o processo de colaboração, envolvendo a pedagoga e os profissionais da escola, vislumbrando assim, novas possibilidades de organização do trabalho pedagógico, das práticas docentes e do currículo escolar de forma a favorecer a participação dos alunos público-alvo da Educação Especial nas ações planejadas e desenvolvidas pela escola, que também oportunizou aos alunos ditos "normais" o acesso ao conhecimento. Problematiza a importância da formação, como espaço de diálogo coletivo na escola e reconhece que a escola, como espaço educativo, se transforma em lugar de aprendizagens, não somente para os alunos, mas também para os profissionais que lá atuam. Enfoca que o profissional que exerce a função de pedagogo, se constitui como um profissional importante para mediar as questões pedagógicas da escola. Porém, reforça que sua atuação de forma isolada terá menor contribuição para a escola, pois o trabalho pedagógico voltado para a aprendizagem de todos os alunos deve se constituir como um trabalho coletivo e, sendo assim, acontecerá nas relações entre os diferentes profissionais da escola, mediado, pelo pedagogo, o profissional responsável por coordenar as práticas pedagógicas.

Por Karolini Galimberti Pattuzzo Breciane

Palavras-chave: Educação inclusiva / Práticas pedagógicas e a ação do pedagogo / Formação continuada


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